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Enquanto quis Fortuna que tivesse
Esperança de algum contentamento,
O gosto de um suave pensamento
Me fez que seus efeitos escrevesse.
Porém temendo Amor que aviso desse
Minha escritura a algum Juízo isento
Escurecendo o Engenho com o tormento,
Para que seus enganos não dissesse.
Ó vós, que Amor obriga a ser sujeitos
A diversas vontades! Quando lerdes
Num breve Livro casos tão diversos;
Verdades puras são, e não defeitos.
Entendei que segundo o Amor tiverdes,
Tireis o entendimento de meus Versos.
[transcrição actualizada]
Rimas Várias de Luís de Camões, (comentadas por Manuel de Faria e Sousa) Edição comemorativa, Lisboa: Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1972, pag. 1.
«Camões» de Leitão de Barros estreou a 23 de Setembro de 1946, no cinema S. Luís.
Argumento: A tempestuosa existência errante de Luís Vaz de Camões, desde os tempos irreverentes com estudante em Coimbra, aos amores contrariados, como guerreiro da "má fortuna", até ao declínio inglório, acompanhando a decadência do fausto renascentista e da pátria imperial. Intérpretes: António Vilar - Camões; José Amaro - D. Manuel de Portugal; Igrejas Caeiro - André Falcão de Resende; Paiva Raposo - Pero de Andrade Caminha; Idalina Guimarães - Inês; Leonor Maia - Leonor; Vasco Santana - Mal Cozinhado; Eunice Muñoz - Beatriz da Silva; José Victor - Frei Bartolomeu Ferreira; Carmen Dolores - Catarina de Ataíde / Natércia; João Villaret - D. João III; Julieta Castelo - Infanta D. Maria; Assis Pacheco - D. João da Silva - O Regedor de Justiça e ainda: António Silva; Costinha; Manuel Lereno; Dina Salazar, António Góis, Josefina Silva; Regina Montenegro.
Rimas
ResponderEliminarque tão bem rimam
fosse o dia
rimado assim
e
teria
todo o significado para mim
Ainda se estudará Camões nas escola secundárias?
ResponderEliminarVeio-me ao pensamento, agora, que a glória da Nação foi edificada por "deserdados".
10 de Junho a ser comemorado com a visita à Gruta de Camões em Macau neste preciso momento, ana.
ResponderEliminarBeijinhos
Notável, verdadeiramente, a peça de Fernado Lopes-Graça.
ResponderEliminarVai bem, acompanha magistralmente, o dia.
Grande Camões, sem dúvida! Grande o poema Os Lusíadas, tão diferente e tão mais suave do que nos ensinaram, transformando-o num pesadelo sintáctico!
ResponderEliminarLindas as rimas todas. Era grande mesmo! E quem perceber, percebe...
"Verdades puras são, e não defeitos. (Ele o dizia...)
Entendei que segundo o Amor tiverdes,
Tereis o entendimento de meus Versos."
Bom feriado!
Vi o filme mais que uma vez, nos tempos em que dava na televisão. Eram bons filmes portugueses!
ResponderEliminarUm beijinho :)
Rogério,
ResponderEliminarGostei do seu comentário.
Boa noite!:))
Agostinho,
Pelo que sei ainda se estuda.:))
Boa noite!
Pedro,
Era tão bom que partilhasse uma fotografia. Um dia hei-de ir a Macau.
Beijinho. :))
Xilre,
Fernando Lopes-Graça foi o eleito para homenagear Camões. Obrigada.
Boa noite! :))
Maria João,
Este livro de Rimas em dois volumes tem sonetos belíssimos. Obrigada.
Beijinho. :))
Também o vi há uns anos. A câmara tem boas perspectivas a forma ou estilo do conteúdo pode ser questionável, mas gostei de rever este pedaço.
Beijinho. :))
Soube bem (e neste dia) esta releitura :)
ResponderEliminarbeijo amigo
Daniel,
ResponderEliminarObrigada. :))
Beijo amigo.
ResponderEliminarErros meus, má Fortuna, Amor ardente
Em minha perdição se conjuraram;
Os erros e a Fortuna sobejaram,
Que para mim bastava Amor somente.
Tudo passei; mas tenho tão presente
A grande dor das cousas que passaram,
Que já as frequências suas me ensinaram
A desejos deixar de ser contente.
Errei todo o discurso de meus anos;
Dei causa a que a Fortuna castigasse
As minhas mal fundadas esperanças.
De Amor não vi senão breves enganos.
Oh! Quem tanto pudesse, que fartasse
Este meu duro Génio de vinganças!
Luís Vaz de Camões, in "Sonetos"
O POETA!
Um beijo
Lídia,
ResponderEliminarObrigada.
Um beijinho. :))