26/07/2016

Soneto despojado


Soneto despojado

o mar rasgou este silêncio descomunal
que se sente no interior da terra...
ausência das palavras
escritas numa pauta em espiral.

as linhas convergem como se Escher
as desenhasse a preto e branco
onde as promessas não cabem,
dançando translúcidas ao acaso.

frases helicoidais pairam no ar
sem destino
como se em espuma se tornassem.

na secretária está o porta cartas vazio,
adormecido,
soneto despojado.

25-07-16
ana






14 comentários:

  1. APENAS te digo : FENOMENAL SONETO ( despojado ) !

    Um enorme beijo deixado no porta catas !

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    1. Obrigada, João.
      Assim, já não está vazio. :))
      Beijinho. :))

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    1. Obrigada, Margarida.
      Neste dia, o mar estava lindo.:))
      Beijinhos.

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  3. Um soneto que me deixa triste, Ana. Muito belo mas "a ausência das palavras
    escritas numa pauta em espiral" é dolorosa!
    Que chegue depressa o calor do Verão, o Sol escaldante, os passeios, o azul do mar de que tanto gostas a encher-te a alma de coisas boas! beijinhos

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    1. Obrigada, Maria João.
      As férias estão quase a chegar. :))
      Beijinho especial. :))

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  4. Nenhum soneto merece ser tão despojado...
    O mar que ilustra não está com a melhor das disposições...
    Beijinhos de azul intenso e sorridente...
    ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

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    1. Majo,
      O mar estava lindo. Recebi esse azul. :))
      Beijinhos.:))

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