Joel Isaacson, Retrato de James Joyce, 1998, (detalhe)
gouache
Mas que haveria depois do universo? Nada. Mas haveria qualquer coisa em torno do universo para mostrar onde terminava, antes do lugar onde começava nada? Podia não ser uma parede, mas podia ser uma linha fininha, muito fininha em torno de todas as coisas. Era algo imenso, pensar em tudo e em todos os lugares. Só Deus o podia fazer. Tentou imaginar o enorme pensamento que esse deveria ser, mas só conseguiu pensar em Deus. Deus era o nome de Deus, tal como o seu nome era Stephen. Em francês dizia-se Dieu em vez de God, e era também o nome de Deus. E quando alguém rezava e dizia Dieu em vez de Deus, Deus compreendia imediatamente que era um francês que rezava. Mas embora tivesse nomes diferentes em todas as línguas do mundo, e se bem que Deus compreendesse o que diziam todos os homens que rezavam nas suas línguas diferentes, contudo, Deus permanecia sempre o mesmo Deus e o nome verdadeiro de Deus era God.
James Joyce, Retrato do Artista quando Jovem, Lisboa: Difel, 2002, p.34-35.(trad e prefácio de Alfredo Margarido, 2ª ed.)
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"God is a concept"
ResponderEliminarJohn Lennon.
Always love and nothing else...
Words,
God,
love,
cry and laugh... life.
Deus deve ser um só, independentemente do que lhe chamem...
ResponderEliminarGostei de ouvir o John Lennon.
Beijinhos
Ana,
ResponderEliminaro texto é belo, porém você está triste.
5 bjs grandes e que Diel a cubra.
Feliz esta associação de Joyce a Lennon, ana
ResponderEliminarBjs
Talvez Deus seja um conceito só, talvez não...
ResponderEliminarO texto do Joyce tem uma grande frescura.Gostei muito de o ler, já não me lembro nada do livro!
O John Lennon é sempre ele e bom...
Bom week end, Ana!
Isabel,
ResponderEliminarTalvez tenhas razão. O que interessa o nome?
Beijinhos.:)
Cozinha dos Vurdóns,
Obrigada, a tristeza ou a melancolia é um mal da nossa língua portuguesa, não é?
5 Beijinhos grandes! :)))))
Obrigada Pedro,
Bjs. :)
MJ,
Pois, é talvez seja um conceito ou muito mais.
Beijinhos mil! :)
Pois é, rectifico.
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