23/02/2013

Igreja de Santa Maria da Vitória

Igreja de Santa Maria da Vitória, Mosteiro da Batalha, 
Batalha.


Por vezes o silêncio é de ouro, outras é insuportável.

Hoje de manhã saí muito cedo
Hoje de manhã saí muito cedo,
Por ter acordado ainda mais cedo
E não ter nada que quisesse fazer...

Não sabia por caminho tomar
Mas o vento soprava forte, varria para um lado,
E segui o caminho para onde o vento me soprava nas costas.

Assim tem sido sempre a minha vida, e
Assim quero que possa ser sempre —
Vou onde o vento me leva e não me
Sinto pensar.

Alberto Caeiro. 13-6-1930

Alberto Caieiro, “Poemas Inconjuntos”. In Poemas de Alberto Caeiro. (Nota explicativa e notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1946 (10ª ed. 1993), p. 100.


12 comentários:

  1. Que belíssima fotografia!

    Bom fim-de-semana, Ana! :-)

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  2. Eu que vivo grande parte do meu dia em silêncio, sei como às vezes é insurdecedor. Mas a ouvir Corelli e a ler Pessoa, sinto uma indizível paz, como se ouvisse um coro de vozes em que o meu silêncio também participa. Gostei muito, Ana.

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  3. Mais uma postagem de grande nível, ANA !

    Vou onde o vento me leva e não me Sinto pensar.

    Quem ultrapassará Fernando Pessoa ?

    Preferia ver o interior da Batalha sem aquela senhora a fotografar. Questão de gosto, claro !

    Corelli,um dos compositores de Música Barroca que mais aprecio !
    A semana está a terminar em beleza.

    Um beijo.

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  4. Bonita foto, Ana.
    E a poesia é muito bonita.
    Um beijinho

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  5. Um dia ainda andarei com o vento nas costas e não me sentirei pensar. Hoje apenas admiro Caeiro e e Corelli e, embora sem ventos e repleta de pensamentos, me sinto voar... Beijos. Bom final de semana.

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  6. Querida Ana,
    Por vezes, o melhor, é mesmo deixar-nos guiar pelo vento.
    Sem destino.

    Gostei imenso da música e a fotografia está muito bonita.

    Um beijinho grande.:))

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  7. Sandra,
    Obrigada!
    Beijinho e boa semana. :)

    JMS,
    Obrigada pela visita e contento-me que tenha gostado.
    Beijinho.:)

    João,
    Que bom que acertei, então. A senhora ficou porque quis apanhar o candelabro todo. Depois acabei por deixar ficar. :)
    Beijinho.

    Isabel,
    Obrigada. Um beijinho e boa semana. :)

    Jane,
    Muito obrigada. Caeiro é uma das facetas de Pessoa que mais admiro.
    Beijinho. :)

    Cláudia,
    Muito obrigada. Pois é, o vento e o acaso aonde nos leva, por vezes, é compensador.
    Beijinhos. :)

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  8. Este comentário foi removido pelo autor.

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  9. ana,
    Sempre que vamos aí a Portugal, há montes de projectos.
    Um deles era ir à Batalha.
    Ficou pelo caminho.
    Não sei como.
    Beijinho e votos de boa semana

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  10. Tem razão Ana. O poema de Caeiro é muito belo - e fez-me lembrar uma semana que estive sozinha em Paris a fazer pesquisa para o Mestrado (já lá vão 13). Levantava-me cedo porque detestava o hotel onde estava e houve um dia que me dirigi para o Louvre - as ruas vazias, com corvos em vez de pessoas - deu-me uma sensação estranha, simultaneamente bela e melancólica. Bjns!

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  11. Ele que não parava de pensar... Mas gosto muito deste "viver por viver" de Alberto Caeiro!
    Que bom que seria!
    Corelli lindo e a igreja sublime realidade!Pus no meu FB.
    beijinhos

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  12. Pedro,
    Tem uma atmosfera especial. :))
    Beijinho.

    Margarida,
    As memórias são sempre o melhor que podemos guardar. Momentos como esse que lhe seja muito caro. :))
    Beijinho.

    Maria João,
    Fico feliz por ter gostado.
    Beijinho. :))

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