Obra Poética e em Prosa. Vol. I. Fernando Pessoa. (Introdução, organização, biobibliografia e notas de António Quadros e Dalila Pereira da Costa.) Porto: Lello, 1986. p. 157.
Enid Blyton foi uma das minhas escritoras preferidas. Encontrei A Aventura na Ilha, da Editora Meridiano, s.d., na Feira de Velharias pela módica quantia de um euro e cinquenta cêntimos.
Finalmente, consigo ter este título e vou relê-lo com prazer! Li-o através da biblioteca fixa da Biblioteca Calouste Gulbenkian.
A coleção é composta por oito títulos. Este foi o primeiro que li e recordo que gostei muito. (https://www.enidblyton.net/adventure-series/)
O ambiente de mistério, os lanches, os famosos scones constituem ainda uma memória viva!
Quando visitava a minha avó e havia um tempo de espaço para a leitura, lembro-me dos lanches que, aliados à leitura, superavam sempre as expectativas.
Nas histórias havia sempre uma descrição gastronómica que acompanhava as aventuras.
Hoje em dia, os livreiros têm um árduo trabalho, pois o mercado tem enfrentado uma concorrência cada vez mais acentuada, marcada por profundas transformações nos hábitos de leitura.
A tradicional livraria de bairro teve que se adaptar a um cenário onde dominam as grandes superfícies, as cadeias multinacionais e as plataformas digitais. A comodidade das compras digitais, associada a campanhas promocionais agressivas e prazos de entrega rápidos, tem levado muitos leitores a preferir esta forma de aquisição de livros, em detrimento do atendimento personalizado das livrarias físicas, o que é pena!
Os livros da minha infância foram todos comprados nas livrarias tradicionais. Onde vivi só havia, na época (anos 60), duas livrarias e uma delas ainda acumulava a função de papelaria.
Agradeço a todos os livreiros tradicionais que ainda resistem, tendo em especial atenção as poucas livrarias que fazem parte do meu coração.
“You might forget many things in your life, but you never forget kindness."
Sara (Grandmere) https://www.goodreads.com/work/quotes/66683700-white-bird
O filme Pássaro Branco é um drama histórico passado durante a ocupação nazi, em França. Utiliza uma linguagem fantástica e imagens poéticas para comunicar a importância da empatia, generosidade e imaginação como meios de resistência moral.
O tema é profundamente relevante se extrapolarmos para os conflitos contemporâneos, como o atual conflito Israelo-Palestiniano.
Como é possível que o genocídio se perpétue? Como é possível que quem sofreu desse mal o perpétue?
Como é que podemos transformar a diferença numa força para o bem comum?
Enfim, o filme expõe a urgência de combater o antissemitismo, o discurso de ódio, o negacionismo e a intolerância, que ressoam hoje nos conflitos globais.
Ficha técnica simplificada:
Realizador: Marc Forster.
Roteiro: Mark Bomback
Elenco: Helen Mirren (avó Sara e narradora), Ariella Glaser (adolescente, Sara Blum), Orlando Schwerdt (Julien Beaumier), Bryce Gheisar (neto de Sara, Julien Albans), Gillian Anderson (Vivienne Beaumier, mãe de Julien).
Baseado numa história real, o filme: A Virgem Vermelha ocorre em 1931, durante a Segunda República Espanhola (1931-39) e narra a vida da escritora Hildegart Rodríguez.
Não há palavras para descrever a intensidade, a maldade, a frieza, o calculismo do amor (?) maternal perpassado na película.
A actriz Alba Planas Hildegart L. G. H. María del Pilar Rodríguez Carballeira
«Aurora educou a sua filha como uma mulher perfeita, sem falhas e capaz de mudar o mundo com a sua visão através de uma educação espartana, segundo os princípios da filosofia Eugenista. Aurora fez tudo para melhorar a competitividade, a resistência e a educação da filha. Aos oito anos a criança falava quatro línguas e aos 17 anos Hildegart era a advogada mais jovem de Espanha. A mãe estava obcecada no aperfeiçoamento da espécie humana e da sociedade.» https://cinemametropolis.com/a-virgem-vermelha/
A Virgem Vermelha, realizadopor Paula Ortiz,foi apresentado no Festival Internacional de Cinema de San Sebastián, em 2024, onde arrecadou o "Prémio Goya" para o Melhor Figurino.
