27/10/2016

Incerteza

Incerteza

desliza levemente
no sopro quente de outono
a folha dourada, tesouro ostensivo
da natureza morta.

Com ela vão os registos inscritos,
as promessas de amor
incerteza constante
de sonhos perdidos.

Castelo numa rocha suspensa,
Magritte  com olhos e boca amordaçados
não vê, não grita quão incerto é o amor.

Eva mordeu a maçã da árvore proibida
Adão é inocente e Eva é julgada
na assembleia dos deuses.

ana

Gosto muito desta interpretação de Yves Montand

24 comentários:

  1. Mas teremos nós a
    "incerteza constante
    de sonhos perdidos.
    "?
    Bela poesia, Ana !

    Um beijo do amigo certo.

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  2. Um 'post' belíssimo, Ana.
    Terno abraço.
    ~~~~~~~~

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  3. Uma alameda coberta de folhas!!!!
    Um bonito poema e uma bela cancao!
    Bjos : )

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  4. Um post lindíssimo, ana.
    Como é hábito.
    Beijinhos, bfds

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  5. Ana, gostei muito do poema escorrido em tonalidade outonal.
    Mas o sonho não morre que, de natural, o ser se faz de sonhos acrescentados. Quando não a morte sobrevém. E, se há sempre uma primavera ao virar da esquina...
    Bj.

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    1. Agostinho,
      Obrigada. A Primavera é um estádio mais apaixonante.
      Beijinho. :))

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  6. Há sempre um juízo para as Evas. E não apenas no mundo cristão. Os homens sentem prazer em julgar (mas, a crer no exemplo dos nossos juízes, não é muito recomendável a justiça portuguesa), não se entende porquê, é coisa difícil e que pouco bem traz.

    Ives Montand empresta a esta canção de Outono uma boa figura e certo sentimento nostálgico. Uma elegância na despedida de um amor. É um pouco triste e ninguém se despede com tal souplesse. As despedidas são dentro de nós. E a gente mente, não se despede quando se despede. É confuso mas é verdade:).
    Um abraço e BFS

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    1. Bea,
      Gostei muito do que afirma, acho que é verdade.
      Um abraço e boa semana. :))

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    2. Os juízes acho que são sempre os homens...se bem que a Justiça das mulheres seja mais justa.......

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  7. O Outono transporta consigo uma certa melancolia que nos leva a olhar as árvores em busca do tempo perdido.
    Um belo poema, este que nos oferece hoje, acompanhado por uma bela canção de Yves Montand, que não conhecia.
    Bom fim-de-semana

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    1. Obrigada, Mister Vertigo.
      Esta canção nostálgica é linda.
      Bom Domingo. :))

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  8. Gostei muito e a fotografia é linda. Beijinhos!

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    1. Obrigada, Margarida.:))
      A paleta outonal a única cosa que gosto do Outono.
      Beijinho. :))

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  9. Um poema belíssimo como sempre :))
    Também ando um pouco longe...
    E o nosso botânico no Outono é belíssimo!
    beijinhos

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  10. O grande Yves Montand: voz única para cantar esta canção! Um beijo

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