elegância,
beleza,
sensualidade,
três atributos prescritos pela sociedade.
Máscaras que na verdade importam,
reflexos dos espelhos
e das películas de cinema;
arquétipos do tempo,
da moda...
encantamento.
Seguindo o mote de Cesariny, o que "importa" é "rir de tudo", porque não começar a rir com o pequeno -almoço, a primeira refeição do dia?
Ingredientes:
2 fatias de pão
manteiga q.b.
Olha-se para a torradeira maravilhado como quem espera uma iguaria do outro mundo. Espera-se uns minutos, salta o pão, barra-se a manteiga e acompanha-se com chá, café ou café com leite. Bom proveito!
Pastelaria
Afinal o que importa não é a literatura nem a crítica de arte nem a câmara escura
Afinal o que importa não é bem o negócio nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio
Afinal o que importa não é ser novo e galante - ele há tanta maneira de compor uma estante!
Afinal o que importa é não ter medo: fechar os olhos frente ao precipício e cair verticalmente no vício
Não é verdade, rapaz? E amanhã há bola antes de haver cinema madame blanche e parola
Que afinal o que importa não é haver gente com fome porque assim como assim ainda há muita gente que come
Que afinal o que importa é não ter medo de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente: Gerente! Este leite está azedo!
Que afinal o que importa é pôr ao alto a gola do peludo à saída da pastelaria, e lá fora - ah, lá fora! - rir de tudo
No riso admirável de quem sabe e gosta ter lavados e muitos dentes brancos à mostra
Mário Cesariny, Nobilíssima Visão, Assírio & Alvim, 1991