Para além da curva da estrada
Para além da curva da estrada
Talvez haja um poço, e talvez um castelo,
E talvez apenas a continuação da estrada.
Não sei nem pergunto.
Enquanto vou na estrada antes da curva
Só olho para a estrada antes da curva,
Porque não posso ver senão a estrada antes da curva.
De nada me serviria estar olhando para outro lado
E para aquilo que não vejo.
Importemo-nos apenas com o lugar onde estamos.
Há beleza bastante em estar aqui e não noutra parte qualquer.
Se há alguém para além da curva da estrada,
Esses que se preocupem com o que há para além da curva da estrada.
Essa é que é a estrada para eles.
Se nós tivermos que chegar lá, quando lá chegarmos saberemos.
Por ora só sabemos que lá não estamos.
Aqui há só a estrada antes da curva, e antes da curva
Há a estrada sem curva nenhuma.
s.d.
Alberto Caeiro, Poemas Inconjuntos, (Recolha, transcrição e notas de Teresa Sobral Cunha.) Lisboa: Presença, 1994, p. 129.
Excelente o poema !
ResponderEliminarA foto é tua ???
Um beijo em linha recta, Ana.
"Aqui só há a estrada antes da curva"...
ResponderEliminar...mas há também lugar para o sonho.
Os dois são importantes.
Belíssima a voz da Teresa Salgueiro.
Muito bonita a foto.
Beijinhos
Fascinante Caeiro.
ResponderEliminarObrigado, Ana. "Para além da curva da estrada" há outros Pessoas, certo? Como ali, creio, na estrada aquém da "estrada sem curva nenhuma". As estradas todas levando as pessoas... Talvez não a Roma, mas a Maravilhas.
Receba um grande abraço agradecido.
Gilson.
Fabuloso o poema, apesar da estrada ser bem sinuosa, para muitos!
ResponderEliminarPara seguir até Roma só pode ser em linha recta, e numa curta distância, certo? Que é para chegar depressa e desfrutar do que a fotografia nos mostra.
Teresa Salgueiro é sempre uma escolha acertada.
Um bom dia. Beijinhos
Gostei muito do poema e adorava ir a Roma. Bjs!
ResponderEliminarLindo poema! Linda foto!
ResponderEliminarHa que aproveitar o presente, o local onde se esta e tudo o que temos de bom, como a criatividade e a dadiva de partilhar tanta beleza, como a Ana faz atraves dos seus posts. Beijinhos!
:-)
João,
ResponderEliminarSim, é minha. Obrigada. Gosto muito de Alberto Caeiro.
Beijinho. :)
Isabel,
Muito obrigada, também gosto do sonho de Teresa Salgueiro. :)
Beijinhos.
Gilson,
Muito obrigada pelo comentário e pelo abraço que é retribuído. :)
Cláudia,
Pois é, às vezes é muito difícil de manter a rota certa. Mas tenta-se.
Beijinhos! :)
Margarida,
Vai ficar maravilhada.
Beijinhos. :)
Sandra,
Muito obrigada. Tinhamos combinado tratarmo-nos por tu e esquecemo-nos.
Grata pelo comentário e força para viver num sítio belo como esse, mas por vezes com pouco sol.
Beiinhos. :)
Maravilha de post, ana.
ResponderEliminarRoma (linda!!), um poema excelente, a fantástica Teresa Salgueiro.
Sublime!!
Bjs
Gostei muito! O poema é quase assustador pelo que tem (o Alberto Caeiro) de "pasmo" e imobilidade.
ResponderEliminarClaro que interessa saber o que está para além da curva da estrada! Todo o movimento de criação vai nesse caminho. E Fernando Pessoa sabe.
Mas... para quê, afinal saber o que está para lá daquela curva?...
Como diz bem a Isabel e a canção há o sonho e a vontade de sonhar, de querer saber o que está para além da curva da estrada, mesmo só na nossa imaginação!
Muito belas as escolhas do poema e dos Madredeus, com tanto de "pasmo" também...
beijinhos
Ainda bem que gostou do chá. Pensei muito em si, veja lá!
Cigano não tem casa, tem estradas.
ResponderEliminarbjs muitos
Pedro,
ResponderEliminarObrigada, fez-me sorrir. :)))
MJ,
Também me fez sorrir como o Pedro.
Obrigada pelas palavras que me fizeram pensar.
Beijinhos. :)))
Amigas Vurdóns,
Por isso é que têm uma sabedoria contemplativa.
Beijinhos muitos, também! :))))))))