RoseAnn Hayes,Dente de Leão
Silêncio intacto
Sobe até ao cimo da manhã.
É lá que deves esperar-me,
grande intervalo de silêncio
musicado e fresco,
até que eu me liberte
do terror das palavras sedentárias
e aprenda, irmão mais novo dos insectos,
a linguagem, perfumada das flores.
Albano Martins,(1967), Coração de Bússola, p. 31. retirado da Livraria Lumière
[Obrigada Cláudia].
Aproveito para homenagear com este poema um Senhor da literatura portuguesa que partiu recentemente, Urbano Tavares Rodrigues. [Entrou no grande silêncio]
A vida é como o dente-de-leão: passa breve e fugidia.
Sopra-se na flor e evapora-se a sua essência nos montes, vales, rios e mar.
(Alterado às 11:10 h)
O poema de Albano Martins liga muito bem com outro momento que vivi: o do fado cantado num bar em Paris. Estou a falar do filme: A Caixa Dourada (La Cage Dorée) de Rúben Alves. Recomendo-o vivamente. Intitulado comédia... há momentos de riso e momentos de profundo olhar sobre a arte de ser português (parafraseando o nosso Teixeira de Pascoaes).
Da película guardo:
- Inteligência;
- Sensibilidade,
- Surpresa, num brevíssimo momento de um jantar;
- Clarividência;
- Superioridade lusa, pró-italiana, e superioridade xenófoba mas tudo com ligeireza e bom gosto;
- Amor em duas frases sucintas: "Morra em Portugal" (fado) e "A meus pais" (dedicatória final de Rúben Alves).
Penitencio-me pela crítica efetuada a casas com azulejos e telhados nada condizentes com os do nosso país.
Dente-de-leão anos 80
Já viste...eu queria muito vê-lo, vamos ver se vem até cá, mas de qualquer maneira não vai ser já, uma vez que o Cine-Teatro este mês não tem cinema.
ResponderEliminarSó tenho ouvido criticas positivas.
Gostei do poema, que também já tinha lido no blogue da Lumière.
Um beijinho
Quase ma passava a referência à homenagem...
ResponderEliminarAdorei o poema. Bjns!
ResponderEliminarGostei muito do poema e da pintura. Tenho curiosidade em ver o filme. Beijinho.
ResponderEliminarIsabel,
ResponderEliminarO filme retrata a essência de ser português.
Beijinho. :))
Rogério,
Aceito a crítica: tem demasiada informação. Porém - o silêncio e o perfume das flores - estão presentes nos dois momentos. Na morte do Urbano Tavares Rodrigues /a morte e a vida/ e ainda no silêncio dos que partem porque no país não têm como ganhar o seu pão.
Abraço. :))
Margarida,
É lindo, não é?
Beijinho. :))
Sandra,
Obrigada. Vê o filme pois vais gostar. Uma emigração diferente da atual. 30 anos de vida em Paris.
Beijinho. :))
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarFui hoje ver o filme e, acredite, senti um orgulhozinho grande na essência daquilo que nos caracteriza.
ResponderEliminarNão me vou alongar , a Ana já fez uma análise/descrição muito completa.
Em sintese, acrescento que me agradou particularmente a forma como Rubén Alves consegue mostrar que somos generosos, trabalhadores, só aparentemente servis.
Saí de bem connosco enquanto povo, zangada, muito zangada com aqueles que nos querem destruir.
Quando o filme terminou fui surpreendida pela reacção do público: uma enorme salva de palmas. Há anos que não assistia a uma manifestação destas.
Urbano Tavares Rodrigues, o Homem que devia ser o exemplo a seguir, mas que a mediocridade impede.
É tão dolorosa a sua partida!
Quem teve a felicidade de o conhecer, de lidar com ele, nunca o esquecerá.
Beijinho.
Urbano
ResponderEliminarum Homem que não se vendeu
GL,
ResponderEliminarAs suas palavras definem muito bem a essência do filme de uma forma muito direta que me agrada.
Saí verdadeiramente emocionada do filme. Deu-me muito prazer ver a alma lusa em terras para lá da Lusitânia.
Beijinho. :))
Mar Arável,
Diz tudo.
Abraço. :))
GL,
ResponderEliminarAs suas palavras definem muito bem a essência do filme de uma forma muito direta que me agrada.
Saí verdadeiramente emocionada do filme. Deu-me muito prazer ver a alma lusa em terras para lá da Lusitânia.
Beijinho. :))
Mar Arável,
Diz tudo.
Abraço. :))
Ana, é muito interessante ver nosso país pelos olhos do emigrante. Quando há sensibilidade nesse descrever, desperta o que temos esquecido, talvez por estar sempre presente... Beijos, boa semana.
ResponderEliminarVou publicar amanhã um post com Urbano Tavares Rodrigues como tema.
ResponderEliminarBeijinho e votos de boa semana!
Jane,
ResponderEliminarTem toda a razão.
Obrigada pela visita.
Beijinhos. :))
Pedro,
Boa semana. Bj. :))
Ana,
ResponderEliminarFico satisfeita por ver aqui o poema de Albano Martins!
É mais uma prova que foi uma escolha acertada!
Vou tentar ver o filme que refere. Fiquei curiosa!
Um beijinho.:))
Cláudia,
ResponderEliminarVai gostar do filme. Eu adorei.
Beijinhos.:))
A aguarela é gira.
ResponderEliminarÉ a Catarina Wallenstein que canta o fado no filme. Parece que nunca tinha cantado e não o faz nada mal.
Boa noite!
Boa noite MR,
ResponderEliminarTambém gostei. :))
Boa noite MR,
ResponderEliminarTambém gostei. :))