Cá em casa instalou-se o caos nos livros. Uns estão em pé, outros deitados, uns à vista, outros escondidos, não têm espaço para respirar!
Choram lamurientos porque não têm o lugar que merecem.
As estantes do outro lado sofrem do mesmo mal.
Alguns Tintins estão no chão a aguardar um espaço livre. Disse para mim que isto não pode continuar. Até 31 de Dezembro embora o tempo seja um dilema vou tratar dos meus/nossos livros. (A rolha é da minha gata)
O Livro
Dos diversos instrumentos do homem, o mais assombroso é, indubitavelmente, o livro. Os outros são extensões do seu corpo. O microscópio e o telescópio são extensões da vista; o telefone é o prolongamento da voz; seguem-se o arado e a espada, extensões do seu braço. Mas o livro é outra coisa: o livro é uma extensão da memória e da imaginação.
Em «César e Cleópatra» de Shaw, quando se fala da biblioteca de Alexandria, diz-se que ela é a memória da humanidade. O livro é isso e também algo mais: a imaginação. Pois o que é o nosso passado senão uma série de sonhos? Que diferença pode haver entre recordar sonhos e recordar o passado? Tal é a função que o livro realiza.
Em «César e Cleópatra» de Shaw, quando se fala da biblioteca de Alexandria, diz-se que ela é a memória da humanidade. O livro é isso e também algo mais: a imaginação. Pois o que é o nosso passado senão uma série de sonhos? Que diferença pode haver entre recordar sonhos e recordar o passado? Tal é a função que o livro realiza.
Jorge Juís Borges, Obras Completas, 1975-1988, Vol. IV, "O Livro", Teorema, 1999, p. 171
Esta decisão foi tomada quando quis guardar um livrinho e encontrei outro com cinco peças Isabelinas: Five Elizabethan Tragedies, impresso em 1950 pela University Press, Oxford. Adquiri este livro num alfarrabista em Portobello Road quando visitei Londres. Estava perdido no meio de outros...
Deixa lá Ana. Há mais gente assim!
ResponderEliminarReconheci por aí os livros do Jorge Luís Borges do Circulo de Leitores, não reconheci? Também os tenho. Fico curiosa àcerca dos livros da tua estante. Acontece-me sempre. Gosto sempre de bisbilhotar as estantes para descobrir livros comuns, talvez gostos comuns ou preciosidades que desconheço. As tuas devem ter muitas preciosidades.
É o mundo dos livros que amamos.
Beijinhos
Que delícia!!
ResponderEliminarOrganizados, deitados, de pé, à vista ou escondidos, os livros são sempre magníficos.
O importante é saber que sempre que precisamos deles, estão ali. Ou será que afinal é ali?!!...
Hi, hi, hi!!!
Sei perfeitamente o que isso é. O ideal é estarem arrumados e organizados para optimizar o tempo, mas nem sempre é fácil.
Se precisar de ajuda para para os arrumar (ou desarrumar ainda mais) candidato-me...
Gostei do pormenor da rolha!!
Assim como escreve a Isabel, sempre que vejo livros não fico indiferente e quando dou por mim já estou junto a eles a ler títulos e autores,e...
fico completamente rendida!
Um beijinho terno e amigo,
Cláudia
Adorei o texto de Borges e o tema é relevante: de facto, vamos acumulando livros e não temos tempo / espaço para os acomodar devidamente. Em minha casa ainda há outro problema: tempo para ler tudo o que quero / preciso de ler... Boa semena!
ResponderEliminarComo eu estaria feliz nessa "confusão" de livros, eheheheh.
ResponderEliminarOs meus, menos que os teus, têm que estar arrumados, escondidos por causa de um pirata que gosta de golpear, não os piratas maus, mas os livros.
Beijo
"O livro é uma extensão da memória e da imaginação."
ResponderEliminarNada poderia definir tão bem o livro como essa frase. Nele, encontramos abrigo para os nossos desejos...
Todos os meus sonhos sem teto cabem dentro do livro que ainda não escrevi.
Adoro vir aqui. Sempre aprendo!Bjs
Isabel,
ResponderEliminarÉ um horror e eu não fotografei as prateleiras que antecedem a primeia da foto. Essas então...
