31/03/2010

O Beijo de Judas!

O Beijo de Judas
Anónimo lombardo século XV, S. Lorenzo, Capela S. Aquilino, Paixão de Cristo,1426, Milão.

30/03/2010

Narciso Yepes - Romance Anónimo!

Willelm Hammershoi

Willelm Hammershoi, o título que vou colocar é meu:
Entre janelas a olhar o vazio na esperança que amanheça com luz, beleza,
simplicidade e harmonia!

Não tenho mais dados sobre a pintura e estou cansada para ir à procura...

29/03/2010

Giotto pormenor!

Giotto é um pintor e arquitecto da Baixa Idade Média que admiro. Gostei do pormenor da Entrada de Cristo em Jerusalém que JAD colocou no Prosimetron.
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Giotto. Christ Entering Jerusalem. Detail, 1304-1306.
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Fresco. Capella degli Scrovegni, Padua, Italy

27/03/2010

Ave Maria for cello by Giulio Caccini

Ave Maria for cello

Em torno de La Tour!

Gosto muito de Georges de La Tour e já tive o privilégio de ver algumas das suas telas. Gosto particularmente do jogo: sombra / luz.
A luz que ele reflectiu no rosto deste jovem cantor é magnífica e encanta-me.
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Georges La Tour, The Young Singer, c. 1650.

Oil on canvas. The Leicester City Museum, Leicester, UK

À volta de um rosto...do Adão a Eva, do amor!

Ao passar pela Casa Improvável encontrei esta bela pintura. O pensamento corre... um homem, uma mulher, as paixões, as relações, o amor, o vazio, tudo contido neste quadro e no texto de Camus que pode ver se clicar em Antífona.
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AS PAIXÕES DA ALMA

ART. 40 - Qual é o principal efeito das paixões

Porque é necessário notar que o principal efeito de todas as paixões nos homens é o incitarem e disporem a alma a querer as cousas, preparando para isso o seu corpo: de sorte que o sentimento do medo o incita a querer fugir, o da ousadia, a querer combater, e assim por diante.

Descartes, Discurso do Método & Paixões da Alma, Lisboa: Sá da Costa Editora, p. 106
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Gostava de saber dominar este campo, o do amor!

25/03/2010

Sakura, As cerejeiras em flor numa primavera adormecida.

Hino às cerejeiras em flor!
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Katsushika Hokusai (1760– 1849) foi um pintor japonês do período Edo.

Katsushika Hokusai, in an 1839 self-portrait

Hokusai, Goldfinch and Cherry Tree


24/03/2010

Histórias... Irene Lisboa!


Fauno. No jardim do lado há um fauno. Há bocado estive encostada à janela e achava que copiava a cómoda atitude do fauno: ombro apoiado, uma perna descansada na outra…Pois aquele fauno tem uma história muito curta. Apesar do seu ar de vetustez enganar, de aparentar idade naquele poiso… Não deixa de ser elemento deste jardim, há apenas um ano! Vi colocarem-no lá, com a sua primitiva e honesta cor de barro. Depois é que o pintaram de branco.
A sua história, afinal, é o ser de barro e parecer de mármore e de ser recente e parecer antigo. Uma história sem entrecho.

Irene Lisboa, Solidão, notas no punho de uma mulher, Lisboa: Editorial Presença, Vol II, p. 59-60.

23/03/2010

O Sonho ou os sonhos, pinturas de Kurosawa!

Um Senhor oriental que sonha e pinta o que vai na alma. Se observarmos há pontos de contacto entre estes desenhos/pinturas e as de William Blake. Nunca tinha pensado nisto nem conhecia as pinturas de Kurosawa. Redescobrir um homem e aprender de novo. Um brinde aos sonhos!
Retirado daqui

DREAMS — I Fly “My Shadow Calls Me”

DREAMS — I Fly “Starry Sky”


DREAMS — Sunshine Through The Rain “The Field: A Rainbow Goes Away From Me”

Homenagem a Akira Kurosawa!

Akira Kurosawa: Dream, um filme que lamentavelmente ainda não arranjei. Conheci na Casa Improvável do Contador Antropomórfco procurei-o no youtube e visualizei alguns trailers.
Eis aqui a minha escolha para homenagear o centenário do nascimento do realizador japonês.

