12/07/2014

" o Tempo"


Mário Vitória, Semeando Espelhos no Escuro da Perspectiva- Alice na Cidade.                     (Sem título)
Edifício Chiado, Museu da Cidade, Coimbra



Os relógios e os calendários não existem para nos recordar o Tempo que esquecemos, mas para regulamentar o nosso relacionamento com os outros - na verdade, com toda a sociedade -, e é nesse sentido que os usamos.

Orhan Pamuk, O Museu da Inocência (tradução de Miguel Romeira). Lisboa: Editorial Presença, 2010, p. 354.

O tempo sempre ele a recordar-nos que há passado, presente e futuro...
No livro de Pamuk, o tempo é a chave do linear, do improvável provado...  desfecho? 
O futuro é tangível.

21 comentários:

  1. E prende-se o tempo numa gaiola dourada ?

    Um beijo ANA ( a imagem está muito boa ! ).

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  2. É bem verdade. Gosto de relógios e calendários. Bom sábado!

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  3. Comecei um diálogo, mas optei por fazê-lo no meu blogue :) http://memoriasimagens.blogspot.pt/2014/07/apraziveis-dialogos.html
    Beijinhos!

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  4. Há dois adereços sem os quais nunca saio de casa: relógio e brincos.

    Mas em férias, descuido o relógio e chego a perder a noção dos dias (do mês e da semana).

    Se pudéssemos aprisionar o tempo, prendia numa gaiola o tempo das coisas más e deixava livre o da alegria. Mas não é possível...

    Gosto muito desta música!

    Um beijinho e bom sábado:)

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  5. Enquanto peça há verdadeiras maravilhas, autênticas obras de arte.
    Contar o tempo já passado, fazer imaginar o futuro? Aí, as coisas por vezes não são tão simpáticas.

    Bom fim-de-semana.

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  6. João,
    Obrigada. A instalação é de facto interessante. Dourada, não sei porquê.:))
    Beijinho.

    Obrigada, Margarida.
    Valeu.
    Beijinho. :))

    Isabel,
    Por vezes saio sem o relógio mas é mais ao fim-de-semana e nas férias.
    Às vezes somos escravos dele.
    Beijinho. :))

    Eu simplesmente,
    Obrigada. Seja bem-vinda.
    Boa noite!:))

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  7. Inconfundível David Gilmour e belíssima imagem do Tempo...

    um beijo amigo

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  8. Ah, o tempo! Bela imagem, Ana.
    Sobre o tempo a "coisa" que mais me impressionou...foi: "As time goes by".
    Porque le "goes by" mesmo! Mas é bom sempre ouvir a música do tempo a passar...
    beijo

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  9. O conceito do relógio como base para o sincronismo das interacções é muito interessante. Há algum tempo, alguém dizia que com o advento dos telefones móveis, a ficção clássica que vivia de desencontros tinha perdido a razão de ser: hoje, toda a gente se encontra, pelo menos no mundo civilizado. Nesse aspecto, o relógio deve ter tido, em tempos idos, o mesmo papel que os telefones agora têm, no que toca a sincronizar os encontros das gentes.
    Um tema fascinante.

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  10. Daniel,
    É verdade, no concerto ao vivo continua a fazer vibrar.
    Obrigada.
    Um beijo amigo. :))

    Maria João,
    Adoro essa música do Casablanca bem como adoro o filme.
    Obrigada.
    Beijinho. :))

    Xilre,
    Obrigada. Por vezes esqueço-me do telemóvel e ele continua desligado na carteira. Mas realmente, nunca mais houve desencontros.
    O telefone, então os de baquelite, transporta-nos para um tempo tão mais lento que o actual.
    Obrigada pelo seu comentário.
    Boa noite!:))

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  11. Qualquer tempo é tempo.
    A hora mesma da morte
    é hora de nascer.

    Nenhum tempo é tempo
    bastante para a ciência
    de ver, rever.

    Tempo, contratempo
    anulam-se, mas o sonho
    resta, de viver.

