VII
Saber? Que sei eu? Nada sei.
Pensar é descrer. Quanto mais penso, menos sei.
- Leve e azul é o céu - Neste céu de chumbo
Tudo é tão difícil Que me cerca.
De compreender!... O que entender?
A ciência, uma fada Viver, é caminhar
Num conto de louco... estranhamente
- A luz é lavada - numa bruma sem fim.
Como o que nós vemos O perceptível
É nítido e pouco! é mínimo e claro.
Que sei eu que abrande O que aprendi eu
Meu anseio fundo? Que alimenta o meu desespero?
Ó céu real e grande, A realidade nua e crua,
Não saber o modo Os outros com que me cruzo
De pensar o mundo! De quem nada sei, nem ouço!
4-XI-1914 4-I-2017
Fernando Pessoa * ana
*Fernando Pessoa, Cartas a Armando Côrtes- Rodrigues. (Introdução de Joel Serrão) Lisboa: Editorial Inquérito Lda, 1984 (2ª Edição) p. 88.
Gostei sobremaneira da paráfrase.
ResponderEliminarA vida por vezes exige forças dolorosas,
mas há que vencer, porque dos fracos não reza a história...
Os noturnos de Chopin são um bálsamo e lenitivo para a alma.
Grande abraço, Ana.
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Muito obrigada.:))
EliminarBeijinho especial.
Gostei do teu diálogo com o Fernando Pessoa.
ResponderEliminarE gostei da foto:)
Um beijinho e continuação de boa semana:)
Obrigada, Isabel.
EliminarBoa semana.
Beijinhos:))
Aposto que Fernando Pessoa adorou o diálogo.
ResponderEliminarE eu também.
Beijinhos
Muito obrigada, Pedro.:))
EliminarBeijinhos.
Permito-me oferecer-lhe este Chopin. Tem assim um ar de garotinhas alegres que correm na relva aos pulinhos. E depois há uma chuvinha de Primavera que não interrompe nem molha, e cheira a terra e plantas orvalhadas e é como um sorriso da natureza.
ResponderEliminarhttps://www.youtube.com/watch?v=KmzFDEu2RoA
Bea,
EliminarMuito obrigada. Adorei esta valsa de Chopin.:))
Uma boa semana.
Diálogos paralelos... Um beijinho e bom ano para ti! Gostei do teu poema!
ResponderEliminarMuito obrigada, MJ. :))
EliminarUm bom ano e uma excelente semana com alguma tristeza pela História dos últimos dias.
Beijinho.
No confronto de palavras se controi o diálogo possível entre dois tempos diferentes, entre duas almas inquietas, á procura do caminho, Comum?
ResponderEliminarTu
Gostei muito,# e do som que OS liga,,,
Muito obrigada, Agostinho.
EliminarAchei graça à pertinente questão do tempo. Comum não é mas é um poeta que muito me espanta e maravilha.
Beijinho.:))
Não é um diálogo improvável, são as incertezas e as interrogações comuns a nós todos.
ResponderEliminarO teu poema é lindo!
Beijinho grande, Ana!
Obrigada, Gracinha.
EliminarSó hoje é que vi o comentário.
Beijinhos. :))