21/03/2010

O Anjo!

William Blake, The Angel of the Divine Presence Bringing Eve to Adam, ca.1803
Watercolor, pen and black ink over graphite on paper; 41.8 x 32.3 cm, Metropolitain Museum



xWilliam Blake, The Angel of the Divine Presence

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Fitzwilliam Museum, University Of Cambridge

No dia mundial da poesia- A poesia e a escultura, Fernando Pessoa e Canovas!

Antonio Canova, Cupid and Psyche, 1796
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x Marble; h 137 cm, State Hermitage Museum



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Jacques Brel - Ne Me Quitte Pas!

Após ter encontrado Brel nesta manhã onde o sol espreita.

Hino ao dia da Árvore!

Piet Mondrian Grey Tree, 1911

Oil on canvas, 78.5 x 107.5 cm, Haags Gemeentemuseum, The Hague

"(...)
Sejamos simples e calmos,
Como os regatos e as árvores
(...)"

Alberto Caeiro, em "O Guardador
de Rebanhos"



20/03/2010

Agora

AGORA

Abre-te, Primavera!
Tenho um poema à espera
Do teu sorriso.
Um poema indeciso
Entre a coragem e a covardia.
Um poema de lírica alegria
Refreada,
A temer ser tardia
E ser antecipada.

Dantes, nascias
Quando eu te anunciava.
Cantava,
E no meu canto acontecias
Como o tempo depois te confirmava.
Cada verso era a flor que prometias
No futuro sonhado…
Agora, a lei é outra: principias,
E só então eu canto confiado.

Miguel Torga, Diário X, Coimbra, 1995, p. 1030.



Andorinhas

Depois de JAD colocar andorinhas no Prosimetron procurei-as. Como amante de Rafael Bordallo Pinheiro aqui estão imensas... Desejo que venha rápido a Primavera.
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Fotografia retirada do blog Rafael Bordallo Pinheiro
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Vimos chegar as andorinhas

Vimos chegar as andorinhas
conjugarem-se as estrelas
impacientarem-se os ventos

Agora
esperemos o verão do teu nascimento
tranqüilos, preguiçosos

Tão inseparáveis as nossas fomes
Tão emaranhadas as nossas veias
Tão indestrutíveis os nossos sonhos

Espera-te um nome
breve como um beijo
e o reino ilimitado
dos meus braços

Virás
como a luz maior
no solstício de junho.

Rosa Lobato Faria, A Gaveta de Baixo, Lisboa: Edições ASA, 1999

19/03/2010

O Silêncio II

Pintura de Hammershoi, Interior (1901, The Ordrupgaard Collection).


«Um silêncio cauto e prudente é o cofre da sensatez».

Umberto Eco

Já há uns tempos que conheço Hammershoi um pintor que é do meu agrado. Considero-o repousante. Hoje, ao visitar o blog Memórias e Imagens de Margarida Elias encontrei esta tela e resolvi colocá-la, bem como a citação que Margarida Elias juntou e que me levou a reflectir.

Odeio este silêncio mas tenho-o usado.

Na Terra dos Beijos

Bela Silva é uma pintora e escultora portuguesa que vive dividida entre Lisboa e Nova Iorque. Para ter mais informações clique aqui. Dela conheço os azulejos do Metro de Lisboa e pouco mais, no entanto gosto do que encontrei.


Bela Silva, Na Terra dos Beijos


Chopin-Nocturno, op 9, nº 2,

A beleza de um nocturno para esquecer que amanhece!

18/03/2010

Retrato e poema de António Maria Lisboa

Retrato de mulher , segunda metade da segunda centúria A.D.
Encontra-se na secção Egípcia do Museu do Louvre, Paris
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Proveniência desconhecida: talvez de Tebas
Para obter mais informação

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As formas, as sombras, a luz que descobre a noite
e um pequeno pássaro

e depois longo tempo eu te perdi de vista
meus braços são dois espaços enormes
os meus olhos são duas garrafas de vento

e depois eu te conheço de novo numa rua isolada
minhas pernas são duas árvores floridas
os meus dedos uma plantação de sargaços

a tua figura era ao que me lembro da cor do jardim.

