Tecnologia versus Humanidade, é um velho debate, um debate intemporal, chegou-me através de um marcador. Porém, é a realidade que nos cerca, a inteligência que nos toca, mas nada chega para apagar a beleza da rosa.
Tecnologia versus Humanidade, o Robot e a Rosa
Estou cansado da inteligência.
Estou cansado da inteligência.
Pensar faz mal às emoções.
Uma grande reacção aparece.
Chora-se de repente, e todas as tias mortas fazem chá de novo
Na casa antiga da quinta velha.
Pára. meu coração!
Sossega, minha esperança factícia!
Quem me dera nunca ter sido senão o menino que fui...
Meu sono bom porque tinha simplesmente sono e não ideias que esquecer!
Meu horizonte de quintal e praia!
Meu fim antes do princípio!
Estou cansado da inteligência.
Se ao menos com ela se percebesse qualquer coisa!
Mas só percebo um cansaço no fundo, como baixam internas
Aquelas coisas que o vinho tem e amodorram o vinho.
18-6-1930
Álvaro de Campos, Livro de Versos (Edição crítica. Introdução, transcrição, organização e notas de Teresa Rita Lopes.) Lisboa: Estampa, 1993, p. 125.
Álvaro de Campos, Livro de Versos (Edição crítica. Introdução, transcrição, organização e notas de Teresa Rita Lopes.) Lisboa: Estampa, 1993, p. 125.