Elenco: mãe, Najwa Nimri, Aurora Rodriguez, filha, Alba Planas, Hildegart Rodriguez, criada ,Aixa Villagrán, Macarena e Patrick Criado, namorado e político, Abel Velilla.
Flores Perdidas de Alice Hart é uma minissérie dramática que acompanha a vida de Alice, uma jovem marcada por uma infância traumática. Após a morte trágica dos pais, é acolhida pela avó, June, interpretada por Sigourney Weaver, numa quinta isolada onde vivem apenas mulheres. A série explora os segredos familiares, o impacto da violência doméstica e a jornada emocional de cura e descoberta pessoal.
Sigourney Weaver dá vida a June Hart, uma figura enigmática, forte e complexa, que esconde os seus próprios segredos enquanto tenta proteger a neta de um passado que insiste em regressar. A sua interpretação poderosa confere profundidade emocional à personagem e contribui decisivamente para o impacto dramático da série.
Com uma realização cuidada, paisagens arrebatadoras e uma banda sonora emotiva, a série convida o espectador a mergulhar numa história de dor, crescimento e libertação.
Mais do que um drama familiar, esta produção é um retrato poético sobre como as feridas do passado moldam o nosso presente — e sobre a possibilidade de florescer.
Gostei de ver Flores Perdidas de Alice Hart. A série tem 4,5 em 5 no Prime vídeo.
A pungência da sua interrogação ainda me causa mais admiração. Obrigada!
São Lucas, representação do século XVI.
Trata-se de um dos baixos-relevos maneiristas da igreja do Santíssimo Milagre de Santarém: representa São Lucas no seu gabinete de trabalho e foi lavrado, cerca de 1545-1548, por Diogo de Çarça (ou melhor, Diego de la Zarza), um famoso escultor de Ávila que se veio a destacar depois em Portugal, onde morreu em 1559 (...) , Vitor Serrão
Para saber mais leia aqui: https://www.facebook.com/vitor.serrao.58/?locale=pt_PT
Um dos livros que li e me marcaram foi Coração Pensante, Ensaios sobre Israel e a Palestina,
de David Grossman
Olho para o resto das pessoas e vejo choque. Estupor. Um peso constante oprime os nossos corações. Dizemos e voltamos a dizer uns aos outros: é um pesadelo. Um pesadelo incomparável. Não há palavras para o descrever. Não há palavras para o conter. Vejo também um profundo sentimento de traição. A traição dos cidadãos pelo seu governo. [...] O que vimos foi o abandono deste país em benefício de interesses mesquinhos...
David Grossman, Coração Pensante, Ensaios sobre Israel e a Palestina, (tradução de Lúcia Liba Mucznik). Lisboa, D. Quixote, 2024,p. 15 e 16
Obrigada, MR!
Evaristo Baschenis, still life with musical instruments, books and sculpture, c. 1650,
Sei agora o que nunca soube – que o amor encontra o seu estado mais puro quando julgamos que o fim chegou finalmente entendo que o amor pode ser precisamente essa ausência, o deixar de estar, ser capaz de apreciar cada minuto da nossa memória como se segurássemos, entre as mãos, um punhado de brasas num deserto de gelo.
Contracapa do livro, O luto de Elias Gro, de João Tordo
Há muito tempo que não lia um livro tão triste!
Já nem me lembro... de há quanto tempo um livro me fazia chorar. Encontrei-o na biblioteca. Um acaso levou-me a escolhê-lo. É um livro que liga bem com a liturgia pascal, encontramos Cristo e Deus,sem se saber se são sombras ou luz. O que mais me admirou no escritor foi a sua idade jovem, tinha 40 anos quando publicou este título.
É mais fácil desistir do que resistir, mas o destino leva a personagem principal a renascer.
É talvez o último dia da minha vida. Saudei o sol, levantando a mão direita, Mas não o saudei, para lhe dizer adeus. Fiz sinal de gostar de o ver ainda, mais nada. 1920?
“Poemas Inconjuntos”. Poemas Completos de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa. (Recolha, transcrição e notas de Teresa Sobral Cunha.) Lisboa: Presença, 1994, p.152.