As prateleiras estão por temas. O Jorge Luís Borges aparece na colectânea mas também em livros individuais. O que fotografei são uma parte dos livro de literatura, de poesia e de viagens... e outros estão escondidos não sei. Vês o horror.
Não tenho muitas preciosidadees embora para mim sejam.
Bjs. :)
Cláudia,
É um desepero. Outro dia queria uma edição antiga do "Principezinho" e não encontrei. Tenho uma nova que é a três dimensões.
Preciso mesmo de organizá-los. Tinha gosto em que viesse cá a casa mas só para olhar os livros.
Bjs. :)
Margarida,
Somos duas, tenho uma pilha de livros para ler. Anseio pelo tempo para o fazer sem remorsos...
Bjs. :)
Carlota,
Daqui a uns tempos o pirata já não vê nos livros inimigos para golpear.
:) Bjs.
Julieta,
ResponderEliminarObrigada pela sua visita e seja bem-vinda!
Concordo com a escolha da sua frase é magistral, não é?
Bjs. :)
Ana,
ResponderEliminarEu sou uma espécie rara...adoro ler e depois deixar os livros voarem por aí...há muitos anos que aderi a esse conceito de deixar partir os livros. Guardo alguns...poucos.
O mesmo com os objectos que arrumo dentro dos armários.
Bj
Gostava de ser como a George Sand, mas não consigo. Guardo tudo.
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarana,
ResponderEliminarTinha um amigo que dizia que, ter os livros muito arrumadinhos era muito mau sinal.
Significava que não eram utilizados.
Bjs
George Sand,
ResponderEliminarTambém já fiz voar alguns livros. Já aqui falei disso uma vez, que cumprida a sua missão eles podem partir. No entanto há alguns que pelas memórias e pelas sensações têm que permanecer guardados.
É um horror eu sei. O espirito e a mente é que importa!
Obrigada pela partilha e pela sua grandeza porque é preciso grandeza para nos separarmos de um livro, eu nem sempre a tenho.
Abraço! :)
Isabel,
Já pratiquei estes voos mas nem sempre o consigo fazer.
Beijinhos! :)
Pedro,
Obrigada pelo seu comentário, pois conforta-me de certa forma. Embora ande com um nó na garganta porque tudo deveria estar acessível, codificado e arrumado.
Beijinhos. :)
Para o anónimo,
ResponderEliminarLamento que tenha desistido de deixar mensagem, pois fico curiosa.
Aprendo sempre com quem me visita mesmo que seja desagradável. E quando é pouco animoso tira-se o comentário, temos essa possibilidade.
Ana, este post fez-me sorrir :-) Ultimamente, temos andado nessas arrumacoes. Nada deixei em Lisboa e esta casa e mais pequena.
ResponderEliminarTambem sou como a Isabel. Quando vou a casa de alguem, nao consigo de deixar de olhar para os livros. Vejo as estantes, faco perguntas...ah, e tenho paixao por livros antigos :-)
Beijinhos!!
Quando tento arrumar os livros
ResponderEliminarnão sei se os estou a desrespeitar
a impedir que alguém os procure
como merecem
Sandra,
ResponderEliminarJulgo que faço parte dessa parceria pois também tenho curiosidade sobre o que as pessoas lêem. É tão importante, quase me atrevo a dizer que diz-me o que lês que direi quem és!
Bjs. :)
Mar Arável,
Que bonito o que disse. O livro é para ser lido para além de nós.
Bjs. :)
Livros eu adoro! Belas imagens! e os "Tintins" (também tenho muitos...)!
ResponderEliminarEu compreendo-a bem: só livros? E por que não? Não têm preço!
Mais beijinhos
o falcão
MJ,
ResponderEliminarA colecção dos Tintins não é minha mas li alguns!
Bjs. :)
Livros, livros... adoro livros. Tenho-os em várias estantes (pequenas) nas diferentes divisões da casa. Os que gosto mais encontram-se no meu quarto. Tenho, sem exagero, umas boas dezenas para ler (porque me oferecem ou compro alguns nos “garage sales” a preços incríveis – 50 cêntimos cada, por exemplo! Recordo-me de há uns 3 ou 4 anos encontrar numa destas “garages sales”, sete livros de Deepak Chopra a esse preço; comprei-os todos) mas acontece que os dias não são suficientemente longos! E dedicando tanto tempo à blogosfera, fico ainda com menos tempo ... dilemas, dilemas! : )
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