Acontecia que de livros, abertos por uma qualquer mão apressada e desajeitada, caíam pétalas de rosa que eram pisadas. *
Detalhe de uma das seis tapeçarias da Dama e o Unicórnio, século XV (c.1490),
Museu Nacional da Idade Média, antiga abadia de Cluny, Paris.
Imagens retiradas daqui
Não nos aproximamos, sem dar por isso, mais silenciosamente da tapeçaria seguinte logo que notamos que a figura feminina está como que absorta? Ela está a fazer uma grinalda, uma pequena coroa redonda de flores. Pensativa escolhe a cor do cravo seguinte na salva que a aia lhe estende, enquanto vai prendendo o anterior. Ao fundo sobre um banco, está um cesto de rosas intactas, que um macaco descobriu. Desta vez eram precisos mais cravos. O leão está alheado; mas o licorne, á direita, entende. Não tinha que haver música neste silêncio? Não estava ela presente mas contida? Grave e silenciosamente adornada aproximou-se (muito lentamente. Não achas?) do órgão portátil e toca, de pé, separada por tubos do órgão da aia que, do outro lado, manobra os foles. Nunca a senhora se apresentara tão bela. **
Rainer Maria Rilke,As Anotações de Malte Laurids Brigge, Lisboa: Relógio de D’ Água, 2003 (tradução e prefácio de Maria Teresa Dias Furtado), pp. *42 e **130-131.
A beleza das rosas é intemporal.
Grande nível tem este teu post, ANA !
ResponderEliminarMuitos parabéns e obrigado !
Um beijo.
As rosas são realmente intemporais, bonito o seu gesto, a foto e a verdade das palavras.
ResponderEliminarNão são fáceis, mas são intemporais.
bjs nossos
Um regresso em grande.
ResponderEliminarEspero que as férias tenham sido gratificantes, Ana.
Beijo :)
Eu estou a ler (a acabar) Livro, de José Luís Peixoto.
ResponderEliminarUma agradável surpresa.
Beijinho e votos de boa semana
Tudo muito belo! Esta é uma das minhas obras de arte preferidas. Bjs!
ResponderEliminarAna, vê-se tanta falta de delicadeza e sensibidade no trato com os livros...
ResponderEliminarNunca li esta obra Rilke.
O perfume e a beleza das rosas estão bem presentes no post.
Beijinhos.:-))
Ana, que bom que está de volta ao blog!
ResponderEliminarPartilho a opinião do primeiro comentador, Ana.
ResponderEliminarBjos
João,
ResponderEliminarObrigada pelo estímulo. Fez-me sorrir!:)
Um beijo.
Amigas Vurdóns,
obrigada pelas vossas palavras e acções que se juntam a estas rosas.
9 beijos. :))))))))
AC,
Foram sim, Obrigada duplamente. :)
Beijo.
Pedro,
Gosto desse escritor. Mas o "Livro" ainda não li, vou anotar.
Obrigada, Pedro.
Beijo. :)
Margarida,
Comungo do seu gosto, esta é a minha eleita, das seis tapeçarias e da arte medieval.
beijo. :)
Cláudia,
Obrigada. Ainda estou de férias com algum trabalho mas irei regressar aos poucos. Leia que vai gostar.
Beijo. :)
Catarina,
Obrigada.
Beijos.:)
Feliz regresso! Senti falta de suas postagens sempre tão harmoniosas! Tive a felicidade de ver as tapeçarias, no museu Cluny. Dentre as lembranças de viagem, elas estão entre as que guardo com carinho, pois são inesquecíveis. Beijo.
ResponderEliminarBentornata! Oxalá tenha descansado. As imagens são lindas claro e o poema também.
ResponderEliminarBeijinhos
As tapeçarias ao vivo devem ser uma maravilha, a julgar pelo teu post...
ResponderEliminarMuito bonito.
Beijinhos
Jane,
ResponderEliminarMuito obrigada! Ainda não tive a felicidade de ver estas tapeçarias mas não perco a esperança. Irei com certeza logo que possa pois só as vi nos livros. :)
Beijinho.
Isabel,
Nunca vi mas um dia irei visitá-las.
Obrigada e um beijinho. :)
MJ,
ResponderEliminarSó agora reparei que ainda não agradeci as suas palavras.
Por isso é que era bom ter um "responder" no local dos comentários. Contudo, não sei como introduzi-lo.
Um beijinho em duplicado. :))