O tempo e o silêncio por vezes são inquietantes porém outras, contrariamente, representam um vazio pacífico como a pequenez do relógio de Alberto Caeiro.
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Dino Valls, não consegui saber o título da tela por isso atribuo-lhe o nome de
O Tempo
XLIV
Acordo de noite subitamente,
E o meu relógio ocupa a noite toda.
Não sinto a Natureza lá fora.
O meu quarto é uma cousa escura com paredes vagamente brancas.
Lá fora há um sossego como se nada existisse.
Só o relógio prossegue o seu ruído.
E esta pequena cousa de engrenagens que está em cima da minha mesa
Abafa toda a existência da terra e do céu...
Quase que me perco a pensar o que isto significa,
Mas estaco, e sinto-me sorrir na noite com os cantos da boca,
Porque a única cousa que o meu relógio simboliza ou significa
Enchendo com a sua pequenez a noite enorme
É esta curiosa sensação de encher a noite enorme
Com a sua pequenez.
Alberto Caeiro in "O Guardador de Rebanhos - Poema XLIV"
Gostei da pintura e gostei muito do poema. Bom dia!
ResponderEliminarObrigada Margarida,
ResponderEliminarAlberto Caeiro é um dos heterónimos do Pessoa que me atrai.
O tempo é uma medida tão difícil de avaliar... a hora convencional é diferente da solar e diferente daquela que os nossos olhos humanos percepcionam.
Beijinho!
Ana que bela pintura, a beleza da face da mulher, onde o tempo deixa de existir....
ResponderEliminarBeijo grande
Blue
Blue,
ResponderEliminarObrigada pelas suas palavras!
Beijinho!
Alberto Caeiro: sempre profundo na aparente simplicidade. E sempre contemplativo...
ResponderEliminarAbraço!
R,
ResponderEliminarUm Abraço e excelente fim-de-semana!:)