António Maria Lisboa, in "Ossóptico e Outros Poemas"

17/03/2010

A Pintura de Deus, pelo espaço ou universo... o brilho no silêncio.

An Infrared View of the Galaxy
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This composite color infrared image of the center of our Milky Way galaxy reveals a new population of massive stars and new details in complex structures in the hot ionized gas swirling around the central 300 light-years. This sweeping panorama is the sharpest infrared picture ever made of the Galactic core and offers a laboratory for how massive stars form and influence their environment in the often violent nuclear regions of other galaxies.

This view combines the sharp imaging of the Hubble Space Telescope's Near Infrared Camera and Multi-Object Spectrometer (NICMOS) with color imagery from a previous Spitzer Space Telescope survey done with its Infrared Astronomy Camera (IRAC). The Galactic core is obscured in visible light by intervening dust clouds, but infrared light penetrates the dust.


The NICMOS mosaic required 144 Hubble orbits to make 2,304 science exposures from Feb. 22 and June 5, 2008.

Image Credits: Hubble: NASA, ESA, and Q.D. Wang (University of Massachusetts, Amherst); Spitzer: NASA, Jet Propulsion Laboratory, and S. Stolovy (Spitzer Science Center/Caltech)
A pintura de Deus?

No Castelo dos Templários

Do sagrado: a Charola, (exterior)

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Um deus mitológico?, um marinheiro? Quem és tu afinal?



Do Profano, o tempo dos homens, da lei e das medidas.



No Templo

No castelo dos templários
Uma folha rasteja ao vento
o sol bate débil
mas a pedra é resplandecente.

O silêncio
é doce e quente.
A pequenez não tem lugar
e a alma engrandece-se.

Os "justos" pecam
e lavam a sua alma
numa oração sem letra
ao som do canto.

Maria,
num sinal de reconhecimento
mira o cavaleiro recém-chegado,

aquele guarda a espada na baínha
já não se bate como outrora,
dela sai agora a rosa fraternal…

16/03/2010

Pintura

Marc Chagall Bouquet A L'oiseaux, litograph , 1960, France


Pintura

Onde se diz espiga
leia-se narciso.
Ou leia-se jacinto.
Ou leia-se outra flor.
Que pode ser a mesma.

As flores
são formas
de que a pintura se serve
para disfarçar
a natureza. Por isso
é que
no perfil
duma flor
está também pintado
o seu perfume.

Albano Martins, in "Castália e Outros Poemas"

15/03/2010

...é como se as estrelas se apagassem todas de repente!

O Principezinho e a Flor


"-As flores fabricam espinhos há muitos milhões de anos. Apesar disso, as ovelhas comem flores há muitos milhões de anos. E vens-me tu agora dizer que tentar perceber porque têm elas tanto trabalho a fabricar espinhos que nunca lhes servem para nada não é uma coisa séria? Que a guerra entre as ovelhas e as flores não é uma coisa importante? Não será uma coisa bem mais séria e bem mais importante do que as contas de um senhor muito gordo e muito encarnado? E se eu, eu que estou aqui à tua frente, conhecer uma flor única no mundo, uma flor que não existe em mais lado nenhum senão no meu planeta, mas que, numa manhã qualquer, uma ovelhinha pode reduzir a nada num instante, assim, sem dar sequer pelo que está a fazer, isso também não tem importância nenhuma, pois não?
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Corou. Mas ainda não tinha acabado.
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- Amar uma flor de que só há um exemplar em milhões e milhões de estrelas basta para uma pessoa se sentir feliz quando olha para o céu. Porque pensa: «Ali está ela, algures lá no alto...» Mas se a ovelha comer a flor, para essa pessoa é como se as estrelas se apagassem todas de repente! Mas isso também não tem importância nenhuma, pois não?
E não foi capaz de continuar. Desatou de repente a chorar. Entretanto, fizera-se noite e eu largara as minhas ferramentas. Queria lá saber do martelo, da porca, da sede e da morte! É que, numa certa estrela, num certo planeta, no meu planeta, na Terra, havia um principezinho para consolar. Peguei-lhe ao colo. Embalei-o. Fui-lhe dizendo: « A flor de que tu gostas não corre perigo nenhum... Eu desenho um açaimo para a tua ovelha... Eu desenho uma armadura para a tua flor... Eu...»
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Não sabia que mais lhe prometer. Sentia-me completamente desarmado. Não sabia como chegar até ele... É tão misterioso, o país das lágrimas!"
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Saint-Exupéry, O Principezinho, Lisboa: Editorial Presença, excerto do capítulo VII

A um amigo que já não vejo há muito tempo e se esquece de regar a flor!

