Máscara, Exposição de máscaras
do Museu do Oriente no Centro Cultural Adriano Moreira, Bragança.
De' diavoli iscacciati di cielo
Già fummo, or non siam più,
spirti beati; per la superbia nostra
siàno stati dal ciel tutti scacciati;
E in questa città vostra
abbiàn preso il governo,
perché qui si dimostra
confusion, dolor più che in inferno.
E fame e guerra e sangue e diaccio e foco,
sopra ciascun mortale,
abbiàn messo nel mondo a poco a poco;
E ’n questo carnovale
vegnàno a star con voi,
perché di ciascun male
fatti siàno e saren principio noi.
Plutone è questo, e Proserpina è quella
ch’a lato se gli posa;
Donna sopra ogni donna al mondo bella.
Amor vince ogni cosa;
Però vinse costui,
che mai non si riposa,
perch’ognun faccia quel ch’ha fatto lui.
Ogni contento e scontento d’amore
da noi è generato,
e ’l pianto e ’l riso e ’l diletto e ’l dolore,
chi fussi innamorato,
segua il nostro volere
e sarà contentato;
Perché d’ogni mal far pigliàn piacere.
Poema de Nicolau Maquiavel para uma música de Alessandro Cappinus feita para o Carnaval de Veneza, em 1502. (Daqui)
Agradeço ao meu amigo Manuel Poppe a tradução do poema de Maquiavel.
Tradução colocada a 9 de Março, 19:35 h]
Dos diabos expulsos do céu
Já fomos, agora já não somos
espíritos felizes.
Pela nossa soberba
fomos do expulsos do céu.
E nesta vossa cidade
Conquistámos o governo,
Pois aqui reina a confusão,
dor mais forte do que a do inferno.
E fome e guerra e sangue e aço e fogo,
Sobre os mortais
lançámos nós no mundo, pouco a pouco.
E partilhamos convosco este Carnaval:
de cada mal feito, somos e seremos o princípio.
Este é Plutão, aquela Proserpina
que se senta ao seu lado,
mulher mais bela do que todas as outras mulheres belas.
O Amor tudo vence.
Mas venceu aquele que não tem repouso,
para que cada um faça como ele fez.
Todo o contentamento e o descontentamento do amor
é por nós gerado,
tal qual o pranto e o riso e o prazer e a dor,
Quem esteja enamorado
Siga o nosso querer
E será contentado.
De todo o mal, nós tiramos prazer.
Tradução colocada a 9 de Março, 19:35 h]
Dos diabos expulsos do céu
Já fomos, agora já não somos
espíritos felizes.
Pela nossa soberba
fomos do expulsos do céu.
E nesta vossa cidade
Conquistámos o governo,
Pois aqui reina a confusão,
dor mais forte do que a do inferno.
E fome e guerra e sangue e aço e fogo,
Sobre os mortais
lançámos nós no mundo, pouco a pouco.
E partilhamos convosco este Carnaval:
de cada mal feito, somos e seremos o princípio.
Este é Plutão, aquela Proserpina
que se senta ao seu lado,
mulher mais bela do que todas as outras mulheres belas.
O Amor tudo vence.
Mas venceu aquele que não tem repouso,
para que cada um faça como ele fez.
Todo o contentamento e o descontentamento do amor
é por nós gerado,
tal qual o pranto e o riso e o prazer e a dor,
Quem esteja enamorado
Siga o nosso querer
E será contentado.
De todo o mal, nós tiramos prazer.
Manuel Poppe
«A 9 de Janeiro de 1975 foi nomeado Conselheiro Cultural junto da embaixada portuguesa em Roma. E, a partir dessa data, iniciou a sua «peregrinação» pelo mundo: visitou 4 países e 3 continentes. A sua primeira estadia em Roma, durante quinze anos, marcou profundamente Manuel Poppe, sobretudo, pelo facto de «deixar Portugal ainda ferido de quase cinquenta anos de obscurantismo e chegar a Itália», que vivia outras condições políticas. Durante essa passagem por Itália que o escritor português considera como «miscelânea, soma de sensações, de leituras e de encontros». Além de obter o título académico de “Dottore in Lingue e Leterature Straniere”, pela Universidade “La Sapienza”, com uma tese sobre Régio, escreveu Crónicas Italianas (1984), publicada com apoio do Instituto Italiano de Cultura em Portugal. Nessa passagem, conheceu personagens importantes, quer no campo da cultura quer no campo da política, entre os quais podemos destacar: o socialista De Martino e os comunistas Berlinguer e Giancarlo Pajetta, o democrata-cristão Enzo Scotti, escritores como Giorgio Bassani, Moravia e Claudio Magris, com os quais manteve relações estreitas e atrizes como Ingrid Thulin. Foi distinguido pelo antigo italiano presidente italiano Sandro Pertini com a comenda da Ordem de Mérito e pelas cidades de Florença e Veneza com as respetivas Medalhas de Ouro.»
A sua gentileza nesta difícil tradução leva-me a deixar aqui um beijinho especial.
Jordi Savall, viola da gamba, Rolf Lislevand, guitarra barroca, Arianna Savall, arpa, Pedro Estevan, percussão, Adela Gonzalez-Campa, castanholas.
Não conseguiste fotografar evitando as sombras ?
ResponderEliminarA máscara é uma peça fantástica !
Um beijo.
tenho medo dos diabos disfarçados de anjinhos, ana.
ResponderEliminarE há para aí tantos!!
Beijinhos e votos de boa semana!
Andam por aí tantos mafarricos, dizem, sem máscara para passarem desapercebidos.
ResponderEliminarA máscara que fotografou é espetacular. Qual a sua origem?
João,
ResponderEliminarEu achei graça à sombra. Se calhar devia tê-la evitado. :))
Beijinho. :))
Pois há Pedro,infelizmente.
Bom Carnaval.
Beijinho. :))
Agostinho,
A máscara pertence ao Museu do Oriente e julgo ser proveniente do Japão. Reparei agora que coloquei Fundação e é Centro Cultural Adriano Moreira, em Bragança, onde estava exposta.
Boa noite!:))
Quem sabe, sabe!
ResponderEliminarE a ideia de colocar também a tradução foi muito boa. E, sendo do nosso amigo Manuel, tem um sabor bem especial...:))
Beijinhos para os dois.:))
Cláudia,
ResponderEliminarFoi uma grande gentileza do Manuel
Beijinho. :))
Gostei, minha querida Ana: de tudo! do poema dos Diabinhos (quem diria que "ele" se dedicava a estas coisas do Carnaval????), da máscara fantástica que deixou.
ResponderEliminarE do gesto...
Um beijo grande
Realmente assim já está melhor!
ResponderEliminarO poema em italiano "soa" lindamente, mas em português...percebo!
Muito obrigada ao nosso querido amigo Manuel pela tradução!
Um beijinho aos dois!
Maria João,
ResponderEliminarObrigada. Beijinho.:))
Isabel,
:))
Beijinho grato.