30/03/2014

Regressos à infância


Estranhos são os regressos à infância.
Há sempre nós que se embaraçam
e laços que não se apertam.

Estranhos são os regressos à infância.
Há pequenos cacos entesourados
que persistem na memória.

Há pequenos nadas que se registam,
aparecendo a sombra do que foi.
Canções de embalar perdidas,
risos e choros sentidos.

Ouve-se a cascata que jorra
em sussurros distintos,
relógios que se adivinham com ponteiros surrealistas
e os momentos são pedaços que não encaixam.

Da infância, um livro com poucas imagens e muito texto.


15 comentários:

  1. É bom regressar à infância, de vez em quando...

    Gostei muito da foto da tulipa e o livro deve ser muito giro.

    Tudo bonito!
    Um beijinho e bom domingo!

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  2. Adorei as palavras bem poéticas e a bela imagem!
    Quanto à história...intemporal! Bj

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  3. Sempre bom não esquecer como "éramos" e como sonhávamos o nosso futuro...para não chegarmos a ser como não gostaríamos!
    Um beijo grande
    Lindos livros, belas ilustrações!

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  4. Há sempre um nevoeiro na transposição do eu nas fantasias de ser.O sonho do passado de hoje descasa-se nos confrontos de (des)ilusão.
    Bom poema, boa música, a flor merece-a a Ana.

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  5. A ana é a autora do poema?
    Sublime!
    Beijinhos e votos de boa semana!

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  6. Apesar de tudo, ana, (se a infância não tiver sido traumática), que bom é recordar a infância. É a imagem da Mãe, o colo, o aconchego. É a figura do Pai, a protecção que representava, a corrida quando Ele chegava e uns braços fortes que nos elevavam acima da sua cabeça. E o amor incondicional, único, que nos protegiam de todos os perigos. Que bom é recordar esses momentos únicos!
    Beijinho.

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  7. Ana, vc nos ajudou a construir essa vitória.

    obrigada

    http://cozinhadosvurdons.blogspot.com.br/2014/03/uma-vitoria-luz-do-conhecimento.html

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  8. A infância, espelho reflector de anseios mil...
    Belo poema, Ana!

    Beijo :)

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  9. Sim, tens bem razão, Ana:
    "Estranhos são os regressos à infância.
    Há sempre nós que se embaraçam
    e laços que não se apertam."
    Um beijo

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  10. O quanto estas suas palavras são verdade, Ana!
    Os regressos à infância nem sempre são fáceis. E, tal como escreveu, "Há pequenos cacos entesourados
    que persistem na memória".
    A fotografia é belíssima, com a túlipa(?)
    Um beijinho.:))

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  11. Cláudia,
    A fotografia foi tirada na quinta dos meus pais.
    Já tenho uma túlipa de Amesterdão aberta, mas apenas uma. :))
    Beijinho grato pela sua presença.

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