11/07/2013

Nervuras

Os dias correm, sem rumo certo, apenas a seiva diária sabe o seu caminho. Cruzamo-nos com os outros, por vezes, sem os vermos, mas eis que num momento ou noutro, paramos e vimos que os outros não são números.

Nervuras conduzem a seiva,
energia, 
vida,
esqueleto da folha 
caída sobre a mesa.


A folha caída sobre a mesa transportou-me aos finais dos anos 60, à eterna canção:  A Whiter Shade of Pale

A Whiter Shade of Pale

We skipped the light fandango
Turned cartwheels 'cross the floor
I was feeling kinda seasick
But the crowd called out for more
The room was humming harder
As the ceiling flew away
When we called out for another drink
The waiter brought a tray

And so it was that later
As the miller told his tale
That her face, at first just ghostly,
Turned a whiter shade of pale

She said, 'there is no reason
And the truth is plain to see.
But i wandered through my playing cards
And would not let her be
One of sixteen vestal virgins
Who were leaving for the coast
And although my eyes were open
They might have just as well've been closed

She said, 'i'm home on shore leave,
Though in truth we were at sea
So i took her by the looking glass
And forced her to agree
Saying, 'you must be the mermaid
Who took neptune for a ride.
But she smiled at me so sadly
That my anger straightway died

If music be the food of love
Then laughter is its queen
And likewise if behind is in front
Then dirt in truth is clean
My mouth by then like cardboard
Seemed to slip straight through my head
So we crash-dived straightway quickly
And attacked the ocean bed

Música escrita por  Keith Reid e Gary Brooker interpretada por Procol Harum




Os Procol Harum inspiraram-se na ária de Bach para fazer a canção que ouviram.
O tempo, os homens e a história sempre interligados.

15 comentários:

  1. Gostei muito da foto!
    E esta música traz-me gratas recordações das férias de Verão na aldeia da minha mãe...

    Um beijinho

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  2. Boa malha, ANA !

    ( Estou super atrasado em tudo ! Não sei como conseguir recuperar alguma coisa...Mas o Mac dá uma preciosa ajuda ! )

    Um beijo e good luck !

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  3. Lindo, lindo post, Ana! A fotografia, as tuas palavras, a música! Muito inspirada e inspiradora como sempre!
    Gosto de blogues assim, que trazem este tipo de riqueza e beleza às nossas vidas.
    Beijinho muito grato! :-)

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  4. Pena é, cara Ana, que tão raramente esqueçamos os números. O número passou a prioritário, passou a ser o motor, o guia. Rumo à miséria? Que importa isso?

    A beleza da música, sempre! As suas escolhas nunca são ao acaso.

    Beijinho e, inevitavelmente, obrigada.

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  5. Pessoas nunca são números.
    Números, esses sim se escondem detrás de pessoas e as vezes até tentam vir na frente.

    saudade muita de vc, querida amiga.

    bjs meus

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  6. é urgente resistir aos números

    sem os anular
    nas pautas

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  7. Ana, sou muito sensível ao que escreveu!

    Pessoas são pessoas e devem ser tratadas como tal.
    Com respeito, dignidade, pelo nome (se possível).

    Cada vez somos menos a marcar a diferença, mas temos de continuar contra a corrente!

    Boa escolha musical...

    Um beijinho especial.:))

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  8. Anamiga

    Há quanto tempo não vinha cá? Pelo menos, penso que a última fiz que o vez (olá, aqui há gato...) deve ter sido por meados do Quaternário Inferior. Desculpa-me.

    Prometo voltar aqui mais frequentemente - e espero que o faças também à Travessa que, apesar do pesar do passar do tempo, continua a ser nossa. Irreversivelmente? Depois, verá-se...

    Qjs

    Henrique

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  9. Um belo momento, aqui! É-o sempre.
    De facto, os números não podem sobrepor-se às pessoas.

    Obrigada

    ps: a minha "pintura" é um exercício, sim.
    Iniciei a actividade há sete meses. Ainda estou na fase de aprender a manusear os materiais, copiando os mestres. ;)

    Um beijo

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  10. Engraçado, porque ainda há poucos dias me lembrei dos Procol Harum...
    A nervura da folha é linda, o poema também.
    Adoro folhas! Estas nervuras têm uma grande delicadeza!
    Vou já ver...outra vez.
    (Para mim esta ideia não dá: sou muito abstracta, já me recusaram 3...)
    Beijinhos

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  11. Isabel,
    Obrigada. Gosto muito desta canção.
    Beijinhos. :))

    Obrigada, João.
    Beijinho. :))

    Sandra,
    Muito obrigada pelas palavras queridas.
    Beijinho. :))

    GL,
    Muito obrigada. Infelizmente a era do número nunca mais a conseguimos apagar. Talvez a próxima geração consiga.
    Beijinho. :))

    Amigas Vurdóns,
    Que alegria vê-las por cá.
    Como compreendem tão bem o que quero dizer.
    Beijinhos para todas. :))

    Mar Arável,
    Será preciso existirem, mesmo?
    Abraço. :))

    Obrigada, Cláudia!
    Beijinho e é tão bom saber o quão humana é. :))

    Henrique,
    Obrigada pela visita já saltei até à Travessa e é sempre bom ver a sua energia.
    Beijinho. :))

    Lídia,
    Então, força e perseverança pois tem sensibilidade para adoptar mais essa arte.
    Beijinho grato. :))

    Maria João,
    A recusa acontece-me muitas vezes.
    Não pode esmorecer.
    Obrigada pela visita e pelas palavras.
    Beijinhos. :))

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  12. teu blog nao somente e lindo, mas e tambem de um grande interesse conecimento, TEU!
    e tantos obrigadas por teus comentarios!!
    beijosssssssssssssss

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  13. Querida Myra,
    Obrigada.
    Gosto muito da sua arte e da forma como a expressa.
    Beijinhos. :))

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  14. Querida Myra,
    Obrigada.
    Gosto muito da sua arte e da forma como a expressa.
    Beijinhos. :))

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  15. Querida Myra,
    Obrigada.
    Gosto muito da sua arte e da forma como a expressa.
    Beijinhos. :))

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