23/08/2017

Sabedoria em memória de A. H. Oliveira Marques

Em memória do professor Oliveira Marques que nasceu em 1933, a 23 de Agosto, reflecti sobre estes dois textos um de Platão e outro do historiador. 
Tudo se pode interligar quando queremos ver.


Sócrates sentou-se e respondeu:
-Seria bom, Agatão, que a sabedoria fosse uma coisa que se pudesse transmitir, de um homem que a possui, a um homem que não a possui, mediante um simples contacto mútuo, tal como a água que passa para um copo vazio através de um simples fio de lã.


Platão, O Banquete ou do Amor, Coimbra: Atlântida Editora, sd, p. 44.



A. H. Oliveira Marques, "História genealógica do homem comum: micro-história ou macro-história?", Revista da Faculdade de Letras História,Porto, Série, III, vol. 4, 2003, pp. 173-186.



22/08/2017

Ginjinha!

O pecado da gula - o que resta da ginjinha, mas acreditem despareceu tudo.


O local do crime


Uma das entradas no Castelo de Ourém


O meu portal


Grafismos no portal aberto para o infinito.


A hora da partida... (?)


                              

É mais fácil com uma mão
dez estrelas agarrar
fazer o sol esticar
reduzir o mundo a grude
mas ginja com tal virtude
é difícil encontrar.

[Versos a decorar as paredes da Ginjinha do Rossio]
Gabriela Carvalho, A Baixa de Lisboa, Lisboa: Inapa, 2005

Solista -Mari Silje Samuelsen

19/08/2017

Viagem pelo nosso país


Como um dente-de-leão, o nosso país verdejante fenece frágil aos fogos de Verão.
É uma maldade da mão do homem que se espalha naturalmente pela força da Natureza.
Os homens choram pela vida e pelos bens.
Perdemos oxigénio, perdemos o verde que aquece a alma e o olhar, é como com o dente-de-leão a beleza desaparece com o sopro.
Gosto tanto do Verão e do tempo quente que é uma pena associar-se a este flagelo, ... o azar para muitos e as vantagens para alguns.



Recentemente homenageou-se o rei do Rock. Não é a minha música mas está de acordo com o tema .
que escolhi.

 

18/08/2017

Para a Isabel

Parabéns Isabel.
Um dia muito feliz!

Joaquín Sorolla -Corriendo por la playa, 1908. 
Museo de Bellas Artes de Asturias, Oviedo, España.

Corriendo por la playa. Valencia

http://www.museobbaa.com/obra/corriendo-por-la-playa-valencia/


Correria,
risos,
salpicos,
o sol e o mar, 
a vida e a alegria
são 
a escrita na areia,
numa tarde de Agosto
nos idos de sessenta.

ana

11/08/2017

Leituras de Verão - "O Que Falta ao Mundo para Ser Quadro"

O Que Falta ao Mundo para Ser Quadro é um livro de Rosa Alice Branco, um livro de 1993, com alguns anos, mas não ultrapassado. 

O livro foca a percepção, o olhar sobre a Arte e a linguagem da arte ao longo de algumas correntes artísticas. 
Uma das passagens do livro revela que Kandinsky desenvolveu na sua obra, Do Espiritual na Arte (1912),  "a ideia de que a obra de arte deve ser profética, na medida em que sendo filha do seu tempo deve realizar-se para a frente, por antecipação e para cima, em viagem, tentando alcançar o vértice do triângulo espiritual."

Gostei especialmente deste excerto, o tempo, esse grande peso que é para o homem, o tempo que produz os seus efeitos, o tempo que mostrei numa postagem sobre a Figueira da Foz. Ele sempre ele a marcar o ritmo.

Também o livro tem o seu tempo, foi produzido segundo as ideias em voga e a ciência do momento, mas ele é intemporal.
O livro é um estudo filosófico sobre a percepção, a ilusão e o objecto da arte.

Achei deliciosa a capa, ou seja a escolha ter recaído sobre um quadro de Magritte, A Condição Humana, (1933). 
Arranjei o livro na Livraria Lumière.

08/08/2017

Cat's Day

No dia Mundial do Gato e porque sou fã de gatos a minha escolha recai num desenho de Joaquín Sorolla, um pintor que visitei nestas férias. Curiosamente, na sua casa, em Madrid, não vi nenhuma pintura com gatos.

Joaquín Sorolla, Apontamentos sobre gatos retirado do site:
Apuntes de gatos y figura - Dibujo - http://europeana.eu/portal/record/2022


O estúdio de Joaquín Sorolla

Artefactos do pintor



MAGNIFICAT

Quando é que passará esta noite interna, o universo,
E eu, a minha alma, terei o meu dia?
Quando é que despertarei de estar acordado?
Não sei. O sol brilha alto,
Impossível de fitar.
As estrelas pestanejam frio,
Impossíveis de contar.
O coração pulsa alheio,
Impossível de escutar.
Quando é que passará este drama sem teatro,
Ou este teatro sem drama,
E recolherei a casa?
Onde? Como? Quando?
Gato que me fitas com olhos de vida, quem tens lá no fundo?
É esse! É esse!
Esse mandará como Josué parar o sol e eu acordarei;
E então será dia.
Sorri, dormindo, minha alma!
Sorri, minha alma, será dia!


7-11-1933


Poesias de Álvaro de Campos. Fernando Pessoa. Lisboa: Ática, 1944 (imp. 1993), p. 298. [Arquivo Pessoa]

Betty Buckley

05/08/2017

Barco(s)

Barco em terra

Barcos

Um por um para o mar passam os barcos
Passam em frente de promontórios e terraços
Cortando as águas lisas como um chão


E todos os deuses são de novo nomeados
Para além das ruínas dos seus templos


In «Mar», antologia com poemas de Sophia de Mello Breyner Andresen (com “Nota” de Maria Andresen de Sousa Tavares e “Posfácio” – reedição da primeira recensão feita ao primeiro livro de Sofia, «Poesia», publicado em 1944 – da autoria de Francisco de Sousa Tavares), Editorial Caminho, Lisboa, Fevereiro de 2002 (4.ª edição).

Poema retirado daqui


Anderson & Roe's "A Rain of Tears" for two pianos, based on Antonio Vivaldi's "Sento in seno ch'in pioggia di lagrime" ("I feel within a rain of tears")

04/08/2017

O tempo e os homens

O tempo, os homens e o mar...
O mar é sempre o mesmo, 
                                    o da nossa "infância",
livre das mudanças e dos tempos,
bate nas rochas, traz a sua espuma e o seu cheiro a maresia.

Passado, Grande Hotel da Figueira, arquitecto Inácio Peres Fernandes (inaugurado em 1953)

Passado, João de Barros, poeta, nasceu na Figueira da Foz

Presente, Eurostars Hotels, inaugurado em 2014, (passado?)
 arquitectos António Monteiro,  Pedro Santos

Presente


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