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27/05/2015

Porto, ecos de uma geração. Porto Sentido e "Goa"

A ida ao Porto teve como objectivo ver esta  exposição: 
ecos de uma geração, o homem e a cidade, no Museu Soares dos Reis mas primeiro que tudo conhecer o João Menéres.


João Menéres um dos fotógrafos dos ecos de uma geração junto das suas fotos.


Uma das fotos  do João que me encantaram. Do catálogo.

A Paula Rêgo podia ter pintado uma tela inspirada nesta fotografia

Sala de exposição, panorama geral.

Um dia bem passado, um dia entre amigos.

Obrigada João, Cláudia, Alexandra e M.

Estive com as minhas amigas Cláudia e Alexandra Ribeiro. Conheci a M.
A malandra da Alexandra escondeu-se. A Cláudia também tentou mas eu ainda a apanhei.:))
Livraria Lumière

Ao almoço estivemos três mulheres a saborear a deliciosa comida portuense com um copo de vinho branco verde para nos refrescarmos dos 29 graus, mas desse momento não tenho registo.


Porto, o Casario.


Quando cheguei a casa tinha uma surpresa do Amigo Henrique Antunes Ferreira 
à minha espera:
Goa chegou até mim. Obrigada. Um dia destes a rã voltará aqui.


Também trarei mais apontamentos do Porto.
PORTO  SENTIDO

Quem vem e atravessa o rio
Junto à serra do Pilar
vê um velho casario
que se estende até ao mar

Quem te vê ao vir da ponte
és cascata, san-joanina
erigida sobre um monte
no meio da neblina.

Por ruelas e calçadas
da Ribeira até à Foz
por pedras sujas e gastas
e lampiões tristes e sós.

E esse teu ar grave e sério
num rosto e cantaria
que nos oculta o mistério
dessa luz bela e sombria

[refrão]
Ver-te assim abandonada
nesse timbre pardacento
nesse teu jeito fechado
de quem mói um sentimento

E é sempre a primeira vez
em cada regresso a casa
rever-te nessa altivez
de milhafre ferido na asa


Carlos Tê e Rui Veloso


05/11/2014

"Banqueros" - Henrique Antunes

Recebi  o texto abaixo via e-mail do Henrique, da Travessa do Ferreira, a quem agradeço. Achei graça à pertinência da lei medieval.
Se hoje fosse praticada La Taula de Canvis, os nossos políticos não nos vendiam..., nem nos espoliavam.

La Taula de Canvis apareció durante el reinado de Jaime I El Conquistador (1213-1276). La legislación romana y goda que regían este negocio fue sustituida.

Niccolo di Pietro Gerini, Scenes from the Life of Saint Matthew -
detail (bankers), 1380s,  Church of San Francesco, Prato, Italy, (Late Gothic)



Estos son algunos de los artículos de esta legislación bancaria: El 13 de febrero de 1300 se estableció que cualquier banquero que se declarara en bancarrota sería humillado por todo el pueblo, por un voceador público y forzado a vivir en una estricta dieta de pan y agua hasta que devolviese a sus acreedores la cantidad completa de sus depósitos.
El 16 de mayo de 1301 se decidió que los banqueros estarían obligados a obtener fianzas y garantías de terceras partes para poder operar, y a aquellos que no lo hicieran no se les permitiría extender un mantel sobre sus cuentas de trabajo. El propósito de ello era señalar a todo el mundo que estos banqueros no eran tan solventes como aquellos que usaban manteles, es decir, que estaban respaldados por fianzas. Cualquier banquero que rompiera esta regla (por ejemplo, que operase con un mantel, pero sin fianza) sería declarado culpable de fraude.
Sin embargo, a pesar de todo, los banqueros pronto empezaron a engañar a sus clientes.
Debido a esos engaños, el 14 de Agosto de 1321 se estableció que aquellos banqueros que no cumpliesen inmediatamente sus compromisos, se les declararía en bancarrota, y si no pagasen sus deudas en el plazo de un año, caerían en desgracia pública, lo que sería pregonado por voceros por toda el pueblo. Inmediatamente después, el banquero sería decapitado directamente enfrente de su mostrador, y sus propiedades vendidas localmente para pagar a sus acreedores.
 Existen evidencias documentales de que esto se cumplía.
Por ejemplo, el banquero catalán Francesc Castelló, fue decapitado directamente frente a su mostrador en 1360, en estricto cumplimiento de la ley. 

O Henrique lançou as suas crónicas e aqui está a capa: belíssima, no meu entender.
Parabéns Henrique!



