Aprecio sobremaneira a poesia de Mário de Sá-Carneiro, o que nele há de nostálgico, solitário e triste. Um inadaptado? ... Não o seremos todos num ou noutro momento?
Nos canais, em Amesterdão, a nostalgia esvai-se talvez por causa dos reflexos e da cantoria da água.
Ponte sobre o canal, Amesterdão
Ângulo
Aonde irei neste sem-fim perdido,
Neste mar ôco de certezas mortas? -
Fingidas, afinal, todas as portas
Que no dique julguei ter construido...
- Barcaças dos meus impetos tigrados,
Que oceano vos dormiram de Segrêdo?
Partiste-vos, transportes encantados,
De embate, em alma ao rôxo, a que rochêdo?...
- Ó nau de festa, ó ruiva de aventura
Onde, em Champanhe, a minha ânsia ia,
Quebraste-vos também ou, por ventura,
Fundeaste a Ouro em portos d'alquimia?...
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Chegaram à baía os galeões
Com as sete Princesas que morreram.
Regatas de luar não se correram...
As bandeiras velaram-se, orações...
Detive-me na ponte, debruçado,
Mas a ponte era falsa - e derradeira.
Segui no cais. O cais era abaulado,
Cais fingido sem mar á sua beira...
- Por sôbre o que Eu não sou há grandes pontes
Que um outro, só metade, quer passar
Em miragens de falsos horizontes -
Um outro que eu não posso acorrentar...
Barcelona, setembro de 1914
Mário de Sá-Carneiro, in Indícios de Oiro
«Performed in Stockholm Opera House with Royal Swedish Ballet in 2009».
Coreografia de Juan Ignacio Duato Bárcia, conhecido por Nacho Duato. O coreógrafo nasceu em Valência a 8 de Janeiro de 1957. Gentileza do Youtube.
Coreografia de Juan Ignacio Duato Bárcia, conhecido por Nacho Duato. O coreógrafo nasceu em Valência a 8 de Janeiro de 1957. Gentileza do Youtube.
BFDS, ana
ResponderEliminarAmanhã é feriado em Macau - YES!!! :))
Beijinho
ResponderEliminarCom uma paisagem destas, quem pode estar nostálgico, triste, deprimido,...
Tem razão quando diz que em algum momento da nossa vida, todos nós já nos sentimos inadaptados!
Ana, também gosto imenso de Mário de Sá-Carneiro.
O vídeo está genial!
Um beijinho.:))
Não sei se será problema do meu PC, mas as imagens que tem colocadas do lado esquerdo do blog, aparecem um pouco deslocadas para o centro; uma até está sobreposta no poema...
Comentei por mail.
ResponderEliminarUm beijo.
CLÁUDIA
ResponderEliminarQue imagens ?
Não noto nada.
Mas só cliquei numa...
Um beijo.
Pedro,
ResponderEliminarBom feriado!
Beijinho. :))
João,
Vou ver o mail. Obrigada.
Beijinho.:))
Cláudia,
Também tive o mesmo problema no meu écran. Vou mudar o poema para se ver pois não sei como diminuir as imagens. Coisas da blogosfera pois não acontecia este problema.
Beijinho. :))
Até as pontes são diferentes
ResponderEliminarna sombra que projectam
A foto está muito bonita!
ResponderEliminarUm beijinho e bom fim-de-semana!
Ana,
ResponderEliminaros seus posts, plenos de subtis referências, nunca me deixam indiferente. Agradeço-lhe.
Beijo :)
A água, o eterno elemento apaziguador!
ResponderEliminarE quem não gostará de Mário de Sá-Carneiro?...
Obrigada pelo belissimo video. A dança, a elegância e a arte. E estão reunidos os elementos para momentos de puro prazer.
É sempre um imenso prazer vir até aqui.:)
Beijinho.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarAna,
ResponderEliminarDesisto de comentar enquanto este problema não for resolvido.
Desculpe, uma vez mais.
Beijinho
"Detive-me na ponte, debruçado,
ResponderEliminarMas a ponte era falsa - e derradeira.
Segui no cais. O cais era abaulado,
Cais fingido sem mar á sua beira..."
Maravilhoso Sá-Carneiro! Muito belo o seu post! A ponte mereceu bem a sua pausa... Gostei muito dela!
A música é divinal!
Beijinhos
Mar Arável,
ResponderEliminarObrigada. :))
Boa noite!
Isabel,
Obrigada. Um bom fim de semana e um beijinho. :))
AC,
Obrigada pelas suas palavras. Contenta-me.
Beijinho.:))
GL,
Já me aconteceu. Não se apoquente, não faz diferença nenhuma.
Grata pelas suas palavras.
Beijinho. :))
Maria João,
Fez-me sorrir.
Beijinho grato!:))