Caos: uma instalação

O caos é o inverso da ordem mas toda a ordem acaba no caos e dentro do caos há ordem. Encontrei esta instalação que revela isso mesmo: o caos pode ser belo porque diluindo-se no espaço cria beleza.
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Adriana Siso, caos, from materia prima, mixed media, 1999, detail

"Adriana has worked in many art mediums and explored a diverse range of materials, which takes into account her affinity for tactile materiality. Love of materials is evident in the way they conceptualize her projects. Underlying this method is a consistency of expression, determination, order and personal vision".

Retirei daqui

Adriana Siso nasceu em Caracas, Venezuela

14/03/2010

Um poema sem verbo!

Gustav Klimt,The Sunflower, detail, 1907.
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Oil on canvas. 110 x 110 cm. Private collection.

um gueto, uma imagem
um quadro, uma ideia
uma descrença, tristeza
um écran, uma janela

três dimensões, três virtudes:
xxxxSabedoria
xxxxxxxxxxAmor
xxxxxxxxxxxxxxVerdade

pensamentos soltos
desconexos
ao sabor do sol
e sem verbo.

13/03/2010

O Silêncio

J M W Turner, Norham Castle Sunrise, 1835-40
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Oil on canvas, 78 x 122 cm; Clore Gallery for the Turner Collection, London

O Silêncio

Ouço a maresia distante,
a ondulação agitada e enraivecida.
As areias queimam
e as dunas tornam-se intransponíveis.

Na paleta de Turner
os ocres contracenam
com o azul do mar revolto.
Não há Terra só existe o mar

São cinco da tarde:
esperei por ti, contando
os segundos e os minutos...
Mas não apareceste...

Só apareceu o silêncio
que o relógio conta
e o vazio das areias .

Vi uma sombra
mas ela era
o silêncio vestido de névoa.

09/03/2010

Onde os tons de sépia imperam!

Pierre Puvis de Chavenne, O Balão, 1870

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Museu D'Orsay, Paris

"O balão parece estar parado no ar enquanto a terra voa lá em baixo."

08/03/2010

Estrelas Cadentes

A chuva caía batendo
de leve no charco
como as cordas dedilhadas
de uma guitarra.
Os acordes são melódicos
é uma canção de amor
trova de um cavaleiro
que chega a sua casa.

A chuva bate devagarinho
na minha janela,
faz estradas de luz
como se fossem estrelas cadentes

07/03/2010

Beijos

Há palavras que nos beijam
Diz o poeta,
caídas do céu,
sem mais nem menos

Olho para o céu,
a nuvem branca passa de leve,
e leva com ela
os meus beijos

Olho mais uma vez
para ver o meu pássaro,
mas ele hoje não vem
nem deixa os meus beijos!

Há palavras que nos beijam, Alexandre O'Neill

Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.

Alexandre O'Neill

Se duvidas que teu corpo - António Botto

Se duvidas que teu corpo

Possa estremecer comigo –
E sentir
O mesmo amplexo carnal,
– desnuda-o inteiramente,
Deixa-o cair nos meus braços,
E não me fales,
Não digas seja o que for,
Porque o silêncio das almas
Dá mais liberdade
às coisas do amor.

Se o que vês no meu olhar
Ainda é pouco
Para te dar a certeza
Deste desejo sentido,
Pede-me a vida,
Leva-me tudo que eu tenha
–Se tanto for necessário
Para ser compreendido.

António Botto

Paul Delvaux!

Paul Delvaux é um pintor belga ligado ao surrealismo.
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Paul Delvaux, Le Robe de Mariée



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