11/10/2011

Mulher(es)

Quando a luz penetrar profundamente talvez a igualdade seja possível...




Cafetaria do Museu Nacional Arte Antiga, Lisboa


“Women should stop being or feeling that they are part of the problem and become part of the solution. We have been marginalized for a long time, and now is the time for women to stand up and become active without needing to ask for permission or acceptance. This is the only way we will give back to our society and allow for Yemen to reach the great potentials it has,” concluded
Tawakul Karman. Daqui


Azulejo do Quartel do Carmo, local importante na luta da nossa liberdade (1974), Lisboa



Tawakul Karman foi uma das mulheres agraciadas com o Nobel da Paz. Uma mulher entre mulheres que se destaca na luta pela liberdade, no todo que encerra esta palavra. A cultura ocidental não me deixa compreender totalmente o que é viver num país árabe e segundo as leis do Alcorão.

17 comentários:

  1. Muito belo o teu post Ana.

    Ainda há tanto por fazer...

    Beijinhos

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  2. ana,
    Dizia a minha antiga chefe que a minha vida foi sempre marcada pelas mulheres.
    Do colo da mãe e da avó, para o colo das primas que me acolheram em Macau, para o colo da minha mulher e das minhas filhas.
    E com a grande maioria das colegas, diariamente, mulheres.
    Como tal, o meu respeito, e a minha compreensão e sensibilidade para com as mulheres, parece que é muito forte (não sou eu que digo isto).
    No século XXI, falar-se em igualdade, em direitos da mulher, é algo tão óbvio que nem faz sentido.

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  3. Compreendo-a, Ana.
    Confesso que a burka me faz muita impressao. Para mim, e importante ver o rosto das pessoas (e nao so os olhos). Sinto-me mais segura. Tambem me faz impressao ve-las tao vestidas nos dias abafados de Julho. Ha muita humidade no ar por causa dos canais. O tempo chega a ser sufocante. Nao sei como conseguem. Espero que um dia, as mulheres muculmanas possam gozar de mais liberdade, e nao so no vestuario, claro ;-)
    A titulo de curiosidade, nao sei se a Ana estara a par do que se esta a passar actualmente nos Paises Baixos:
    ja ouviu falar no politico holandes Geert Wilders? Ele fez um filme, o "Fitna", que podera encontrar no Youtube. O partido dele, que se caracteriza pela contestacao a comunidade muculmana, tem vindo a crescer por aqui, sobretudo em Haia e Almere e ja faz parte do governo de coligacao. O mal-estar contra os muculmanos agudizou-se apos o assassinato do Theo van Gogh em 2004. Este cineasta produziu um filme sobre a situacao das mulheres muculmanas chamado "Submissao". O Theo van Gogh era amigo do Pim Fortuyn, um politico holandes conhecido pelo seu antagonismo a comunidade islamica e que tambem foi assassinado.
    A comunidade muculmana e de 1 milhao em 16 milhoes de habitantes.
    Todas estas questoes foram muito novas para mim quando aqui cheguei, pois em Portugal, a relacao com a comunidade muculmana sempre me pareceu pacifica e cordial, e como tal, nao era uma questao que eu tivesse presente no meu espirito.
    Esta situacao de tensao na Holanda e acompanhada pelos expatriados com alguma apreensao, pelo menos por aqueles que pretendem ficar ca mais a longo prazo.
    Nunca tive tao presente as questoes religiosas como desde que vivo aqui, mesmo no que toca aos Cristaos. Ha muitas escolas confessionais e uma das primeiras perguntas que me fizeram quando aqui cheguei foi se estava integrada num grupo de alguma igreja. Ja para nao falar das comunidades calvinistas mais ortodoxas que impedem as criancas de ser vacinadas ou receber transfusoes de sangue. Um dia se vier ca, terei todo o gosto em leva-la a umas dessas vilas, por exemplo, a Urk (pode ver no blogue). Era interessante irmos num Domingo, pelo silencio nas ruas, pelo vestuario preto que usam especialmente nesse dia. Temos e de ter uma postura muito discreta e recolhida, quer na roupa, quer nos modos ;-)) Eles nao gostam la muito de receber turistas neste dia ;-))
    Desculpe se me alonguei, Ana. :-) Provavelmente, ate estara a par disto tudo...
    Bjs!!
    PS: Ah, adorei o azulejo! Lindo! Outra coisa: quando ai vivia, de vez em quando, dava um saltinho a cafetaria do MNAA :-) Foi bom recordar :-))

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  4. Interessante ler o que deixou Presépio no Canal.

