02/08/2011

A Palavra, Miguel Torga

Jorge Marinho perpetua Miguel Torga na sua pintura. Retirada daqui.


Adolfo Rocha (Miguel Torga) entre os bichos como o livro que escreveu e porque entendia a sua linguagem. Foi médico, escritor, poeta e ensaísta e sobretudo, uma pessoa humana.
Miguel Torga, desenho a carvão de Isolino Vaz


De Miguel Torga, A Palavra porque as palavras são o código mais importante de um povo.

A Torre da Universidade...


A PALAVRA

Falo da natureza.
E nas minhas palavras vou sentindo
A dureza das pedras,
A frescura das fontes,
O perfume das flores.
Digo, e tenho na voz
O mistério das coisas nomeadas.
Nem preciso de as ver.
Tanto as olhei,
Interroguei,
Analisei
E referi, outrora,
Que nos próprios sinais com que as marquei
As reconheço, agora.

Miguel Torga, S. Martinho da Anta, 13 de Abril de 1965,


Retirado da Casa Fernando Pessoa - Banco de Poesia.


Universidade de Coimbra
Faculdade de Direito



O 7 em especial para o Pedro Coimbra

(fotografia tirada de uma foto antiga do Formidável, exposta no Fórum de Coimbra)



Às memórias!





Ontem li que uma iraniana, Ameneh Bahrami, desfigurada e cega com ácido por recusar um pretendente perdoou o seu agressor da pena de talião que fora pedida por ela. A nobreza de sentimentos ressaltou e a palavra foi mais importante do que os actos. A isto chamo civilidade.


Não pude deixar de relacionar o poema de Miguel Torga com esta atitude. O mundo dos homens é feito com palavras, pena que às vezes elas sejam desprovidas de humanidade!


Este vídeo tem umas fotografias bonitas de Coimbra, de uma Coimbra que ainda existe e de outra que já não existe. Pedro enjoy.

9 comentários:

  1. ana, esta mulher é realmente de uma força estupenda, não sei se resistiria. A lei imposta ao homem, nunca seria aplicada a uma mulher no Irã,o perdão. Verdade seja dita, o tempo não volta atrás e as palavras são como diz o poeta: reais, sentidas, vividas e postas a prova.

    Muito forte a imagem dela e a paz de Coimbra. Belo post.

    5 bjs

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  2. Está ali o meu avô, ana!
    É aquele velhinho lindo, de bigode, a fumar um cigarro à frente do 7 do Tovim.
    Agora estou outra vez com um nó na garganta.
    Bem haja.
    Bjs

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  3. Já enviei o link para todos os meus amigos!!

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  4. Não cheguei a conhecê-lo, mas repeito-o. Obrigado pela sua evocação.

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  5. São estas recordações que nos levam... Adorei a foto do 7! E o senhor dos bigodes é uma maravilha. O tempo que passou...
    Torga é sempre sério e verdadeiro.E gostei da pintura no meio dos "bichos", lá está o corvo Vicente...
    Não comento a mulher do Irão, ninguém sabe nunca como reagiria nesta ou naquela situação...
    O fado de Coimbra é lindo!E as imagens também.
    Beijo

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  6. Ana,
    Os seus posts são sempre viagens com destino, mas a deixar aberturas para a evasão.
    Torga é referência incontornável.

    Beijo :)

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  7. Cozinha dos Vurdóns,
    Esta mulher impressionou-me. era linda, ficou desfigurada e perdoou, eu também não sei se conseguiria.
    Bjs 5 grandes! :)))))

    Pedro,
    Fico contente por ter gostado. O seu avô devia ser muito especial. Adorei enviar um cheirinho do Ocidente para o Oriente. :)))
    Bjs.

    Manuel Poppe,
    Obrigada pela sua visita. Não o conheci pessoalmente, mas avistei-o e o que contam é que era muito humano, nisso acredito.
    :)))

    MJ,
    Obrigada, o corvo... adoro corvos, adoro gatos, cães, mas acima de tudo gatos.
    Quanto à mulher do Irão, surpreendeu-me a MJ não ter dito nada. Compreendo. Não sei se eu perdoaria.
    Bjs. :)))

    AC,
    Que bom vê-lo por aqui. Obrigada!
    Arranjou o livro?
    Bjs. :)))

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  8. Já tinha saudades de por aqui passar. Há sempre algo que nos “ilumina”!
    Abraço.

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  9. Catarina,
    Obrigada e que bom que regressou!
    Espero que revigorada.
    Abraço! :)

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