Literatura de Cordel no Brasil. Outra exposição na Biblioteca Nacional de Portugal que merece uma visita.
Reparem nos títulos, são deliciosos.
Desconheço este tipo de literatura e tenho pena de não poder pegar num livrinho, folhear e ler.
«Os folhetos que em Portugal, na Espanha e na América latina são ditos de cordel, porque outrora eram suspensos - para exposição e venda - de cordéis, apareceram em Portugal, como noutros países da Europa, poucas décadas depois da descoberta da imprensa, e foram até meados do século XX um poderoso meio de comunicação popular. Levados por emigrantes para o Brasil, aqui começaram alguns a ser reeditados pouco depois de D. João VI ter criado a primeira tipografia, em 1808; imitados ou recriados, permitiram que antes do final do século Leandro Gomes de Barros, Silvino Pirauá de Lima e outros poetas populares, sobretudo da Paraíba e de Pernambuco, fixassem os modelos do folheto de cordel brasileiro, que como regra ainda se mantêm, apesar das transformações sociais e tipográficas: papel mais ou menos ordinário, formato raramente afastado dos 15x12 ou 16x11 centímetros, simplicidade gráfica, capa ilustrada, com privilégio da xilogravura, impressão rudimentar, enunciação oralizante e narrativa, linguagem concreta, popular e coloquial, fixação quase exclusiva na expressão poética, com preferência pelo verso setissílabo e pela sextilha, gosto do cómico e da crítica social, abertura temática mas com atracção por certos “ciclos”…»
Arnaldo Saraiva
Cordel: Feira de São Cristóvão
São Cristóvão é nos domingos
O ponto mais brasileiro
Encontro dos nordestinos
Que estão no Rio de Janeiro
Lá passam horas saudosas
Comendo coisas gostosas
E ouvindo um bom violeiro.
O nordestino que fez
O grande Rio crescer
Construindo arranha-céus
Se arriscando a morrer
Comandado pelos gringos
Tem direito aos domingos
Ter seu lugar de lazer.
O Campo de São Cristóvão
É palco de tradição
Dos primeiros nordestinos
Que deixaram seu torrão
Sua família querida
Vieram tentar a vida
Viajando em caminhão.
João José dos Santos
Cadernos do CNLF, Vol. XVI, Nº 04, t. 2, pág. 1717.
Cordel: Feira de São Cristóvão
São Cristóvão é nos domingos
O ponto mais brasileiro
Encontro dos nordestinos
Que estão no Rio de Janeiro
Lá passam horas saudosas
Comendo coisas gostosas
E ouvindo um bom violeiro.
O nordestino que fez
O grande Rio crescer
Construindo arranha-céus
Se arriscando a morrer
Comandado pelos gringos
Tem direito aos domingos
Ter seu lugar de lazer.
O Campo de São Cristóvão
É palco de tradição
Dos primeiros nordestinos
Que deixaram seu torrão
Sua família querida
Vieram tentar a vida
Viajando em caminhão.
João José dos Santos
Cadernos do CNLF, Vol. XVI, Nº 04, t. 2, pág. 1717.
Esta exposição é giríssima. Gostei do seu post.
ResponderEliminarExcelente a tua "mostra", Ana !
ResponderEliminarUm beijo.
Em Suzano, cidade em que trabalho, conheci o cordelista Francis Gomes. Suas obras são bem interessantes, a cultura popular do nordeste brasileiro muito bem representada. Deixo o endereço de um blog em que ele apresenta um trecho de sua literatura de cordel. Tenho seguido suas postagens, sem tempo de comentar... Beijos.
ResponderEliminarhttp://poetafrancisgomes.blogspot.com.br/2012/10/estroves-do-cordel-o-doutor-o.html
Interessante.
ResponderEliminarMais uma para ver. Espero que o tempo chegue para tudo.
Um beijinho
Olhando pra o que está exposto dá a ideia de estarem aí umas preciosidades, ana
ResponderEliminarBeijinho e votos de boa semana
Só pode ser uma exposição fantástica e deveras interessante!!
ResponderEliminarNão é frequente aparecer este género de publicações.
Um beijinho.:))
MR,
ResponderEliminarAdorei a exposição e tenho pena de não poder folhear um ou outro livrinho. :))
João,
Vale a pena visitar. :)
Beijinho. :)
Jane,
Muito obrigada, já fui visitar e gostei.
Beijinho e é bom vê-la por aqui. :))
Isabel,
Vais gostar.
Beijinho. :))
Pedro,
Tem razão, são preciosidades.
Beijinho. :))
Cláudia,
Já lhe apareceu?
É interessante. Gostaria de ler um dos livrinhos cujos títulos são fabulosos. :))