Do apolíneo ao dionísiaco
Salvator Rosa, La menzogna (1635-1673),
Apolo nasce virtuoso,
cumpre o destino luminoso.
Dionísio canta pela noite
a sombra e os gracejos do prazer.
Apolo transporta as pautas musicais,
o espanto perante a melodia.
Dionísio traz consigo as uvas e o mel,
a bebida do esquecimento.
Apolo beija as flores da manhã,
escuda com a luz a fragilidade humana.
Dionísio traz a máscara do teatro,
num esgar mostra a verdade e a mentira.
A máscara de Apolo é dourada,
a de Dionísio é negra, da cor do carvão.
Botticelli pintou Apolo
e Caravaggio pintou Dionísio.
Ergo o espelho do chão e vejo
Apolo transformar-se em Dionísio
e Dionísio transformar-se em Apolo.
Apolo e Dionísio são uma e a mesma pessoa.
ana
ana
Que postagem, ANA !
ResponderEliminarO teu poema é de enorme categoria.
O Vivaldi parece que se excedeu a si próprio.
O contra-tenor é um espanto.
A orquestra tem um desempenho fabuloso.
Muito obrigado !
Um beijo e parabéns por tudo teres reunido.
Obrigada, João.
EliminarBeijinhos. :))
Muito bonito o conjunto poema-vídeo. Os contratenores fazem a minha admiração no bel canto; a voz como que lhes transporta uma tragédia insofismável e a ouvi-la como que esqueço Vivaldi que lhe está na origem.
ResponderEliminarApolínio e dionisíaco não são uma e a mesma coisa, Apolo é um, Dioniso outro; mas existem no mesmo, isso é verdade. Dizia Platão que a arte humana é dirigir os dois cavalos a par um do outro. Equilibrar forças contrárias.
Bea,
EliminarPlatão é um dos filósofos que mais gosto. Nunca sei se hei-de escrever Dioniso ou Dionísio.
Boa noite.:))
Fez aqui uma mistura explosiva, com Vivaldi (a quem não resisto ... nunca!), Jaroussky (a quem é difícil resistir) e, "at last, but not the least", como soe dizer-se, Caravaggio. Alguém resistirá?
ResponderEliminarAs suas palavras dão forma ao conjunto
Uma boa semana
Manel
Obrigada, Manuel.
EliminarÉ sempre bom vê-lo por cá.
Uma boa semana. :))
Sublime, ana, sublime!
ResponderEliminarBeijinhos, boa semana
Obrigada, Pedro.
EliminarUma boa semana.
Beijinhos. :))
Um bonito poema. Beijinhos!
ResponderEliminarMaravilhoso poema, Ana!
ResponderEliminarCada vez mais inspirada!
Beijinho
Obrigada, Gracinha.:))
EliminarBeijinhos.
Complicado tudo, aparências, máscaras, dualidades? um beijo pela beleza que aqui deixas...
ResponderEliminarBoa tarde Ana,posso usar o seu poema em uma apresentação no meu curso de história,na aula de filosofia?
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