14/04/2018

Desta Primavera envergonhada...

Um conjunto de  flores - 3 vasos


Flores amo, não busco. Se aparecem

Flores amo, não busco. Se aparecem
Me agrado ledo, que há em buscar prazeres
O desprazer da busca.
A vida seja como o sol, que é dado,
Nem arranquemos flores, que, arrancadas
Não são nossas, mas mortas.

16-6-1932

Ricardo Reis, Poemas.(Edição Crítica de Luiz Fagundes Duarte.) Lisboa: Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1994, p. 163.

6 comentários:

  1. É. Penso eu que essa é a atitude correcta em relação às flores que nos apareçam nos caminhos. Amá-las sem as matar. Julgo até compreender minha avó a quem custava muito cortar flores para uma jarra, e nunca em sua casa vi alguma, apesar de ainda hoje desconhecer jardim mais florido e acarinhado que o seu. É verdade que arrancá-las/cortá-las é dar-lhes morte antes de tempo. Contudo, não resisto a tê-las mais perto e acordar a olhar-lhes a morte lenta. Beleza a definhar.

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  2. Uma postagem cheia de FLORES e de PRIMAVERAS várias.
    Assim, os diversos gostos e prazeres diferentes podem florir.

    Um beijo ( finalmente ! ).

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  3. Liz Fraser é um must, Ana.
    Acompanhada por Jeff Buckley, um doce.
    Beijos, boa semana

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  4. Gosto bastante desse poema, da mensagem, as flores pertencem ao seu lugar. :) Boa semana!

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  5. Todas se desfolham
    até os cravos a despontar

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  6. Estive aqui, vi, escrevi...
    provavelmente dormi.
    As flores se aparecem!
    Insinuam-se nos sentidos, Ana.

    Bj.

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