Nos últimos tempos houve um filme que me tocou especialmente: Habemus Papam - Temos Papa, realizado por Nanni Moretti. O papel de Papa eleito foi executado com excelência por Michel Piccoli.
A leveza aparente de alguns momentos do filme, quanto a mim, embeleza mais a profundidade do tema. O novo príncipe da Igreja era sobretudo um homem com um passado controlado pelo meio familiar. A película levantou as seguintes questões:
Qual é o caminho a seguir? Porquê as pressões? Qual é a possibilidade de escolha?
Não pude deixar de relacionar este tema com umas telas que vi no Museu de Évora.
Escolhi a primeira pintura para retratar a citação registada:
«Soffro di deficit da accudimento, ma non ho capito cos'è»
(Sofro de défice parental, mas não sei o que é). *
(Sofro de défice parental, mas não sei o que é). *
Não consegui identificar o pintor nem o retratado mas está no Museu de Évora
A pintura que se segue para ilustrar:
«Senta,ha problemi con la fede? »
(Santidade tem problemas com a fé?)
(Santidade tem problemas com a fé?)
Autor desconhecido, Anunciação, 2º quartel do século XVI, Museu de Évora
Por último uma das citações que mais me apaixonou foi:
«Il concetto di anima e quello di inconscio non possono coesistere.»
(O conceito de alma e de inconsciente não pode coexistir)
interliguei-a com o Arrependimento de Pedro
Autor desconhecido, O Arrependimento de S. Pedro, Escola Italiana, século XVII
Museu de Évora
Por último uma das citações que mais me apaixonou foi:
«Il concetto di anima e quello di inconscio non possono coesistere.»
(O conceito de alma e de inconsciente não pode coexistir)
interliguei-a com o Arrependimento de Pedro
Autor desconhecido, O Arrependimento de S. Pedro, Escola Italiana, século XVII
Museu de Évora
* No filme o Papa eleito diz que quando era jovem queria ser actor. As citações foram retiradas de um site sobre cinema.
Também gostei muito do filme.
ResponderEliminarTerá ele todas essas questões dentro de si, porque por trás da pessoa com tão pesado cargo, está o homem que já foi criança e brincou como todas as crianças e teve os seus sonhos como toda a gente. Um percurso como o de muitos, cujos sonhos e vontades foram modificadas pela vida ou por imposições exteriores.
Apenas um homem com as mesmas fragilidades de um ser humano, as mesmas dúvidas existenciais.
Beijinhos
Mais um filme para eu ver, ana.
ResponderEliminarBjs e bom feriado
Um filme a ver. A MJ também falou dele.
ResponderEliminarPor vezes há escolhas que temos que tomar, e tão dificeis são.
Beijinho
gOSTEI MUITO DAS PINTURAS, ESPECIALMENTE A ÚLTIMA. nÃO VÍ O FILME, MAS VCS ME DEIXARAM CURIOSA...OU MELHOR, TODAS NÓS ESTAMOS.
ResponderEliminarENTRETANTO ANA, ATÉ QUE ENFIM MECHERAM NA FERIDA, A INTOCABILIDADE PAPAL, ISSO É BOM, DEBAIXO DO MANTO TEM UM HOMEM, NÃO UM SANTO.
BJS DE TODAS NÓS.
Isabel,
ResponderEliminarParece-me que era apenas um homem com as suas fragilidades e acima de tudo um homem que não almejava o poder.
Bjs. :)
Pedro,
Bjs, bom feriado! :)
Carlota,
Gostei muito!
Bjs. :)
Cozinha dos Vurdóns,
É isso mesmo debaixo do manto há um homem e foi esse que eu encontrei.
5 Bjs. :)))))
Pois é, eu gosto é destas conversas! Pensar faz bem aos olhos (e a outras coisas) ao contrário do que dizia o nosso "jongleur" preferido: Fernando Pessoa.
ResponderEliminarImportante é "pôr em questão" tudo Alguma resposta aparecerá...ou não.
O filme faz pensar. Ele é um HOMEM, tem dúvidas, assusta-se, não se acha digno, tem medo?
Que importa? Todos os homens são assim...
Beijinhos
Pois é, MJ. Ele era um homem aparentemente sereno, cheio de dúvidas, tão humano, tão corajoso.
ResponderEliminarBjs. :)