14/06/2012

"sentimentos generosos"


Paolo Ucello, Battagliaa di San Romano, Bernardino Della Ciarda, Detail 1, 1450s, Galleria Deggli Uffizi, Florença


Durante a guerra os homens têm sentimentos generosos, ideais profundos; quando a paz vem, apodrecem, perdem a sinceridade, tornam-se estúpidos, conservadores... Às vezes penso que uma guerra nos revelaria o que há em nós de generoso e de puro, nos revelaria que todos somos irmãos, nós e os inimigos. 

 Augusto Abelaira, A Cidade das Flores, Lisboa: Bertrand, 1972, (4ª edição), p. 36.



Em que medida é a escrita de Abelaira contemporânea?  Estaremos a apodrecer?


Com especial agradecimento a Cláudia Ribeiro da Livraria Lumière.




Angeles Chorale, UCLA Coral, UCLA Filarmónica, maestro Donald Neuen, Anush Avetisyan (Leonora), soprano, 2011 Royce Hall, UCLA - Verdi "A Força do destino"

11 comentários:

  1. Penso qe nenhuma guerra se justifica por sentimentos nobres, numa guerra perdemos todos.
    Quando nos falta ideais é que a falsa guerra se estabelece de sombras e medos.
    Prefiro a paz, regada de audácias, de aventuras e de descobertas.

    bjs muitos,

    amei a tela.

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  2. Gostava de não concordar com o que Abelaira escreveu.
    Mas, infelizmente, tenho que concordar, ana.
    Beijinho

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  3. Ser generoso, puro, justo e humano, deveria fazer parte da nossa essência e deste modo estar presente todos os dias e em todas as acções. Assim, já não seriam precisas guerras. Uma utopia? Sim.
    Beijinhos

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  4. Não gosto de guerras - nem de discussões... Contudo, sou uma fã destas batalhas de Ucello. Bjs!

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  5. ... é da condição humana

    Também há guerras justas

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  6. Ana,
    Tenho para mim que neste momento, embora de forma surda, a sociedade em que vivemos está em guerra. E, para quem está atento, muitos comportamentos se começam a esboçar...

    Beijo :)

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  7. Abelaira era uma pessoa estranha e muito amarga.

    O destino da sua obra é esquisito.

    De qualquer modo, foi um dos melhores autores da chamada Geração de 50.

    De guerras? Não falo nem quero ouvir falar.

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  8. Tudo tão estranho... Sim, penso que em situações extremas os homens reagem de modo mais humano e mais solidário com os outros seres humanos.
    Bonita imagem, gostei sempre de Paolo Ucello e das suas batalhas (na tela...).
    Um beijinho

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  9. Amigas Vurdóns,
    Também a paz é importante para mim mas não deixo de achar pertinente o texto do escritor. Por vezes apodrecemos em tempo de paz porque ela nos adormece.
    Beijinhos. :))))))))

    Pedro,
    também concordo com ele, infelizmente, diz bem!
    Beijinho. :)

    Cláudia,
    Um mundo sem guerras é uma utopia, sim. A generosidade é uma dádiva.
    beijinhos. :)

    Margarida,
    Também acho estas telas uma beleza! Gosto de uma discussão construtiva e as guerras assustam-me. Porém, penso que Abelaira tem razão no que regista.
    Beijinhos. :)

    Mar Arável,
    Concordo há guerras justas.
    Beijinho. :)

    AC,
    Concordo inteiramente, na surdina começam a esboçar-se gritos de revolta. Os nossos direitos estão a ser espoliados.
    Beijinho e obrigada pela visita. :)

    Manuel,
    É estranho, sim mas gosto da escrita dele. Esta história passa-se em Florença na época de Mussolini.
    Gostava de perceber o que (não) diz sobre as guerras!
    beijinho. :)

    MJ,
    Estou inteiramente de acordo. A guerra faz acordar e ser solidário e humano.
    A tela é linda, vi-a há uns anos em Florença!
    Beijinhos. :)

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  10. Não concordo que a guerra nos faça ter sentimentos nobres, pelo contrário, em uma guerra se fazem atrocidades tamanhas.
    O que concordo é que temos que ser sinceros em nossos pontos de vista, ser verdadeiros nem que tenha que haver discussão, procurando evitá-las, mas ao ponto de fazer uma guerra, acho que não justifica.
    Quanto ao vídeo, é linda a voz dessa soprano, e a música me traz uma paz, que acho necessária, inclusive internamente, que eu acho que é o que falta atualmente.

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  11. Raul,
    A guerra é algo terrível, sim. Contudo, pode despertar humanidade e generosidade e alertar para os direitos humanos que neste momento andam esquecidos, pelo menos no meu país. :)
    Abraço!

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