    Carlos Drummond de Andrade, in 'A Falta que Ama'

    Beijinhos Marianos, cara Ana!

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  12. Maria (Eu),
    Muito obrigada pelo Drummond de Andrade. :))
    Beijinho.

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  13. O tempo, também como legado de nossas “istórias”, restaura as inquietações e angústias de cada século, no sentido de aclarar os caminhos das experiências humanas sobre a inóspita esteira de terra.Passam-se às raças e as gerações, as línguas e os povos, os países e as fronteiras e as ciências, e também os amores. Faz movimentar ciclopicamente as formas e sentimentos de todas as coisas no espaço do aqui e do agora....Eis o tempo que passou, “só Carolina não viu...”

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  14. Caro Anónimo,

    Obrigada pela sua mensagem.
    Se for Carolina, então obrigada, Carolina. :))
    Não identifico a sua citação.

    Bom dia!

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  15. “Mil versos cantei pra lhe agradar
    Agora não sei como explicar
    Lá fora, amor, uma rosa morreu, uma festa acabou, nosso barco partiu
    Eu bem que mostrei a ela, o tempo passou na janela
    E só Carolina não viu” – (Carolina - Música de Chico Buarque de Holanda).

    Aproveito para parabenizá-la pelos trabalhos “Grafados” no Bolg (In)Cultura.
    De grande sensibilidade!!!

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  16. Linha_de_pedras,
    Não associei de todo a Buarque e gosto bastante dele. Já não o ouço há muito tempo.

    Obrigada pela sua dupla gentileza, um nome e o trecho da canção.
    Boa tarde!:))

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  17. -Não tens relógio?
    -Convém saber a quantas anda.

    O certo é que vim aqui tarde e a más horas ouvir o tic-tac do time, antes que the dark side of the moon olvide no escuro as nossas (in)certezas do (nosso) tempo.

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  18. Olá Ana,

    Sempre que venho aqui, costumo parar um bocadinho a reler o "O que é ser-rio, e correr?" (Fernando Pessoa).
    É como o "tempo" de cada um.
    Definido cientificamente igual, sentido pessoalmente como único.

    Abraço grande

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  19. Agostinho,
    Fez-me rir. Infelizmente tenho relógio. Nas férias largo-o. :))
    Aprecio muito os Pink Floyd, mais especificamente, o álbum preferido é
    "wish you were here".
    Boa noite. :))

    Argos,
    :)) Obrigada. Sabe que me apaixonei por esse verso: "O que é ser-rio, e correr?"
    Somos cada um de nós, não é?
    Boa noite.

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  20. Olá Ana! Revelo, muito intimamente, meu atrevimento em obtemperar “o que é ser-rio, e correr?" Precisava apenas de um mote. Desculpe pela ousadia, Pessoa! Com certeza não passa nem por perto de suas impressões!

    “o que é ser-rio, e correr?"

    É água descendo no canal como se fossem aragens encanadas a varrer venturas. Nasce nas cabeceiras aéreas e solitárias de partes de lugares; que dá a entender ser brenha trancada em busca de ar.

    Na descida vai percorrendo esbarrando nas ilhargas em seus pedaços mais rebaixados para depois correr em comboio entre as matas e muitas outras águas; alargando-se no final, se é que existe o final? Descem então em comunhão, içado aos ventos quentes do meu norte, contíguos com o tempo, como se fossem feixes; iguais remos paralelos sem a pequeníssima tradução de serem quem sabe, um dia, “Elos”.

    Águas que correm, que descem e por onde se “acasalam” - sua força maior - desnudam matas entrelaçadas de raízes fantásticas e galhos pendidos que mais parecem espectros envelhecidos há vigiarem o espaço e o tempo de partes de lugares. Assim como os sorrisos largos que correram pelas tempestuosas águas, rentes as correntezas ligeiras do nosso tempo.

    “Aqui”, necessariamente a vida é escoltada pelo avesso de um tempo que teimosamente é ser rio e correr...

    Abraço!!

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  21. Muito bonito.
    Obrigada pela sua interpretação.
    Um abraço!:))

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