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  5. Penso que é difícil para nós - ocidentais mais ou menos emancipadas- perceber a situação daquelas mulheres.
    Chocam-me burkas e coisas do género, o que pensarão detrás daqueles véus, o que sentirão?
    Visitei Marrocos há imensos anos quando as mulheres usavam o véu a tapar-lhes a cara e viajavam nas traseiras dos autocarros. Voltei lá em 2001 e vivi três anos em Rabat. A diferença era grande, vi jovens de mini-saias e botas, mulheres polícias elegantes e à vontade. Quando saí, tinham "aparecido" os foulards que vinham do Irão -segundo me contaram mulheres minhas amigas, que "receavam" a islamização...Os fundamentalistas tinham começado a instalar-se em Casablanca, cidade pobre e cheia de problemas sociais. Sempre o mesmo "terreno" onde eles se instalam.
    Mas tudo segue o seu caminho: "o mundo pula e avança", mesmo que demore um pouco mais...

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  6. Olá Isabel,
    Muito obrigada pelos teus dois comentários. Estas partilhas é que nos enriquecem, Não é?
    Beijinhos. :)

    Mar Arável,
    É verdade!
    Abraço! :)

    Pedro,
    Devia ser óbvio e devia ter sido uma conquista do século XX, mas ainda está muito longe de se poder dizer que há igualdade. Vamos ver se caminharemos na direcção certa!
    Beijinhos. :)

    Sandra,
    Adorei o seu comentário. Não sabia de tudo o que narra. Claro, tinha em conta a atmosfera entre os cristãos mas em relação ao islamismo não sabia que aí existia uma comunidade tão grande.
    Li alguma coisa sobre Theo van Gogh mas não estou muito dentro do assunto. Grata pelo seu comentário, pela partilha e pela aprendizagem que dele tiramos. Sandra são sempre bem vindos os seus comentários a alertar-nos para um outro mundo, outras culturas.
    Impressionou-me tudo o que contou. Irei procurar os filmes.
    Nos países do Norte tem crescido uma tendência anti-islamita, até no país da liberdade, França, já se vê uma certa perseguição.
    Incomoda-me a intolerância mas compreendo que haja movimentos apreensivos contra o fundamentalismo que é hediondo.
    Todavia, luto pela tolerância religiosa e cultural mas compreendo os movimentos devido ao terrorismo, etc.
    Terei muito gosto em dar o passeio consigo e conhecer essa realidade para mim tão afastada.
    Mil obrigadas pela sua contribuição.
    Beijinhos! :)

    MJ,
    Estive em Marrocos em 1990 e ainda não era usual ver mini-saias mas já se viam mulheres trajadas de ocidental. Na altura pareceu-me que pertenciam a uma camada social privilegiada. A ocidentalização pareceu-me um facto histórico. Subi o Atlas e vi mais tradicionalismo. Mas realmente não me senti insegura, achei até um povo cordial e muito comerciante. Lembro-me de atravessarmos uma tempestade de areia, de estarmos perdidos e foi uma caravana de berberes que nos orientou e guiou.
    Faz-me muita impressão o fundamentalismo, a falta de liberdade política e a falta de liberdade das mulheres.
    Não sei até que ponto devemos impôr a nossa cultura. Chega a uma altura que fico sempre dividida, apagar o Alcorão, é apagar a história de um povo. O que fazer?

    Sim, mas sei que quero a liberdade e a igualdade de direitos entre as mulheres e os homens muçulmanos. Como resolver este problema?
    Grata pelo comentário.
    Beijinhos. :)

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  7. Sim, a comunidade e muito grande. Ira ver muitas mesquitas, muitas mulheres muculmanas. E as autoridades procuram apoiar com cursos de integracao, construcao de mesquitas, apoios sociais. As queixas que oico mais sao relativas a questao da aprendizagem da lingua, que se fecham entre eles e que ha focos de violencia. Ate a data, Gracas a Deus, nunca tive razao de queixa.
    Eu partilho inteiramente da opiniao da Ana:tenho medo do fundamentalismo e prezo uma boa convivencia social com base no respeito mutuo.
    Dou-me bem com um casal muculmano que vive aqui perto. Super educados, muito amistosos.
    Ana, a vir a almocar ou jantar na minha casa, ira provar carne dos talhos muculmanos. Para nos, a melhor que se encontra aqui. :-) Tambem podemos ir jantar ao Bazar em Amsterdam, um restaurante muculmano que eu adoro. A culinaria portuguesa tem muitas influencias islamicas, dai que eu goste tanto do Bazar. O ambiente e giro e os precos tambem mais acessiveis ;-)

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  8. Ana, o azulejo é muito bonito. As mulheres, bem, esta questão é de tirar o sono da gente as vezes. O duro é que para além de religiões, a viol~encia contra a mulher cresce em países ditos civilizados e cresce muito. Ocupar os espaços de forma clara como elas fizeram é muito bom, é doloroso e difícil. A maioria das pessoas não apoiam no dia a dia, apenas quando uma conquista sai. Enfim, essas questões devem ser levadas a cabo sempre que preciso for e admiramos a sua coragem.
    Bjs querida Ana e obrigada por esse belo post.Das 5.

