Em Portugal há entre vários locais dois sítios que me encantam, um é Marvão, o outro é Sintra. Este último é escolhido pela paisagem envolvente e o romantismo que dela emana. A juntar à bela paisagem destacam-se os Travesseiros e as Queijadas comidos na Periquita.
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Em comum os dois espaços têm a majestosidade da paisagem que se perde de vista e as muralhas que contam histórias.
EM SINTRA
As águas maravilham-se entre os lábios
e a fala, rápidos
em Sintra espelhos surgem como pássaros,
a luz de que se erguem acontece às águas,
à flor da fala
divide os lábios e a ternura. Da linguagem
rebentam folhas duma cor incómoda, as de que
maravilhado de água surges entre
livros, algum crime, um
menino a dissolver-se ou dele os lábios e ergues
equívoca a luz depois. Rápidos
espelhos então cercam-te explodindo os pássaros.
Luís Miguel Nava, "Películas", in Poesia Completa 1979-1994, Lisboa, Dom Quixote, 2002
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