Será que um parafuso agarra a eternidade?
Considero a eternidade celeste como um estado de abstração. Parece-me que se a compreendemos é através da teoria, não dos sentidos. A linguagem teúrgica pretende explicar-nos o que é, o que vale, e ficamos na mesma. Quer dizer, o nosso senso do relativo não pode abarcá-la. No fundo, repugna-nos. Que fechemos os olhos do entendimento... Pois fechemo-los, e vêem-se as almas a flutuar na eternidade como o verbo sobre o caos antes de ter sido criado o mundo. Quer dizer que não se vê nada. Nem sombras... nem sombras de penas ao vento, sequer. Mas eu quero aceitar a ideia de eternidade como sendo o oceano ilimitado em que passam à deriva, ou mesmo seguindo seus cursos, astros, asteróides, seres e coisas, a ciscalhada toda da criação.
Aquilino Ribeiro, Dom Frei Bertolameu. As três desgraças teologais. Amadora: Bertrand, 1959, p. 168-69
Uma leitura de Verão que me apraz!
Cortesia do youtube
Só por si, NÃO !
ResponderEliminarTem que ser aparafusado em superfície sólida, ANA !
Este CUMPRE !
Um beijo amigo.
Não há parafuso que segure a eternidade, factor que escapa à duração. Mas, em algum lugar fica eternamente e a palpitar o "for ever young" de cada homem.
ResponderEliminarBom sábado, Ana
Na vastidão do espaço e na imensidade do tempo, ter vindo aqui parar agora, é o quê?
ResponderEliminarAcaso?
Propósito?
Óbvio ou por descobrir?
O parafuso está bem apresentado. Não lhe falta brilho, nem à fotógrafa que lhe deu luz, porém, nada é eterno, nem a ferrugem do tempo.
ResponderEliminarHá coisas que não batem, mas, o homem tem o dom de imaginar. Com persistência de olhos abertos ou fechados, os brilhos da aparição hão de chegar.
Beijo, Ana.
Bem interessante o texto do Aquilino de que já me tinhas falado.
ResponderEliminarFiquei curiosa...
beijinho