24/02/2015

Mariana e o Outro..., Manuel Poppe

Li num ápice a peça que Manuel Poppe escreveu sobre o amor de Mariana Alcoforado e o Marquês de Chamilly. Um presente magnífico que me levou a procurar Soror Mariana Alcoforado.
Henri Matisse, litografia da quinta carta de Mariana Alcoforado
A janela do Convento (franciscano) de Nossa Senhora da Conceição
de Beja, na capa do livro.
                     

Frontispício da 1ª edição das cartas portuguesas, 1669,
Daqui                                                                                                               Museu Regional de Beja 
Henri Matisse, litografia da segunda carta de Mariana Alcoforado
           


Paris, Versalles, 1668
De noite. Uma sala e, ao meio, uma grande mesa, papéis, jóias, medalhões, espalhados em cima da mesa, um candelabro de prata, com velas acesas, um cadeirão senhorial, de espaldar alto, com as armas de família. A parede de fundo deverá ser exageradamente alta e de um branco frio. Uma janela rasgada, que dá para o horizonte e prolonga a sala no exterior. Uma luz ao fundo da paisagem, acende, às vezes, as vezes que o encenador entender apropriadas mostrará a figura de Mariana Alcoforado.
p. 7
[Assim, se revela a cena que desvendará o amor de Mariana e de Noel Bouton, conde de Saint-Léger, futuro Marquês de Chamilly]

Mariana, irónica - Quando me deixavas, lembras-te?, dizias que já ias com saudades minhas... que eu te limpara a alma do lixo que trazias...do lixo da corte, de Versalhes..., e que a corte era um mundo de hipocrisia e que só aqui...

Noel, despeitado, furioso, como se a interrompesse - Pelintra! Aí na tua terra, em Beja, nesse país desgraçado, o que é que há?! O sol mata! O frio gela! À noite, na janela de Mértola, a que me chamavas...
p.13.

Manuel Poppe, Mariana e o Outro História do amor de uma freira portuguesa. Edição de Autor, 2013. Edição fora do mercado, assinado pelo autor e numerada de 1 a 40.
Exemplar nº 33. 

Obrigada, Manuel Poppe. Disse-me muito este presente e, talvez, por acaso, ou não, o nº que me calhou é o 33 o que simbolicamente me aqueceu o coração. Pois, 33 é o número que está intrinsecamente ligado à vida de Cristo.

16 comentários:

  1. Parabéns, Ana, um post muito lindo!
    Maravilha!

    Beijinhos, uma boa semana:)

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  2. Obrigada, Isabel.
    Beijinho e boa semana.:))

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  3. E é um número de bom augúrio na numerologia chinesa, ana
    Beijinhos, votos de boa semana

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  4. Sem guia à altura, bem procurei a JANELA...
    Sem o menor sucesso, todavia.
    E é uma janela bem marcante, Ana.

    Um beijo e até amanhã.

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  5. Muito obrigado, Ana. Foi demasiado generosa. Sinceramente,digo-lhe aquilo que me guiou: dar vida à figura do "galantuomo" que destruiu a vida de Mariana Alcoforado... Inconsciente? Talvez não: cumpriu as regras de bom machista... Mas, sei lá o que saiu daquilo que escrevi: as personagens libertam-se e cada leitor/espectador terá a sua opinião.

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    1. Manuel,
      Generoso foi o Manuel que me fez viajar até ao século XVII com uma história muito bem engendrada.
      Mais uma vez obrigada.
      Beijinho. :))

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  6. Acho fascinante esta figura de Mariana Alcoforado! Numa ocasião passei por Beja e visitei uma exposição sobre ela no Convento da Conceição . Daí surgiram dois postes no blogue, mas ando há tempos a pensar voltar ao tema.
    E agora encontrei-a aqui e fiquei a conhecer uma peça de teatro e o seu autor. Muito bom!
    Que pena a edição estar fora do mercado! :(
    Beijos

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  7. Maria,
    Comungo das suas ideias. Mariana Alcoforado é uma figura fascinante. Ler a peça foi para mim mais um motivo para a procurar.
    Beijinho. :))

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  8. Ana, o livro é um mimo, não é?
    Tanto pela belíssima maneira como Manuel Poppe nos apresenta o infortúnio de Mariana Alcoforado, como pela própria edição que está muito bonita.
    Também gostei muito de o ler.

    Beijinhos para os dois.:))

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    1. Cláudia,
      Gostei muito.:))
      Trouxe da biblioteca As Cartas de Soror Mariana para reler. Já as li há uns anos,provavelmente vou apreciar mais.
      Beijinho.

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