Ando a ler o livro de Tabucchi, Requiem. Perguntei-me porque será que o autor escolheu este quadro para a capa?
Ao abrir na página 67, comecei a ler a história e estava tudo explicado. A tela de Bosch: Tentações de Santo Antão era a história que se ia contar.
Com grande desapontamento meu vi que não estava só, em frente das "Tentações" havia um copiador, com cavalete e tela, que estava a trabalhar. Não sei porquê, mas desagradava-me estar em companhia, teria gostado de ver o quadro sozinho. sem outros olhos que olhassem ao mesmo tempo que os meus, sem a presença ligeiramente incomodativa de um desconhecido. (...)
O pintor copiador só pintava detalhes e há dez anos que pintava "detalhes da Tentação". A solidão que o narrador pretendia não a teve mas aprendeu mais sobre o quadro do que todas as vezes que o revisitava sozinho.
Só aprendemos porque vivemos com os outros?
Ou nem sempre a solidão é a melhor forma de vermos o que pensamos que queremos ver?
Há sempre mestres mesmo quando pensamos que eles não estão presentes...
Agradeço à Cláudia, da Livraria Lumière, que me arranjou a 1ª edição deste livro. :)
Ao abrir na página 67, comecei a ler a história e estava tudo explicado. A tela de Bosch: Tentações de Santo Antão era a história que se ia contar.
Com grande desapontamento meu vi que não estava só, em frente das "Tentações" havia um copiador, com cavalete e tela, que estava a trabalhar. Não sei porquê, mas desagradava-me estar em companhia, teria gostado de ver o quadro sozinho. sem outros olhos que olhassem ao mesmo tempo que os meus, sem a presença ligeiramente incomodativa de um desconhecido. (...)
O pintor copiador só pintava detalhes e há dez anos que pintava "detalhes da Tentação". A solidão que o narrador pretendia não a teve mas aprendeu mais sobre o quadro do que todas as vezes que o revisitava sozinho.
Só aprendemos porque vivemos com os outros?
Ou nem sempre a solidão é a melhor forma de vermos o que pensamos que queremos ver?
Há sempre mestres mesmo quando pensamos que eles não estão presentes...
Agradeço à Cláudia, da Livraria Lumière, que me arranjou a 1ª edição deste livro. :)
Hyeronimus Bosch, Tentações de Santo Antão, 1505-1506 (MNAA)
Volante esquerdo
Radiografia de um detalhe da tela Outro detalhe radiografado
e mais outro.
Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa
Volante esquerdo
Radiografia de um detalhe da tela Outro detalhe radiografado
e mais outro.
Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa
Tabucchi, um excelente pretexto para tanta simbologia, Ana, pois as Tentações de Santo Antão, de Hieronymus Bosch, dão pano para mangas.
ResponderEliminarToda a elaboração do post é uma bela construção, plena de sensibilidade. Fico-lhe grato.
Beijo :)
A pintura é impressionante, ana.
ResponderEliminarAté arrepia!
Bjs e votos de Páscoa Feliz
Uma excelente pintura.
ResponderEliminarA solidão tem muito de mágico. É nesses momentos que por vimos descobrimos o nosso "eu" interior, por isso nunca estamos só. eheheh
Beijinho
Defendo que todos nós somos influenciados pelos outros, mesmo indirectamente e independentemente da nossa vontade.
ResponderEliminarE, que só temos a ganhar com este contacto e esta partilha.
A solidão ajuda a refectir, a sermos nós e a sentir a falta do outro.
A pintura é fabulosa.
Beijinhos
AC,
ResponderEliminarMuito obrigada, deixa-me sem palavras. Este quadro tem muitos pormenores interessantíssimos e demora-se muito tempo para o estudarmos. A beleza dele reside nessa procura.
Beijinhos!:)
Pedro,
Boa Pásco e muito obrigada!Beijinho.:)
Carlota,
Concordo com a teoria da solidão.
Boa Páscoa.
Beijinhos. :)
Cláudia,
Muito, muito obrigada pelas palavras e pela partilha. E tudo. :)
Beijinhos. :)
Fiquei a seguir.
ResponderEliminarPor me envolver
e gosta de tudo
que vi |li.
Paz.
Sahara,
ResponderEliminarMuito obrigada pelo comentário e pela visita.
Paz também! :)