Perplexa e em estado choque, confesso, foi como recebi a notícia da morte de Manuel António Pina.
Uma morte que saiu à rua precocemente.
A minha homenagem:
Luz
Talvez que noutro mundo, noutro livro,
tu não tenhas morrido
e talvez nesse livro não escrito
nem tu nem eu tenhamos existido
e tenham sido outros dois aqueles
que a morte separou e um deles
escreva agora isto como se
acordasse de um sonho que
um outro sonhasse (talvez eu),
e talvez então tu, eu, esta impressão
de estranhidão, de que tudo perdeu
de súbito existência e dimensão,
e peso, e se ausentou,
seja um sonho suspenso que sonhou
alguém que despertou e paira agora
como uma luz algures do lado de fora.
Manuel António Pina, Livros. Lisboa: Assírio & Alvim, 2003, p. 32.
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Ana, também recebi a notícia com tristeza.
ResponderEliminarJá sabia que estava doente mas custa sempre a aceitar.
Já alguém cantou:
"only the good die youg".
Fica a sua obra a fazer jus ao homem.
Um beijinho.
digo: young.
ResponderEliminarCláudia,
ResponderEliminarNão sabia da sua doença. Acho que me passou ao lado. De forma que me custou ainda mais.
Mudei a música do Andreas Scholl para outra também por ele interpretada.
Um dia triste.
Obrigada por me ter arranjado este livro.
Beijinho, não consigo sorrir.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarVolltei a enganar-me. estou nervoso !
ResponderEliminarColei uma letra. Aqui não podia ser !
( Continuando...)
Ofereceu-me um livro escrito por ele e ilustrado pela Paula Rego...
Era de uma simplicidade tremenda ! Até me atrapalhava...
Éramos ambos Sportinguistas. ( Coitados de nós )
Um beijo.
João,
ResponderEliminarNão sabia que o poeta era sportinguista, também sou e junto-me ao lamento.
Beijinho.