08/03/2014

Mulher

Às mulheres portugueses que hoje sentem dor 
por haver menos pão para alimentar os filhos.

Tricana, detalhe, Mestre Alves André, Quebra Costas, Coimbra

Aos filhos

Já nada nos pertence,
nem a nossa miséria.
O que vos deixaremos
a vós roubaremos.

Toda a vida estivemos
sentados sobre a morte,
sobre a nossa própria morte!
Agora como morreremos?

Estes são tempos de
que não ficará memória,
alguma glória teríamos
fôramos ao menos infames.

Comprámos e não pagámos,
faltámos a encontros:
nem sequer quando errámos
fizemos grande coisa?

Manuel António Pina (daqui)

18 comentários:

  1. ana,
    Não posso, não consigo, nesta situação concreta esquecer a mágoa e revolta do homem que, tal como a mulher, não tem pão para dar aos filhos, não tem possibilidade de lhes dar uma vida digna. Um drama que não se compadece com questões de género.
    Bom fim-de-semana.
    Beijinho.

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  2. Fantástico o momento em que captaste este rosto !
    Parece que o Manuel António Pina ( de quem era amigo ) pressentiu que querias que escrevesse esta poesia !


    Um beijo, minha amiga.

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  3. E assim não temos o direito de ignorar hora nenhuma.

    A foto é belíssima.

    bjs nossos

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  4. Olá, Ana! Linda homenagem. como sempre sabes fazer. Tanta desigualdade ainda, tanta dor, tanta ansiedade...O poema do Pina é muito bonito e triste!
    UM beijo e uma flor de mimosa, à maneira da Itália!

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  5. Linda foto, Ana! Muitos parabéns!

    Feliz Dia da Mulher para ti e todas as senhoras amigas que te visitam. :-)

    Uma bonita homenagem que fazes às mães que criam os seus filhos com muitas dificuldades.

    A situação na Europa é deveras preocupante e temo que o número de mulheres em dificuldades para criar os seus filhos venha a aumentar cada vez mais.

    Neste momento, na Holanda, por exemplo, já começam a surgir propostas de lei muito preocupantes, como a mais recente, apresentada pela ministra dos Assuntos Sociais (Partido Trabalhista), em nome do governo de coligação: quem quiser reclamar os benefícios sociais (para os quais descontou, note-se), vai ter de falar holandês. Caso contrário, se as pessoas não frequentarem as aulas ou falharem nos exames, os benefícios sociais podem ser temporariamente suspensos (e entretanto, vivem do ar??). A aprendizagem da língua deverá ser condição obrigatória para o pedido da pensão de sobrevivência (e que apoia muitas pessoas com incapacidades físicas, convém salientar). Isto vai contra a legislação internacional, convém notar. E defende uma coisa destas, um partido que tem tido na sua base o apoio dos imigrantes... Eu acho que é importante aprender a língua, ir às aulas e fazer os exames, mas não aceito que seja condição para reclamar benefícios para os quais já se desconta e bem.

    O que estão a propor, para mim, abre caminhos à discriminação e à xenofobia. Este tipo de medidas não augura nada, nada de bom, Ana, é o que te digo (estou a torcer para que esta proposta não passe e espero, que nas eleições locais, que se realizam este mês, os imigrantes votem em força, já que não podemos votar nas legislativas).

    A Europa, a continuar assim, está a seguir por caminhos que fazem adivinhar mais miséria e mais violência.

    Tristes tempos estes, Ana, tristes tempos...

    Desculpa o meu desabafo, mas o teu post interpelou-me.

    Um beijinho e bom fim-de-semana!





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  6. GL,
    Não é uma questão de género. Utilizei esta ideia hoje, dia da mulher, centrando nela esta mágoa. Se fosse dia do homem, escolheria uma figura masculina.
    Beijinho. :))

    João,
    O que disse aquece-me a alma.
    Beijinho amigo.:))

    Amigas Vurdóns,
    Que bom vê-las por aqui.
    Beijinhos muitos. :)))))))

    Maria João,
    Obrigada pla mimosa que veio de Itália.
    Beijinho. :))

    Sandra,
    Gostei muito da tua partilha. Fez-me impressão que me contas. Achei Amesterdão uma das cidades mais livres que conheço. Porém, parece-me aparente essa liberdade pois a medida que contas vai contra o espírito de liberdade.
    Xenofobia inspira-me receio, falta de humanidade. Será que a Europa do século XXI se está a assemelhar com a do princípio do século XX?
    Assusta.
    Beijinho e desejo que não ganhe as eleições. :))

    Mar Arável,
    Obrigada.
    Beijinho. :))

    Agostinho,
    Não sei que responder. :))

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  7. Adorei a foto e o poema que não conhecia! Grata pela visita!

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  8. Olá linda...de novo!
    parece-me que é da zona de Coimbra...eu sou do Vale-do Açor...entre Coimbra e Miranda do Corvo!

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  9. Um dia sempre muito especial para mim, ana - dia de aniversário da minha mulher.
    Beijinhos e votos de boa semana!

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  10. Pedro,
    Era o dia de aniversário do meu pai.
    Parabéns para a família.
    Beijinho.:))

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