22/01/2013

O frio imponente da Natureza

As árvores nem sempre morrem de pé.
O temporal que assolou o nosso país teve destas coisas: derrubar árvores centenárias que embelezavam os caminhos.
Os dois últimos dias e as duas últimas noites passaram mais lentamente, os candelabros substituíram a luz dando um ambiente diáfano e contrapondo o acelerado tempo dos media. 
Se por um lado houve mais diálogo por outro distanciamo-nos do mundo. A frase de Ovídio: 

"Nada é mais forte que o hábito",

torna-se peremptória.

O cinema tornou-se uma redoma perfeita,  foi a fuga possível da falta de luz.e do frio que só a lareira dirimia.

Les Misérables de Tom Hooper, baseado na obra com o mesmo nome de Victor Hugo, foi o filme que fui ver mas ao fugir do frio encontrei o frio dos miseráveis, a frieza do tempo em que a justiça social era inexistente. Será  que caminharemos para esta frieza?
Compreendo o frio imponente da Natureza, mas não compreendo a frieza humana a que o liberalismo político e económico nos está a enredar.


Emile-Antoine Bayard (1837-1991), Jean Valjean a minha personagem preferida.
Rodin, Monumento ao Victor Hugo, primeiro projeto

Gostei do filme e o facto de ser um musical ameniza o ambiente social.

9 comentários:

  1. Comoesta grande árvore arrancada da terra pelas rajadas consecutivas do vento que atingiram os 120/130 km/h, vi algumas aqui no Porto.
    O último verdadeiro ciclone de que me lembro, sucedeu em Fevº de 1941.

    Quanto à película que foste ver, devo dizer que não morro de amores por filmes musicais, de terror, de guerra e daqueles que me obrigam a estar tenso na cadeira. Nem pelos de animação..

    Um beijo.

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  2. As imagens de destruição causadas pelo temporal deixaram-me perplexa e triste. Sintra fez-me imensa pena. Não me lembro de nada assim no nosso país.
    Percebi que ficaste sem luz. Espero que a situação já esteja resolvida.
    Também já fui ver o filme e acabo sempre por sair em lágrimas com esta história. Mas gostei mais de assistir a peça no West End, em Londres. Já com "O Fantasma da Ópera" foi exactamente o contrário e gostei mais do filme (http://www.youtube.com/watch?v=ZSH9USwlBH0).
    Protege-te do frio. Aqui congela-se.
    Bjs!

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  3. As imagens que tenho visto são realmente desoladoras.
    A frieza humana também.
    Abraço

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  4. ana,
    Mete impressão!
    Encontro imagens de devastação por toda a Net.
    Fúria da natureza e falta de preparação para lidar com estes fenómenos?
    É essa a sensação que fica.
    Beijinho

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  5. Ai Ana! Compreendo-a perfeitamente. Eu também me refugio em Centros Comerciais quando não tenho luz em casa, porque desespero com a falta de luz. Quanto ao filme acho que nem consigo ver. Vi o musical em Londres há dez anos e conheço bem a história - e chega-me: a injustiça é uma coisa que me deixa muito mal disposta. Quanto à nossa realidade actual estou cada vez mais assustada e pessimista. Nem sei como dizer aos meus filhos para estudarem para virem a ter um bom emprego, quando forem crescidos, quando vejo as coisas como estão e sem perspectiva de melhorar. Vou-me tentando agarrar ao resto de esperança que ainda tenho e fazer das tripas coração. O egoísmo e a falta de vergonha de algumas pessoas que têm poder dá-me mais arrepios que o frio da natureza. Beijinhos e esperemos que venham dias melhores. Diz-se que depois da tempestade vem a bonança. Assim seja!

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  6. Hoje o litoral está com alerta vermelho! Dão agravamento do tempo a partir da tarde. Vamos ver o que nos espera...

    Ainda não vi o filme.

    Um beijinho, Ana!

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  7. Mais que as imagens da catástrofe, das árvores feridas e caídas, das casa alagadas. Mais que o frio que nos tolhe o corpo. mais que tudo isso, o que me dói é a falta de juízo e o desdém das almas agasalhadas...

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  8. Adorei o filme! Ía vê-lo outra vez.
    Um beijinho

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  9. João,
    Estou a ver que foi mesmo um temporal terrível que assolou o país.
    Gosto muito de musicais e gostei deste filme. :)
    Beijinho.

    Sandra,
    Fiquei dois dias sem luz. Tivemos serões familiares e muito diálogo, foi bom neste aspeto. Em relação a notícias fiquei longe do mundo.
    Gostei do filme e também apareceram as lagrimitas. :)
    Não vi a peça mas vi o Fantasma da Ópera.
    Obrigada, Sandra tem cuidado contigo pois vi que está tudo branco. Beijinho. :)

    Catarina,
    Pois é uma tristeza.
    Beijinho. :)

    Pedro,
    No Estádio Universitário, junto ao ténis caíram todos os cedros. No Jardim da Sereia caíram imensas árvores e sobre o Mosteiro de Celas caiu um cedro, danificou uma parte do telhado. Julgo que há falta de prática nestas situações.
    Beijinhos. :)

    Margarida,
    Compreendo-a bem e concordo com tudo o que diz.
    Que venha a bonança! :)
    Beijinho.

    Cláudia,
    Penso que vai gostar do filme. :)
    Beijinho e que a tempestade se vá embora rapidamente.
    Beijinho. :)

    Rogério,
    O seu comentário fez-me arrepiar pela profundidade que atordoa.
    Graças! :)

    Isabel,
    Um filme que nos prende e encanta. Adoro Jean Valjean, uma personagem complexa e rica.
    Beijinho. :)

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