Escher, Ambidextrous Peeled Faces
ALEGORIA
Mudança: chave de tantas figuras
que construíram o poema, moldaram a
sua forma, abriram à sonoridade do
crepúsculo os versos inúteis, a passagem das
sombras que procuram o abrigo do tempo,
sonhando o destino perecível do humano,
não as expulses de dentro da esperança,
condenando-as à imobilidade da treva;
abre-lhes a porta luminosa do fim -
revelando, num parêntesis de eternidade,
o rosto mortal que enuncia o instante.
Nuno Júdice, As Regras da Perspectiva, Lisboa: Quetzal, 1990, p.7
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