23/02/2012

Box

Desde pequena que convivo com máquinas fotográficas. O meu pai andava sempre com uma fosse para onde fosse.

A película era a forma de reter as histórias de família. Em casa dos meus pais há várias câmaras antigas e modernas.

O meu pai não assistiu à era digital. Provalemente iria achar que é bom para quem não sabe tirar fotografias.
Teria razão, não sei, mas a verdade é que me deixou o gosto pela fotografia e, apesar de não saber nada do assunto, ele transmitiu-me a vontade de apanhar pequenas histórias.
Recebi este livro recentemente e não consegui deixar na pilha de livros que tenho para ler.
Günter Grass escreveu a(s) sua(s) história(s) de família através da Box uma Agfa. Não obstante ter outro livro dele para ler este ganhou novo significado.
O trecho escolhido foi a pensar no meu pai que adorava tocar piano. Nunca teve um piano de cauda mas vertical ou de parede (não sei se é assim que se diz) era onde ele extravasava as suas alegrias e tristezas.
Ao meu pai. xxxxxxxxxxxO desenho é do escritor.




Günter Grass, A Caixa, Histórias da câmara escura, Lisboa: Casa das Letras, 2008, página 45. (trad. Paulo Rêgo)

10 comentários:

  1. Que linda homenagem a seu pai Ana, ele teria orgulho do que hoje retrata, temos certeza disso. De fotos urbanas a possibilidade de mudar o mundo de alguns.

    bjs nossos

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  2. ana,
    Sou um "juntador" (coleccionador é disciplinado e eu não sou) de coisas antigas.
    Entre gira-discos, gravadores de fitas, rádios, relógios, livros, moedas, máquinas fotográficas, selos....há uma máquina de costura Singer que a minha avó usava.
    Preciosidades com memória e que guardam muitas memórias.
    Bjs

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  3. Bonito o teu post.
    Senti uma saudade enorme do meu pai.
    Um beijinho

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  4. Feliz e útil invenção, a da máquina fotográfica! Quantos momentos ficam registados e disponíveis para que se vejam sempre...
    E, as recordações que um livro pode trazer... ainda bem!
    Era um homem sensível de certeza, o pai. Sabia que estava a guardar o presente que em breve seria passado!
    Para mais tarde recordar...
    Foi uma boa herança o gosto pela fotografia, entre muitas outras, de certeza!
    Beijinhos

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  5. Hoje não oiço

    só canto José Afonso

    mais alto que o pensamento

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  6. Amigas Vurdón,
    Obrigada pelo vosso carinho.
    beijinhos para todas! :)

    Pedro,
    Também sou juntadora de coisas antigas, livros (os baratinhos), moedas, selos (esta já não dou seguimento), máquinas fotográficas estão em casa dos meus pais, moedas, marcadores, caixas de música e já fiz de bules porque adoro chá(esta terminou também).
    Tenho uma singer da minha bisavó mas já não tenho os "pés" de ferro forjado.
    As memórias são preciosidades sim!
    Bjs. :)

    Margarida,
    É, lê-se de um fôlego. É a continuação da autobiografia "Descascando a Cebola" que está na pilha de livros à espera de ser lido.
    Bjs. :)

    Isabel,
    Obrigada, é sempre bom lembrarmo-nos deles, não é?
    Bjs. :)

    Cláudia,
    Utilíssima e obrigada pelas suas palavras.:)
    Bjs.

    Mar Arável,
    Zeca Afonso está sempre ligado às memórias: não fotográficas mas discográficas.
    Bj. :)

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  7. Belo apontamento!
    Levou-me à infância onde um quarto escuro não me assustava porque, o que lá acontecia, era mágico e eu gostava de ver os rectângulos de papel presos por molas como se fossem peúgas a secar.

    Um beijo

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  8. Calculo que não resistiria... Somos um pouco "fanatiques" da fotografia, não é?
    Mas nada nunca como Man Ray!
    beijinhos

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  9. Lídia Borges,
    Muito obrigada pela sua visita e pelas memórias partilhadas. A imagem do estendal de fotografias e das molas é linda!
    Beijinho. :)

    MJ,
    Sim, Man Ray é inultrapassável. Fez-me ter vontade de rever as fotos dele.
    Beijinho. :)

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