25/03/2013

Se Nada Há de Novo

Se Nada Há de Novo



Se nada há de novo
e tudo o que há já dantes era como agora é,
só ilusão a criação será:
criar o já criado para quê?

Que alguém me mostre, sobre um livro antigo
como quinhentas translações astrais,
a tua imagem, na inscrição, no abrigo
do espírito em seus signos iniciais.

Que eu saiba o que diria o velho mundo
deste milagre que é a tua forma;
se te viram melhor, se me confundo,
se as translações seguem a mesma norma.
Mas disto estou seguro: antigos textos
louvaram mais com bem menores pretextos.

William Shakespeare, in "Sonetos"
Tradução de Carlos de Oliveira (Citador)                                  Louise Élisabeth Vigée Le Brun, 

10 comentários:

  1. Se então já não há nada de novo, tudo se recria.
    Gostei muito do pormenor da pintura.
    Um beijinho e boa semana!

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  2. Tal como Jerónimo Bosch, na Pintura...


    Um beijo.

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  3. Sublime!!!

    Desde o poema, ao pormenor do quadro de Marie Antoinette, à música.

    Só de alguém muito especial...

    Um beijinho grande.:))

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  4. Lindo poema, claro! Tudo bonito e bem escolhido! beijinhos

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  5. Tudo é sempre novo

    até os velhos textos
    quando se leem com outros olhos

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  6. Línddíssimo soneto de Shakespeare e sublime ária de Bach. Inspiradores para um dia triste e cinzento. Obrigado, Ana

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  7. Línddíssimo soneto de Shakespeare e sublime ária de Bach. Inspiradores para um dia triste e cinzento. Obrigado, Ana

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  8. Palavras sábias soltam-se do livro, enquanto as notas de Bach elevam a reflexão. Lá fora, ainda com freio, sente-se o silêncio em ebulição da rua, clamando por pão. E circo.
    Que dizer, Ana? Os seus posts são sublimes, sinto-me muito bem por aqui.

    Beijo :)

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  9. A todos muito obrigada. :)
    Beijinhos
    .

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