17/03/2016

Gestos

Nada, a não ser a arte, é mais belo que as flores.

Gestos que apaziguam a alma. 


XXXI - Se às vezes digo que as flores sorriem


Se às vezes digo que as flores sorriem
E se eu disser que os rios cantam,
Não é porque eu julgue que há sorrisos nas flores
E cantos no correr dos rios...
É porque assim faço mais sentir aos homens falsos
A existência verdadeiramente real das flores e dos rios.

Porque escrevo para eles me lerem sacrifico-me às vezes
À sua estupidez de sentidos...
Não concordo comigo mas absolvo-me,
Porque só sou essa coisa séria, um intérprete da Natureza,
Porque há homens que não percebem a sua linguagem,
Por ela não ser linguagem nenhuma.

s.d.

Alberto Caeiro, O Guardador de Rebanhos.  (Nota explicativa e notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1946 (10ª ed. 1993), p. 56.


24 comentários:

  1. As flores transmitem harmonia e as melodias também.
    Bjos

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  2. Quem a Ana nos trouxe aqui para ouvir!!
    Nick Cave é uma perdição.
    Beijinhos

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    1. Pedro,
      Adoro o Nick Cave e já há muito que não o ouvia.:))
      Beijinhos.

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  3. Imagens - também as do vídeo -, poemas e voz, confluem. Obrigada.

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    1. Obrigada, Mar Arável.
      Vamos ver se começo a visitar todos.
      Boa noite. :))

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  5. Se os Correios não roubassem o sorriso às flores...

    Um beijo, Ana.

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    1. É verdade, João.
      Estas foi a minha irmã que me trouxe e alegraram a casa.
      Beijinho grato. :))

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  6. ~~~
    Tenho a maior consideração
    pelas pessoas que confessam a admiração por flores...
    Sim, concordo, despertam-nos alegria e paz puras e profundas.
    A canção, belíssima, completa mais um 'post' de bom gosto e perfeito.

    ~~~ Beijinhos, Ana. ~~~
    ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

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    1. Majo,
      Adoro apesar de perecíveis. Talvez seja isso que as torna ainda mais belas.
      Beijinho. :))

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  7. Tinha saudades de vir até aqui. Havia uma urgência que se impunha fosse respondida.
    Voltei, apaziguei. De que outra forma poderia ser?!

    Beijinho, Ana.

    Alberto Caeiro

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    1. GL,
      Não tenho visitado ninguém, com pena minha. Tenho andado recolhida, até sinto que estou em falta com os amigos por isso foi muito bom vê-la por cá.
      Beijinho. :))

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    2. Ana,

      É sempre um imenso prazer vê-la, mas compreendo que nem é possível.
      Também tenho andado ausente, mas sempre que posso venho espreitar o "cantinho do belo, da paz".

      Desculpe o pobre do Alberto Caeiro estar assim, como que esquecido, mas só quando publiquei é que me apercebi do lapso.:(

      Beijinho:)

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    3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  8. Tão bonito querida Ana! Um beijinho e bom descanso

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    1. MJ,
      Não tenho visitado ninguém, com pena minha. Tenho andado recolhida, até sinto que estou em falta para consigo e para com os amigos.
      Foi muito bom vê-la por cá.:))
      Em breve apareço as saudades são muitas.
      Beijinhos. :))

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  9. Adoro tulipas!
    E o Alberto Caeiro foi bem selecionado...o poema é fabuloso...como ambas sabemos, é preferível imaginar o sorriso das flores que os sorrisos dos homens que sorriem sem sorrir...
    Belíssimo o som...
    Beijinho e bom domingo

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    1. Obrigada, Graça. As tulipas foi a minha irmã que me deu. :))
      Beijinho.

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  10. Gostei muito da foto e do poema:)

    Boa semana:) Ainda algum trabalho, mas depois com o merecido descanso!

    Beijinhos:)

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    1. Obrigada, Isabel.
      Ainda não regressei, ando em reclusão, vamos ver se vem o merecido descanso. :))
      Beijinho.

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