29/06/2018

Claro/ escuro

Claro/escuro de dentro para fora

(...)

Às vezes ponho-me a olhar para uma pedra.
Não me ponho a pensar se ela sente.
Não me perco a chamar-lhe minha irmã.
Mas gosto dela por ela ser uma pedra,
Gosto dela porque ela não sente nada,
Gosto dela porque ela não tem parentesco nenhum comigo.
Outras vezes oiço passar o vento,
E acho que só para ouvir passar o vento vale a pena ter nascido.

(...)



7-11-1915
“Poemas Inconjuntos”. In Poemas de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa. (Nota explicativa e notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1946 (10ª ed. 1993). p. 83.



Larghetto & Andante Molto Ah, ch'infelice sempre Me vuol Dorilla ingrata, Ah sempre piú spietata, Mi stringe à lagrimar. Per me non v'è ristoro Per me non v'è speme. E il fier martoro e le mie pene Solo la morte può consolar. Counter-tenor: Andreas Scholl Ensemble 415 dir.: Chiara Banchini http://www.harmoniamundi.com/home?vie... Painting: Portrait of a Young Girl by Pietro Antonio Rotari

6 comentários:

  1. Que bom ver-te por aqui, Ana! Já tinha saudades tuas!

    Agora começa um tempo em que temos um bocadinho mais de tempo.

    E está aí o Verão e o sol! Vamos aproveitar!

    Beijinhos:))

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  2. Já tinha esquecido este poema, Ana...e que belo é ele.

    E também te agradeço o Vivaldi.

    Um beijo amigo.

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  3. Não aprecio ópera, mas gosto bastante deste contra tenor.

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  4. Ana,
    Como podem ser belas as pedras...
    Por vezes sentir o vento também é bom!
    Fernando pessoa sabia isso tudo!
    Uns dias vemos tudo claro, com luz; outros dias nem por isso!
    Beijinhos.:))

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  5. Um 'post' de muito bom gosto, Ana.
    Beijinhos
    ~~~~

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