Camille Claudel é para mim uma personagem intrigante. Vi recentemente o filme: Camille Claudel, 1915 de Bruno Dumont. A película revela a vida da escultora num manicómio. A interpretação de Juliette Binoche é sublime. Não sei se é a sua representação que me leva a questionar a loucura de Claudel, ou se é esse o intuito do realizador que a dirigiu. No entanto, entre a loucura e a lucidez há a tragédia de uma pessoa diferente, aparentemente normal, a viver entre dementes físicos e mentais.
O filme angustiou-me e não pude deixar de cruzar a sensação com as últimas leituras: A Paixão de Schopenhauer e o texto que me enviou Agostinho (do blogue O Mundo é Grande) sobre uma escultura.
De Claudel, escolhi a peça "Valsa" porque a vida é uma valsa constante, uns sabem dançar, outros não.
Do livro registo uma citação de Schopenhaeur que comunga de forma perfeita com Camille.
O mundo é a minha representação Como mantimento para a viagem da vida (e para o resto da viagem, quanto mais cedo melhor). é também imperativo uma boa reserva de resignação, que temos de extrair primeiro das esperanças.
Arthur Schopenhaeur in,
Cristoph Poschenrieder, A Paixão de Schopenhaeur. S.Pedro, 2011, s/nº p. (2º capítulo)
Não sei se foi o acaso ou o destino*, recebi do Agostinho a imagem "O Grito"do escultor Carlos Ferreira. Repare-se como a interligação do que foi exposto é precisa.
O Grito de Carlos Ferreira
A arte tridimensional. O homem quando nasce traz uma inquietude no ser! É questão que toda a gente coloca a si própria, em declinações variáveis, mas que não verbaliza, talvez por falta de coragem, tal como o fez Bernardo Soares (heterónimo de Fernando Pessoa) no Livro do Desassossego: “onde está Deus, mesmo que não exista?”. Aquele maior da cultura lusa, enquanto por cá andou, cumpriu o desígnio divino da criação soprado no íntimo do homem no início de tudo. Deus modelou e, da plasticidade efémera do barro, surgiram formas belas para que os corações, mais do que amorfismos maquinais, sentissem as emoções do éden na contemplação. Como Pessoa modelou o barro das palavras, com uma paixão ilimitada, todo o homem traz uma inquietude no ser quando nasce: modelar o seu “barro”. Mas, há no mundo quem afirme de forma crescente e definitiva a alquimia do “barro”: os escultores, demiurgos da arte tridimensional, que, em mágicas secretas, do instável barro materializam a beleza superlativa na arte pétrea e férrea. Para que perdure na eternidade, o escultor lança mão aos materiais que a natureza lhe dispensa; de forma real ou alegórica, na excitação do ritual que celebra, transfigura o primitivo no sublime, faz a catarse da humanidade. Se encontrarmos por aí Bernardo Soares, aliás, Pessoa, sempre lhe poderemos dizer que Deus, mesmo que não exista, está na figuração da beleza da arte escultórica. Ou também está.
Um dia eu disse que nunca ninguém leu a minha mão. Umas amigas leram virtualmente e ofereceram a sua poesia.
[A ordem foi tirada à sorte]
La Bonne Aventure (A boa-sorte ) Jacques-Louis David - 1824
Terás sorte e serás feliz. Primeiro acredita em tí, segundo crê nos céus, e terceiro por fim, mantenha a fé na terra.
Terás sorte porque receberás flores, as vezes até os canteiros as trazem, mas não a vemos ... veja ... são flores, terás sorte. Serás feliz, pois aprenderá com os anos a enxergá-la, ... do teu lado direito o sol, do esquerdo a lua, no meio as estrelas;
Se tens olhos vê, se tens pés, ande, se tens mãos, abrace, se tens dentes, sorri, se tens boca, constroi;
pois teu coração foi forjado no fogo dos anos e teus sentimentos lavados nas pérolas do rio.
Creia, és feliz, creia, tens sorte. Só os grandes repensam suas vidas e acertam seus passos, procuram os caminhos e se dislumbram com as estrelas no céu. Só os grandes reorganizam seus sentimentos de modo a sempre se acharem pequenos e ainda distantes do céu. Só grandes mulheres respiram sensibilidade através dos poros. Terá boa sorte a mão que demarca a construção de um mundo novo ... vês? Ès feliz ... tens sorte e temos nós também, por tê-la.
poema e imagem de Cozinha dos Vurdóns. Como Um Cipreste
Se eu fosse uma árvore queria ser um cipreste.
Sob o luar Doce e manso Num contraste Forte e seguro Ergue-se o cipreste.
Olho-o.
Cresce Em direcção ao céu Numa rectidão que nada perturba.
Sabe quem é. Sabe o que quer.
Firme Sereno Seguro Leal
...um cipreste...
Fotografias e poema da Isabel - Palavras Daqui e Dali
A Isabel sabe que adoro ciprestes.
Da Cláudia Ribeiro - Livraria Lumière
"Um bom livro é um legado precioso que o autor faz à humanidade" Addison*
"A arte é uma flor nascida no caminho da nossa vida e que se desenvolve para suavizá-la". Schopenhaeur *
*in Almanaque Bertrand, 1961, p. 67. E ainda os Queen que adoro!
Da Alexandra Ribeiro- Livraria Lumière
Feliz Aniversário
Alguma coisa está acontecendo, olhei para o céu, cadê as estrelas??? o sol sumiu; a lua partiu.........
Sumiram as rosas dos jardins, Sumiram os peixinhos do mar, E vento deve estar soprando em outro lugar......
Em busca de ajuda, procurei os anjinhos, e nem eles consegui encontar. Quando de repente um deles, eu vi tentando escapar.......
Não exitei, e fui logo perguntando: Anjinho, anjinho: -O que está acontecendo??? E o anjinho mesmo que apressado, respondeu ao meu chamado: -Meu rapaz, você não tem do que se preocupar, todos saíram para comemorar, o aniversário da pessoa mais linda.......deste lugar......