A filha do destino, de Benazir Bhutto, é um registo na primeira pessoa, a narração de uma vida inteira de luta pela democracia e liberdade no Paquistão.
Não sou capaz de observar as flores a murchar, especialmente as rosas do meu pai. Sempre que ele viajava para o estrangeiro, trazia variedades novas e exóticas para plantar no nosso jardim - rosas violeta, rosas cor de tangerina, rosas que nem sequer se assemelhavam a rosas mas eram tão perfeitamente esculpidas que pareciam ter sido criadas a partir de barro. Agora as roseiras começam a murchar e a ficar castanhas por falta de cuidados.
Durante o calor forte do Verão, eu estou diariamente no jardim às sete da manhã, a ajudar os jardineiros a levar as pesadas mangueiras de lona de canteiro em canteiro. (...)
As horas mais felizes da minha vida foram passadas no meio das rosas e à sombra fresca das árvores de fruto em Al-Murtaza.
Benazir Bhutto, A filha do destino. Lisboa: Dom Quixote, 2009, p. 75.
Rosas e um relógio, ode ao tempo, em dia de aniversário do (In)Cultura

Willem Van Aeslt, Detalhe Floral Still Life with Pocket Watch, 1668,
Rijksmuseum, Amesterdão

Rosas e um relógio, ode ao tempo, em dia de aniversário do (In)Cultura
Willem Van Aeslt, Detalhe Floral Still Life with Pocket Watch, 1668,
Rijksmuseum, Amesterdão