21/07/2013

No Palácio da Ajuda, Joana Vasconcelos - Impressões 1

O que é a Arte?, é o título do livro de Tolstói que comprei no dia em que visitei a exposição de Joana Vasconcelos no Palácio da Ajuda. 
Será provocação minha ou de Joana? 

Vou começar pelo fundador da estética, Baumgarten. Segundo Baumgarten, o objecto do conhecimento lógico é a verdade, o objecto do conhecimento estético (isto é sensorial) é a beleza. A beleza é o perfeito (o absoluto) apreendido pelos sentidos. A verdade é o perfeito apreendido pela razão. (...) A beleza define-se, segundo Baumgarten, pela concordância, isto é, pela ordem das partes nas relações entre si e em relação todo.  

Leão Tolstói, O que é a Arte? Lisboa: gradiva, 2013, p. 50. (Tradução do russo de Ekaterina Kucheruk, revisão científica e introdução de Aires Almeida)

Será o que se passará aqui? Será que o "todo" se relaciona?

Petit Gâteau, Sala do Reposteiro. 
Pequeno para uma sala tão grandiosa.

Jardim do Éden, Sala Grande de Espera. 
Confesso que me causou estranheza este jardim do Éden, é que supostamente esse jardim deveria ser luminoso e não uma longa escuridão. Tem graça sensitiva, mas apenas essa. Será que iluminado o que se veria não teria tanta graça?


O uivo, é como lhe chamo. Salinha dos Cães.
O que sentiria o rei D. Carlos ao ver o cão, do Rafael Bordalo Pinheiro, vestido?

A todo o vapor numa versão verde e vermelha, diferente, sim. Arte?
Sala de Mármore


Verdadeiramente triste o olhar deste animal, Salinha Encarnada [Vermelha],
peça de Rafael Bordalo Pinheiro, vestido por JV.

A abelha, personagem interessante pelo volume. 
E mais uma vez uma peça vestida de Rafael Bordalo Pinheiro
Quarto de D. Maria Pia

Peça extraordinária

Termino as primeiras impressões no piso térreo do Palácio da Ajuda. O piso superior foi mais do meu agrado. Deixo para outras impressões.
A Joana provoca mas será uma provocação maior?

11 comentários:

  1. Tratar-se-á de provocação? Tenho algumas dúvidas.
    Francamente, este tipo de arte não me diz nada.
    Tenho a sensação de estar numa exposição de rendas, tal a frequência com que são utilizadas.

    Beijinho

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  2. GL,
    Nem mais. Também acho que é decoração e não criação. No próximo post estão, no entanto,as peças mais criativas.
    Gostei de rever o Palácio da Ajuda.
    Beijinho. :)

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  3. Gosto muito do Palácio da Ajuda, mas nunca vi o trabalho da JV ao vivo.

    Bom Domingo, Ana!

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  4. Os rendilhados parece que não se coadunam com o ambiente onde estão expostos. Apenas a minha opinião.

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  5. Depois de ver as tuas fotografias e o que escreves sobre os motivos fotografados, tenho dúvidas sobre se devo ou não editar algumas das que realizei.

    Quanto à dúvida da CATARINA, já sou mais positivo, ou não tivesse Versailles recebido com enorme sucesso a JV !...

    Um beijo, ANA.

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  6. Sandra,
    O palácio é lindo. A obra da JV tem graça pela provocação. Mas só gosto das obras que vou anotar na impressão 2.
    Beijinho. :))

    Catarina,
    Não coadunam mesmo.
    Obrigada pela visita. :)
    Beijinho.:)

    João,
    O seu olhar é mais atento que o meu pois é um artista. Sou uma amadora que ainda não passou de aprendiz. Por favor coloque as suas. Tenho imensa curiosidade.
    Beijinho. :))

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  7. "provocações" assim

    são arte decorativa
    sem respeito por Cavaco
    a desatinar a paz das belas cagarras

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  8. Há mais de três horas que estou nos blogues e só AGORA cheguei ao teu, Ana !...
    Então, vou ver se ganho coragem...mas, de qualquer modo, ainda vão tardar qq coisa.
    Agradeço os encómios dirigidos.

    Um beijo.

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  9. Confesso que as peças dela me perturbam, ana.
    Beijinho e votos de boa semana!

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  10. Acho muito interessante a obra da JV. Talvez até nem ache muito beleza nalgumas peças, mas acho-a bastante criativa. Utiliza os objectos do dia-a-dia para criar obras imponentes.
    As peças cobertas de renda, têm em si a própria arte da renda. É muito difícil fazer este tipo de trabalhos. É por si só uma arte.
    Mas gostava de saber o porquê das escolhas dos materiais e das peças assim realizadas. Talvez o catálogo dê pistas...

    Estou curiosa de ver que peças escolheste como preferidas.

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  11. Isabel,
    Acho que a renda é artesanato e bem difícil de concretizar. valorizo o trabalho de quem a faz. Neste caso a autora não a fez pagou a outros para a fazerem e depois limitou-se a cobrir peças que já estavam feitas e criadas. É uma provocação a que acho graça mas gostar, não gosto.
    Não comprei o catálogo porque estou a poupar para as férias. Há dois catálogos um mais acessível e outro em forma de livro. Não os li mas folheei.
    Arranjas na FNAC.
    Beijinhos e é uma alegria ver-te por aqui. :))

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