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  9. Ana, já que me pergunta, eu quero responder: apagar o Corão, nunca! O Corão é o livro sagrado de uma religião tão válida como a cristã ou a budista, as 3 monoteístas...E não podemos nunca esquecer a abertura, a cultura e a tolerância dos árabes que chegaram a Portugal no século VIII! bem mais "arejados" do que os barões tipo Monty Python que por cá havia (sorry).
    O que não se deve é deixar "instrumentalizar" essa religião, ao serviço de interesses que visam a guerra das religiões!!
    A minha empregada em Marrocos, A Hasnâa usava mini saia e botas altas. E a Hanane que veio depois não lhe ficava atrás nas toilettes. A Hasnâa era, além disso, uma mulher inteligente que exigia coisas, liberdades!
    Complicadas as culturas... Só a abertura e curiosidade para com o outro podem resolver esse "dilema", diria mesmo esse "bico de obra"! Mas temos que acreditar que isso vale a pena e sei que acredita!
    Coragem para aturar as crianças do seu curso!!!!

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  10. Olá Ana,

    Não sabes, mas em todos os países onde viajei, mesmo aqui por vezes pensam que sou Muçulmana. Quando estive no Qatar foi complicado, principalmente na altura do ramadão. Tive que mostrar várias vezes o passaporte.Em Marrocos tive problemas para voltar, em que alegaram que o meu passaporte era falso e ainda meteram a Embaixada ao barulho, situação que só se resolveu ao fim de bastante tempo.
    Apesar de tudo isso, em todos os países muçulmanos por onde passei, senti-me muito bem. Estranhamente como em casa. As mulheres Árabes são mulheres muito belas. Em Marrocos na altura em que fui, vi muitas mulheres vestidas de forma Ocidental, no Qatar tinham o lenço.
    Relativamente à roupa, confesso que me deu muito jeito estar tapada, nas alturas de muito calor e nas tempestades de areia que apanhei.
    Aqui em Portugal também existem muitas mulheres de ''burka'' e sofrem em silêncio com vergonha por serem vitimas de violência doméstica.

    Um grande beijinho

    Blue

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  11. Sandra,
    Obrigada. Achei graça ao seu gosto pela comida muçulmana e à semelhança que têm as duas culinárias. Realmente eles deixaram-nos tanta coisa boa desde a ciência, às artes, à agricultura e à alimentação. Foi um prazer saber novidades daí.
    Beijinhos. :)

    Cozinha dos Vurdóns,
    Tudo o que têm feito são lições para mim. Empenho-me pela tolerância. Tudo o que dizem é bem verdade, infelizmente a violência cresce e nas alturas de tumultos sociais e crise são as mulheres as que mais sofrem. Obrigada por me fazerem pensar.
    5 beijinhos grandes paras as cozinheiras. :)))))

    MJ,
    Obrigada por me responder e por compreender a minha dificuldade. É "bico de obra", é difícil mas miulheres como Tawakul Karman ajudam.
    Beijinhos de agradecimento. :)

    Blue,
    Tanta vivência linda para contares. Não sabia que tinhas estado no Qatar, nem em Marrocos. Vestida com os trajes daquelas paragens é natural que te confundissem, mas és menos morena.
    Gostei de saber e talvez um dia queiras contar essas histórias. O que dizes sobre a violência doméstica no mundo civilizado é bem verdade são mulheres com burkas disfarçadas, mas, infelizmente, têm-nas vestidas, .
    Beijinhos! :)

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  12. Boa noite, ana

    Voltei.
    Prometo assiduidade.

    Bjs

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  13. JPD,
    Seja bem vindo!
    É um prazer partilhar da sua escrita tão criativa. :)
    Bjs

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  14. Por muito que se leia sobre o assunto, nunca se poderá fazer uma ideia do que as mulheres estão realmente sujeitas nestas sociedades embora exista um forte sentido familar.

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  15. A igualdade não é igual para todos. Homens, mulheres. Essa diferença sempre existirá. Não só no mundo árabe. Não deveria ser assim, mas é.

    Beijo

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  16. Catarina,
    Achei interessante o seu registo sobre os fortes laços familiares. Como é possível elas ainda terem esses laços quando alguns as atrofiam?
    Abraço! :)

    Carlota,
    Não sei que lhe dizer porque tem absoluta razão!
    Beijinhos! :)

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