Quanto a banqueiros só nos resta o Lamento

31/07/2014

Aprazíveis Diálogos - IX

 Hoje a história é contada pelo Amigo Henrique Antunes Ferreira da Minha Travessa do Ferreira. Há um local que nos uniu neste mundo virtual: esse lugar mágico é Goa. Pois, é exactamente de Pangim que o Henrique nos traz o seu aprazível diálogo. Muito obrigada.
À Frederika desejo que escreva muitos livros e tenha muito sucesso. :))

Frederika, minha Amiga
Nascida em Setembro de 1979, em Pangim, a capital de Goa, Frederika Menezes, vítima de paralisia cerebral, está em casa, a Vivenda Menezes, sentada na sua cama, com alguma dificuldade de se equilibrar. Conhecemo-nos há oito anos, mais coisa menos coisa, ficámos amigos e continuamos a sê-lo. Os pais ambos médicos são um casal exemplar. O Dr. José (Zito) Menezes foi colega da minha mulher durante os sete anos do então Liceu Nacional Afonso de Albuquerque, hoje um tribunal superior.
Arquitectura portuguesa em Pangim [ana]
Por seu turno, a Dr.ª Ângela é igualmente uma Senhora  excelente que vem apoiando a filha nas mais complexas situações. Frederika tem um irmão, o José João que actualmente se encontra no Dubai com a mulher e duas filhas, trabalha ali pois os salários em Goa são baixos. Vêm sempre que lhes é possível a Pangim. Frederika Raquel sente a falta das sobrinhas. Por isso todos os dias contactam através do Skype.

É esta jovem simpática, que gosta de se rir, autora de cinco livros, que fez o lançamento dos últimos dois, “Unforgeten” e “Stories in Rhyme”, o primeiro é ficção pura e o segundo são poesias para crianças, ambos ilustrados por artistas plásticos também Goeses. Desloca-se numa cadeira de rodas com a ajuda de um “anjo da guarda” o motorista de seu pai, o Sebastião, mais conhecido por Sebi que já leva 19 anos a trabalhar para os Menezes e é um fervoroso admirador de Frederika.

Ângela Menezes bateu-se denodadamente para que Frederika entrasse numa escola normal, pois de cabeça ela é, felizmente normal – e dotada. E conseguiu. Terminou o curso secundário aos 16 anos e com notas das melhores. Falar com ela é para mim um motivo de felicidade; por vezes as pessoas não entendem o que ela diz por dificuldades de dicção, mas eu esforço-me por ultrapassar isso, não lhe peço para repetir o que disse e entendo-a bastante bem. E ela – já o disse – gosta disso. E, por isso, gosta de mim; e eu, dela.

É feliz e bem disposta. Com as limitações físicas que tem dá gosto ouvi-la dizer que não tem tempo nem espaço para se queixar. A vida, para ela, é uma sucessão de momentos de felicidade e diz que tem tido sorte em todos os momentos “e eu reconheço que é assim”. Mas não se fica por aí. "Eu simplesmente adoro escrever; ela é a minha paixão e escrevo todos os dias ", diz Frederika, que se inspira no dia-a-dia, porque “tudo na vida  serve de inspiração para mim”. 

Mas, de onde lhe vem a força e a determinação que tem? Da família e dos amigos, sublinha. Participa nas redes sociais para contactar com toda a gente. Acredita que a tecnologia tornou a vida mais fácil para ela. "A tecnologia é útil para todos, não é só para mim. Teclo com dois dedos e até sou bastante rápido em comparação com pessoas que usam as duas mãos… ", e solta uma das suas gargalhadas tonitruantes pela ironia…, 

Tenho de dizer que Frederika é uma inspiração para todos aqueles que pararam após a sua doença. E acredita que na vida não vale a pena desperdiçar energia em sentido negativo. Se as coisas parecem impossíveis ou até muito difíceis, usa uma “receita” que é para ela, muito simples: "Continua a tentar. Em algum momento vais conseguir o que queres. Sou muito positiva. Qual é a utilidade de ser negativa? "

E agora uma revelação: “Eu não gosto quando as pessoas sentem pena de mim: e muito menos quando sou tratado como uma criança. Por exemplo, em vez de me perguntarem o meu nome, vão pedi-lo à minha mãe. Eu tenho personalidade, cérebro, aparência e foi-me dada esta vida bela. Não quero caridade de ninguém, por isso, gosto de pessoas que me fazem rir. Pessoas como tu ". Frisa também que não se dedica, apenas, a escrever, lê muito e gosta de pintar, com a ajuda do computador. 

Mas também escreve letras para música, porque, um dia “quero lançar um álbum com elas; mas preciso de alguém que possa musica-las e canta-las. Lê muito e também está interessada em dar palestras motivacionais, para dizer a quem me ouça, sobretudo gente como eu que o Mundo tem de ser positivo, pois há muita negatividade no ar…”

Volto, porém à sua fonte de força. “é a minha mãe. Quando eu era miúda, ela disse-me: tu tens cérebro e a funcionar bem. Afasta a inactividade, ocupa-te em alguma coisa. E foi o que eu fiz. Isso realmente inspirou-me e deu-me a força que tenho". 
Não me parece ser possível acrescentar mais alguma coisa a propósito da minha Amiga Frederika Menezes.
Antunes Ferreira

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