25/08/2014

"O Mar Junto A Meus Pés..."

"O mar junto a meus pés" sem o conseguir agarrar...
Fecho os olhos. Cheiro a maresia... 
A faina dos pescadores é corrompida no ar
pelo ruído dos altifalantes de um palco contra-natura.

Na areia, a escultura da miudagem ganha vigor,
guarda os risos trocados na azáfama da construção 
entre a moldagem e os baldes de água entornados.
O abismo entre a realidade e a fantasia é revelador.

O préstimo está na vontade da peça ser eternizada esta estação.
Não há vento, nem ondas que levem a ideia
escrita  na areia da praia.

O dragão sem descanso lança chamas.
No entanto, as sereias não o miram, desprezam-no,
sem lhe cantarem no silêncio da noite de Verão!

[Seguindo o mote de Guerra Junqueiro]









Dom Carlos (escultura de Luís Valadares)

18 comentários:

  1. Hoje de manhã não era possível comentar, ana
    Estou aqui a ver paisagens que me são muito familiares :))
    Beijinhos e votos de boa semana

    ResponderEliminar
  2. Pois Pedro,
    Fiz uns disparates para tentar incorporar as respostas. Lá consegui.
    Obrigada.
    Portugal tem paisagens lindíssimas. O mar que une e afasta.
    Beijinho. :))

    ResponderEliminar
  3. Belo poema e belas fotografias. Cada dia a admiro mais, Ana! Beijinhos!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigada Margarida. :))
      É mútua a admiração.
      Beijinho. :))

      Eliminar
  4. Um mar de risos e nostalgias que nos está na pele e na alma.
    As imagens...! Nossas e belas.

    Lídia

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Lídia,
      Sem dúvida.
      Obrigada.
      Pena é conspurcar-se a natureza com o som de festa artificial. Isto porque junto à baía está montado um gigantesco palco.
      Um abraço. :))

      Eliminar
  5. Que beleza traz a Ana a esta janela de fantasia
    a areia e o mar são tesouros a não perder.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigada, Agostinho.
      O mar enche-nos sempre a vista. Tenho um fraquinho por ele. Confesso.
      Boa tarde!:))

      Eliminar
  6. Um belo retrato do verão: a natureza, eterna (será?), o presente, fugaz e ruidoso, a criança, a alegria e a esperança, a arte, onde quer que esteja e a Poesia, presente em todos os espaços e tempos. Excelente! Beijos.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Jane,
      O espírito lusitano que tão bem conhece e partilha faz-nos destes momentos.
      Beijinho grato.:))

      Eliminar
  7. Tantos são os mares

    os de chão e os que se levantam

    Belo

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Mar Arável
      Obrigada. )) Pois são tantos mares.
      Boa noite!

      Eliminar
  8. Diz Céline Cousteau (sim, neta :)): "We are beginning to learn that our brains are hardwired to react positively to water and that being near it can calm and connect us, increase innovation and insight, and even heal what’s broken."
    Está-nos no cérebro, o mar, está-nos na alma...

    Boa noite, cara ana :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Xilre,
      Obrigada pela citação de Céline Cousteau.
      Sim, o mar está no cérebro e na alma... e nada há a fazer. :))
      Boa noite!

      Eliminar
  9. Sabe o que me fez lembrar com este seu post? O filme " Les Vacances de Mr. Hulot", de Tati, o qual nunca me deixa indiferente.
    Continuação de um bom tempo de férias
    Manel

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Manuel,
      Gostei muito de ver "Les Vacances de Mr Hulot". Foi o meu amigo Manuel Poppe que mo indicou.
      Achei graça à sua ligação.
      Boas férias também. :))

      Eliminar

Arquivo