Para todos,
HOJE,
o desejo
de um FELIZ ANO NOVO!
(Um especial bem-haja pela Vossa Visita, em breve, regressarei)
EROS E PSIQUE
... E assim vedes, meu Irmão, que as verdades que vos foram dadas no Grau de Neófito, e aquelas que vos foram dadas no Grau de Adepto Menor, são, ainda que opostas, a mesma verdade.
Do ritual do grau de Mestre do Átrio na Ordem Templária de Portugal
Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.
Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.
A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera.
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.
Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado.
Ele dela é ignorado.
Ela para ele é ninguém.
Mas cada um cumpre o Destino —
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.
E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E, vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora.
E, inda tonto do que houvera,
A cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.
s. d.Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.
A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera.
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.
Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado.
Ele dela é ignorado.
Ela para ele é ninguém.
Mas cada um cumpre o Destino —
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.
E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E, vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora.
E, inda tonto do que houvera,
A cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.
Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995), p. 237.
[1ª publ. in Presença , nº 41-42. Coimbra: Mai. 1934.]
Bom Ano 2018 repleto de boas leituras!
ResponderEliminarMuito bom dia!
Obrigada. Reitero os seus votos.:))
EliminarBoa noite!
Feliz 2018!
ResponderEliminarObrigada, MR!
EliminarOs meus votos de um feliz Ano para si!:))
Feliz Ano Novo, Ana! Que te traga tudo o que mais desejares!
ResponderEliminarBeijinhos:)
Obrigada, Isabel. Faço meus, os teus votos, para te desejar um Feliz Ano!:))
EliminarBeijinhos.
Fantástico poema! Eu adoro o mito de Eros e Psique - esta versão de Fernando Pessoa deixou intrigada. Beijinhos e Feliz 2018!
ResponderEliminarTambém gosto muito, é intrigante, sim...
EliminarAchei que ligava com a foto e com o início de um ano novo.
Feliz Ano para si, Margarida.
Beijinhos.:))
Linda a música. E o poema de Pessoa tão intrigante e de múltiplo sentido. E contudo, talvez certo. E o único destino seja de cada um consigo e nos outros nos procuremos a nós. O que não deixa de ser terrífico, porque eles existem mesmo e são outros.
ResponderEliminarBom ano de 2018. Obrigada pela companhia e pelo fino gosto musical e poético com que a Ana vai perfumando a sua janela.
Um abraço
Obrigada, Bea pelas suas palavras tão gentis e retribuo com o gosto que tenho em a ler por aqui.
EliminarUm abraço e bom 2018!:))
Boa semana, Bom Ano, beijinhos
ResponderEliminarPedro,
EliminarBom Ano!
Boa semana e vamos ver se começo aos poucos a aparecer e a visitar condignamente todos.
Beijinhos. :))
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