01/06/2012

"Claras, inúteis e passageiras como a Natureza"

XXV - As bolas de sabão que esta criança 

As bolas de sabão que esta criança                                        Vasco Berardo, s/ título,
Se entretém a largar de uma palhinha
São translucidamente uma filosofia toda.
Claras, inúteis e passageiras como a Natureza,

Amigas dos olhos como as coisas,
São aquilo que são
Com uma precisão redondinha e aérea,
E ninguém, nem mesmo a criança que as deixa,
Pretende que elas são mais do que parecem ser.

Algumas mal se vêem no ar lúcido.
São como a brisa que passa e mal toca nas flores
E que só sabemos que passa
Porque qualquer coisa se aligeira em nós
E aceita tudo mais nitidamente.

11-3-1914 

Alberto Caeiro, in “O Guardador de Rebanhos”,(Nota explicativa e notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor) Lisboa: Ática, (10ª ed.)1993, p. 51


Uma contradição difícil de explicar no dia consagrado à criança.
.

7 comentários:

  1. Lindo poema.

    O dia da criança...
    Tantas que o não comemoram.

    Um beijinho

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  2. Mais um post que nos faz refletir; a palavra e a melodia...

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  3. Uma escolha muito feliz no Dia da Criança, ana.
    Beijinho e bom fim-de-semana

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  4. Gostei muito do poema, assim como gosto de bolas de sabão e de quadros com bolas de sabão... Bjs!

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  5. Muito obrigado Ana, pela maravilhosa canção. Que saudade!!!

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  6. Isabel,
    Infelizmente!:(
    Beijinho.

    Catarina,
    Obrigada pela visita e pelas palavras.
    Abraço!:)

    Pedro,
    Obrigada.
    Beijinho e bom fim-de-semana!:)

    Cláudia,
    Beijinhos. :)

    Margarida,
    Também adoro bolas de sabão e quadros com as mesmas. Este não tem mas pareceu-me que podia sugerir.
    Beijinhos. :)

    Manuel,
    Uma canção tão bonita. :)
    Tenho saudades de Roma, também!
    Beijinho.:)

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