30/03/2019

Sob a luz do poente

Sob a luz do poente, Panteão, Mosteiro de Santa Maria da Vitória, Batalha



A um Poeta

Longe do estéril turbilhão da rua, 
Beneditino, escreve! No aconchego 
Do claustro, na paciência e no sossego, 
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua! 
Mas que na forma de disfarce o emprego 
Do esforço; e a trama viva se construa 
De tal modo, que a imagem fique nua, 
Rica mas sóbria, como um templo grego. 
Não se mostre na fábrica o suplício 
Do mestre. E, natural, o efeito agrade, 
Sem lembrar os andaimes do edifício: 
Porque a Beleza, gêmea da Verdade, 
Arte pura, inimiga do artifício, 
É a força e a graça na simplicidade. 


Olavo Bilac, in "Poesias"  (poema retirado do Citador)

David Fray, Jacques Rouvier, Emmanuel Christien & Audrey Vigoureux, pianos String ensemble of the Orchestre National du Capitole de Toulouse

7 comentários:

  1. Foste para a cor, Ana.
    Eu fico-me pelo preto e pelo branco.
    Vou ouvir um bocadinho os 4 pianos.

    BEIJO.

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  2. Extraordinária peça !
    Só um bocadinho era pouco !

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  3. Uma bela foto!

    Beijinhos e bom fim-de-semana:))

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  4. Daid Fray gosta mesmo do que faz. E nem sonhava que Olavo Bilac fosse poeta com tanto sabor.

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  5. Também gosto da foto.
    A música ficará para mais logo.
    Boa semana!

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  6. Panteão - um espaço repleto de beleza e que a Ana captou muito bem.
    Quanto a Bach, sublime!
    Beijinhos.:))

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