12/06/2013

"Caro desempregado" - A arte e o desemprego

A Arte e o desemprego, um grito através da tela e da escrita.

Max Ginsburg, Unemployed On line


Max Ginsburg, Foreclosure, 2011
Daqui


Max Ginsburg nasceu em Paris, em 1931. 
Estudou nas seguintes escolas superiores de arte: High School of Music and Art, New York (1945-1949), Syracuse University, Syracuse, NY, BFA (1949-1953); City College of New York, New York, MA (1960-1963). 
Ensinou nas seguintes instituições: High School of Art and Design, New York, (1960 -1982) School of Visual Arts, New York, (1984 -2000) Art Students League, New York, (1997-2000; 2008-2011)[Cortesia do google] 

Recebi, via e-mail, a carta de Ricardo Araújo Pereira. Já deve andar na blogosfera, twitter e facebook, mas dada a pertinência do tema, aqui está uma parte da mesma missiva para os 19%.

Carta aos 19%
Caro desempregado, 
Em nome de Portugal, gostaria de agradecer o teu contributo para o sucesso económico do nosso país. Portugal tem tido um desempenho exemplar, e o ajustamento está a ser muito bem-sucedido, o que não seria possível sem a tua presença permanente na fila para o centro de emprego. Está a ser feito um enorme esforço para que Portugal recupere a confiança dos mercados e, pelos vistos, os mercados só confiam em Portugal se tu não puderes trabalhar. O teu desemprego, embora possa ser ligeiramente desagradável para ti, é medicinal para a nossa economia. Os investidores não apostam no nosso país se souberem que tu arranjaste emprego. Preferem emprestar dinheiro a pessoas desempregadas. Antigamente, estávamos todos a viver acima das nossas possibilidades. Agora estamos só a viver, o que aparentemente continua a estar acima das nossas possibilidades. Começamos a perceber que as nossas necessidades estão acima das nossas possibilidades. A tua necessidade de arranjar um emprego está muito acima das tuas possibilidades. É possível que a tua necessidade de comer também esteja. Tens de pagar impostos acima das tuas possibilidades para poderes viver abaixo das tuas necessidades. Viver mal é caríssimo.Não estás sozinho. O governo prepara-se para propor rescisões amigáveis a milhares de funcionários públicos. Vais ter companhia. Segundo o primeiro-ministro, as rescisões não são despedimentos, são janelas de oportunidade. O melhor é agasalhares-te bem, porque o governo tem aberto tantas janelas de oportunidade que se torna difícil evitar as correntes de ar de oportunidade. Há quem sinta a tentação de se abeirar de uma destas janelas de oportunidade e de se atirar cá para baixo. É mal pensado. Temos uma dívida enorme para pagar, e a melhor maneira de conseguir pagá-la é impedir que um quinto dos trabalhadores possa produzir. Aceita a tua função neste processo e não esperneies. (...).
Ricardo Araújo Pereira

13 comentários:


  1. O desemprego por aqui também se tem feito sentir: 30 000 no apoio aos idosos, 45 000 no sector financeiro (bancos), 50 000 na construção civil (e estão previstos mais 27 000), etc, etc. Quando cá chegámos (Dezembro de 2007), a taxa de desemprego era de 4%, vai em 8%,e vai subir, pois o país já está em recessão há algum tempo.
    E ainda há quem diga que a crise na Europa acabou...
    Beijinho, Ana!Forte abraço!

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  2. A situação é impensável - mas adoro o RAP. Bjns!

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  3. Pois, o R.A. P. pega de finho nos temas mas escaldantes.
    Não conhecia esta.

    Obrigado, ANA !

    Um beijo.

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  4. O texto do RAP e a música dos Oasis já conhecia.
    Os quadros, incríveis!!, não.
    Beijinho

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  5. Infelizmente o número de desempregados vai aumentando!
    Max Ginsburg colocou na tela este drama de forma brilhante!

    Beijinhos.:))

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  6. formidavel post e sim, este desmprego em quasi todos os paises e tremendo!
    onde anda? viajando ou nao esta bem?
    beijos querida Ana!

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  7. Continuo a falar para todos sem o gesto pessoal que aprecio. Algum cansaço.
    Beijinho para todos e obrigada pela vossa passagem. :))

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  8. As telas são impressionantes. Não conhecia Max Ginsburg.
    Bom dia!

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  9. Bom dia, MR. :))
    Conheci há uns tempos via internet. Gosto bastante.
    Obrigada. :))
    Um dia feliz!

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  10. É duro como pedra! Mas necessário que essa pedra nos magoe.

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  11. Impressionante e doloroso! Imagens bem fortes e verdadeiras. Todos os dias novos casos, o desemprego não para...
    Beijinhos

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  12. Manuel,
    É verdadeiramente duro e triste...
    Obrigada pela visita.
    Beijinhos. :)

    Maria João,
    Gostei muito deste pintor pois retrata com a imagem mais do que por vezes as palavras conseguem dizer.
    Beijinhos. É um prazer encontrá-la aqui. :)

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