A deambular pelo Palácio da Ajuda.
Na Vitrine dos Príncipes [quarto de brinquedos], mesmo antes de subir ao piso superior, o Casanova brinca com o
Menino- Príncipe. O gato é uma peça de Rafael Bordalo Pinheiro. O espaço é delicioso...
Passo pela sala de jantar, apreciei-a mas sigo, passo pelos corredores e subo as Escadas Nobres,
nestas retenho o fabuloso tecto e o lustre que contrasta sem ferir.
Ouço La Bohème, depois de ter deixado para trás a Carmen.
Entro no piso superior passo por algumas peças, observo atentamente
mas deixo as peças a falar sozinhas. Paro na Sala das Senhoras do Corpo Diplomático e encontro na sala grandiosa Brise, o sofá com flores vivas de plástico
vermelho, amarelo e azul. Não diria que é um sopro...
vermelho, amarelo e azul. Não diria que é um sopro...
Continuo, deixo a Sala do Corpo Diplomático, encontro a Euro-visão que deixo para outra altura.
Entro na Sala do Trono, deparo-me com Marilyn, ou como intitulei, os sapatos da Gata Borralheira.
Estranho a postura pois estão voltadas de costas para Suas Majestades
o Rei e a Rainha de Portugal.
Desagrada-me este descuido...
Uma peça fantástica, digamos, mas enriquecida pelo ambiente da Sala.
Objectos palacianos em contraste com material quotidiano
Eis que chego à Sala de D. João VI onde a tapeçaria narra a chegada do rei, do Rio de Janeiro, e a felicidade do povo: Coração Independente Vermelho. Aqui está a minha peça favorita.
Ouço o fado Gaivota na voz da diva portuguesa: Amália Rodrigues.
A sala pintada a trompe l'oeil regista quatro Atlas
simbolizando os quatro Continentes por onde andaram os portugueses.
Visão das duas peças, quanto a mim, as melhor concebidas
Enfoque para a tapeçaria com o regresso de D. João VI do Brasil
Rendilhado coração
Rendilhado
Na Sala de D. João IV, a Noiva. Dada a grandiosidade da peça
faz-nos abstrair do material quotidiano de higiene feminina
Deixei para trás algumas peças, talvez porque nada me disseram...
Segundo Home, a beleza é aquilo que é agradável. E por isso a beleza é determinada apenas pelo gosto. [p.53]
A missão da arte consiste precisamente em tornar compreensível aquilo que poderia ser incompreensível e inacessível sob a forma de raciocínios. [p.142]
Leão Tolstói, O que é a Arte? Lisboa: gradiva, 2013. (Tradução do russo de Ekaterina Kucheruk, revisão científica e introdução de Aires Almeida).
Será que Joana Vasconcelos cumpriu a missão?
Haverá algum ponto de contacto entre arte e decoração? Qual é que se destaca?
Muito interessante!
ResponderEliminarEsta mistura impensável, parece resultar muito bem.
Conhecia as peças todas, menos o primeiro lustre. Conhecia-as de fotografia, não ao vivo.
O último lustre foi o que não permitiram que fosse exposto na exposição em França, devido ao material usado (!!!).
Gostei muito das tuas fotos.
Um beijinho
Perdoe mas vai ser assim
ResponderEliminar" Tão linda a puta da vida "
Bjs
Foi como se lá tivesse ido
ResponderEliminarRepito o que comentei antes, ana - as obras dela perturbam-me.
ResponderEliminarBeijinhos
Isabel,
ResponderEliminarSó não conhecia os rendilhados mas também nunca tinha visto ao vivo. Valeu a visita e é sempre bom retornar ao Palácio da Ajuda.
Obrigada. Beijinho.:))
Mar Arável,
Nada há a perdoar, um título fantástico do MEC.
Beijinho. :))
Rogério,
Então foi positivo este registo.
Obrigada. :))
Pedro,
Concordo que tem algo de perturbador, nestas últimas peças que mostrei que foram as que mais gostei.
Beijinho e obrigada pela presença.:))
Quanto Tostoi concordo com ele. Quanto às propostas estéticas da JV algumas gosto, outras nem tanto. Achodivertidos os sapatos gigantes, mas a peça que gosto mais é também do coração de filigrana. Bjns!
ResponderEliminarMargarida,
ResponderEliminarEstamos de acordo. O palácio também ajuda a tornar as peças mais bonitas. O coração é sem dúvida a peça mais bonita, quanto a mim.
Beijinho.:))
Sem querer fazer demagogia penso que tudo tem o seu espaço, e os palácios não se me afiguram os mais indicados para exposições deste género. A sua génese, a carga histórica, a grandiosidade, têm uma linguagem muito própria e que deve ser respeitada.
ResponderEliminarNada tenho contra a obra de JV -, se bem que não a aprecie - mas cada coisa no seu lugar.
Beijinho.
GL,
ResponderEliminarSó hoje é que vi o seu comentário.
As obras que mais gostei acho que contracenam bem com o palácio, julgo mesmo que este as enaltece. Numa sala moderna de um museu a "noiva" não seria tão interessante, a meu ver.
No entanto, respeito a sua ideia e compreendo-a.
Também nada tenho contra a JV, ela é um produto de marketing e o sucesso é bom para ela mas também não aprecio.
Beijinho grato. :))
GL,
ResponderEliminarSó hoje é que vi o seu comentário.
As obras que mais gostei acho que contracenam bem com o palácio, julgo mesmo que este as enaltece. Numa sala moderna de um museu a "noiva" não seria tão interessante, a meu ver.
No entanto, respeito a sua ideia e compreendo-a.
Também nada tenho contra a JV, ela é um produto de marketing e o sucesso é bom para ela mas também não aprecio.
Beijinho grato. :))